O ranking do Tesouro Direto: com altas de quase 30%, esses títulos públicos venceram o Ibovespa e o CDI com folga em 2023
Melhor título público de 2023 subiu 27,5% e foi beneficiado pela queda nos juros e na inflação; veja o ranking completo

O ano de 2023 foi bom para a bolsa, mas foi ótimo também para os títulos públicos. Alguns deles chegaram a se valorizar quase 30% e não só superaram o CDI, que terminou o ano acumulando alta de 13%, como os ganhos de 22% do Ibovespa.
Os grandes campeões do ano entre os títulos negociados no Tesouro Direto foram os prefixados, especialmente os mais longos, beneficiados não só pela queda dos juros futuros como pelo controle da inflação.
A queda nos juros, por sua vez, refletiu a melhora do risco fiscal - com a aprovação do arcabouço fiscal, de medidas para ampliar a arrecadação do governo e da reforma tributária -, o início do ciclo de cortes na taxa Selic e o fim das altas de juros nos Estados Unidos, com a surpreendente sinalização de três cortes nas taxas pelo Federal Reserve no ano que vem.
Os dois títulos públicos campeões do ano em valorização ainda estão disponíveis para compra no Tesouro Direto. O primeiro lugar ficou com o Tesouro Prefixado 2029, com alta de 27,51% em 2023, seguido do Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033, que se valorizou 26,33% no ano.
Eles também apareceram entre os melhores investimentos do ano, considerando todas as principais classes de ativos.
Completa o pódio o Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2031, que não está mais disponível para compra no Tesouro Direto, apenas para venda, com ganho de 24,61% no acumulado do ano. Veja o ranking completo a seguir:
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Os melhores títulos públicos do Tesouro Direto em 2023
Títulos públicos | Desempenho no ano |
Tesouro Prefixado 2029* | 27,51% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033* | 26,33% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2031 | 24,61% |
Tesouro IPCA+ 2045* | 22,98% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2029 | 22,76% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2027 | 19,73% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055* | 19,69% |
Tesouro Prefixado 2026* | 19,48% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2050 | 19,46% |
Tesouro IPCA+ 2035* | 18,38% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2045 | 18,31% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040* | 18,24% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 | 16,45% |
Tesouro Prefixado 2025 | 15,71% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032* | 15,57% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2030 | 15,17% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2025 | 15,14% |
Tesouro Prefixado 2024 | 14,23% |
Tesouro IPCA+ 2026 | 13,64% |
Tesouro Selic 2027 | 13,38% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2026 | 13,28% |
Tesouro Selic 2025 | 13,10% |
Tesouro Selic 2024 | 13,06% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2024 | 11,48% |
Tesouro IPCA+ 2024 | 11,48% |
Fonte: Tesouro Direto
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Os títulos públicos indexados à inflação também se saíram bem ao longo do ano, notadamente os de maior prazo.
O melhor desempenho dessa categoria ficou com o Tesouro IPCA+ 2045, que apresentou forte recuperação do tombo que levou em 2022, quando foi um dos piores investimentos do ano. Sua alta em 2023 acumulou 22,98%.
Em seguida veio o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055, com ganho de 19,69% em 2023. Ambos os títulos ainda são oferecidos para compra pelo Tesouro Direto.
Já os títulos Tesouro IPCA+ mais curtos, com vencimento agora em 2024, tiveram as valorizações mais modestas, ficando abaixo até mesmo do CDI.
Tesouro Selic se saiu bem, apesar de cortes na taxa básica
Os títulos pós-fixados e indexados à taxa Selic ainda se saíram bastante bem neste ano, apesar do início dos cortes na meta da taxa básica de juros.
Os papéis Tesouro Selic, os mais seguros do Tesouro Direto e de toda a economia brasileira, renderam mais de 13% em 2023, acima da taxa Selic, que fechou o ano com uma variação acumulada de 13,05%. Ou seja, ainda foi possível receber um retorno de dois dígitos correndo praticamente nenhum risco.
Os títulos Tesouro Selic ainda oferecidos para compra no Tesouro Direto, aqueles com vencimentos em 2026 e 2029, não constam na tabela acima pois passaram a ser ofertados neste ano, não dispondo de rentabilidade em todos os meses.
A meta da taxa básica começou o ano em 13,75% e passou por quatro cortes de 0,50 ponto percentual a partir de agosto, até chegar aos atuais 11,75% ao ano. A expectativa do mercado é que a Selic continue caindo ao longo de 2024, até pelo menos a casa dos 9,00% ao ano.
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