Gastos extras do governo podem chegar a até R$ 80 bilhões nos próximos anos, segundo dispositivos do novo arcabouço fiscal; entenda
Cajado afirmou que os dispositivos foram incluídos para compensar os efeitos da desoneração dos combustíveis em 2022, no governo Jair Bolsonaro (PL)

A urgência para votação do texto do novo arcabouço fiscal foi aprovada na noite de ontem (17) pela Câmara dos Deputados. Isso significa que a proposta pode passar diretamente para o debate no plenário sem a necessidade de ser avaliada pelas comissões da Casa.
A vitória preliminar do governo ainda inclui dois dispositivos inseridos pelo relator da proposta na Câmara, Cláudio Cajado (PP-BA), que permitirão ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva ampliar as despesas em cerca de R$ 80 bilhões adicionais nos próximos dois anos, segundo estimativas do mercado financeiro.
Técnicos da Câmara que assessoram o parlamentar admitem a expansão, mas projetam um valor bem menor, ao redor de R$ 42 bilhões.Na prática, os mecanismos abrem espaço para o governo inflar os gastos nos dois primeiros anos da regra.
Ao Broadcast, Cajado afirmou que os dispositivos foram incluídos para compensar os efeitos da desoneração dos combustíveis em 2022, no governo Jair Bolsonaro (PL).
Arcabouço fiscal por dois anos de governo
No primeiro ano de funcionamento do novo marco fiscal, em 2024, o governo poderá ampliar as despesas primárias no limite máximo permitido pela regra: 2,5% acima da inflação. A previsão não constava do texto original do Ministério da Fazenda e, segundo parlamentares, foi fruto de negociação de Cajado com a equipe econômica.
O acréscimo no relatório de Cajado determina que, no primeiro ano, o crescimento das despesas se dê no topo da permissão de gastos do novo arcabouço fiscal, que tem como um de seus pilares a regra de que as despesas devem crescer entre 0,6% e 2,5% acima da inflação a cada ano.
Leia Também
Na ponta do lápis
Segundo cálculos do ex-secretário do Tesouro Nacional e economista da gestora ASA Investments, Jefferson Bittencourt, a medida pode fazer com que o governo ganhe uma folga de R$ 40 bilhões no primeiro ano de vigência da regra fiscal.
Ele ressalta que a despesa deveria crescer no ano que vem pelas projeções perto do piso de 0,6%.
"De uma maneira direta, é incluído na regra que a despesa em 2024 não crescerá pelo piso, mas pelo teto. Tem aí 1,9% de crescimento das despesas que já é definido extra-regra", afirmou.
- Ainda tem dúvidas sobre como fazer a declaração do Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e exclusivo com o passo a passo para que você “se livre” logo dessa obrigação – e sem passar estresse. [BAIXE GRATUITAMENTE AQUI]
Arcabouço fiscal será corrigido pela inflação
A segunda brecha abre mais R$ 40 bilhões em 2025, prevê Bittencourt, ao permitir que, naquele ano, seja incorporado à base de gastos um crédito suplementar gerado em 2024 a partir da inflação do segundo semestre de 2023 — já que o relator alterou o cálculo da inflação que irá corrigir o limite de gastos.
O novo arcabouço fiscal prevê que as despesas sejam corrigidas em 70% do aumento da arrecadação nos 12 meses encerrados em junho do ano anterior.
A variação da inflação de julho a dezembro deverá ser incorporada aos gastos do governo, segundo a regra, por meio de um crédito suplementar.
O texto de Cajado diz que o crédito suplementar do diferencial de inflação não pode ser incorporado ao limite de despesas, com exceção de 2025.
"O diferencial de inflação que será verificado entre o acumulado de 12 meses até junho deste ano e o final do ano, vai ser incorporado de maneira definitiva a partir de 2025", explicou Bittencourt.
Isso representará gasto adicional pelo segundo ano seguido, segundo Bittencourt, uma vez que os economistas projetam que a inflação ao fim do ano de 2023 deverá ser superior ao calculado até junho.
Revisão de cálculos
Pelas contas de técnicos da Câmara, porém, a ampliação de despesas na largada do arcabouço fiscal ocorreria apenas em 2024, com a incorporação dos valores extras na base. A partir daí, seriam apenas correções do valor ampliado.
O governo já está em um nível mais alto de despesas, após ter elevado em R$ 145 bilhões os gastos em 2023 com a PEC da Transição, aprovada no fim do ano passado. Com as duas brechas extras, Lula terá pelo menos três anos de seu mandato com espaço adicional para gastar.
Outras instituições financeiras, como o BTG, incorporaram em seus cálculos despesas adicionais, como o bônus de investimento em 2023, que daria cerca de R$ 23 bilhões — o que significa que as despesas extras na largada poderiam chegar a R$ 65 bilhões em 2024, nas estimativas do banco.
"Adicionalmente, foi mantido o trecho que incorpora ao teto o valor do bônus de investimento de 2023 (R$ 23 bi)", diz trecho de relatório enviado a clientes nesta quarta-feira (17).
Novo arcabouço terá compensação de desoneração do governo Bolsonaro
O relator do texto afirma que esses mecanismos foram inseridos para compensar os efeitos da desoneração dos combustíveis no ano passado pelo governo federal, que baixaram a inflação temporariamente e afetaram o cálculo de 2023.
"No governo anterior, houve uma diminuição da receita pela desoneração dos combustíveis. Então, a receita que você está calculando de junho do ano passado a julho deste ano será impactada pela queda da receita. Além disso, houve uma deflação por conta dessa desoneração. Nós calculamos que isso daria os R$ 40 bilhões, que estamos acrescendo para o ano de 2024, na largada", disse Cajado.
A partida mais alta virou assunto entre parlamentares já nesta quarta-feira, durante a votação do pedido de urgência. Integrantes do mercado financeiro também procuraram o relator e sua assessoria técnica para buscar detalhes sobre os trechos inseridos.
Outros detalhes no limite de gastos
O deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), que chegou a elaborar um projeto paralelo de arcabouço fiscal, afirma que o espaço para discussão técnica diminuiu com a apresentação do relatório, uma vez que várias críticas foram sanadas, como a previsão de gatilhos para a correção de rota.
No entanto, ele afirma que a Casa ainda debate reduzir a permissão de crescimento da despesa em 2024.
Até a votação do texto, prevista para a próxima quarta-feira, 24, esses temas deverão ser discutidos.
Cajado afirma que recebeu pedidos de diversas bancadas, que incluem desde a previsão de convocação periódica do ministro da Fazenda para dar explicações sobre o cumprimento da meta até questões sobre como incorporar o bônus do Fundeb (Fundo de Educação Básica no limite de gastos).
"Eu vou avaliar cada uma delas, mas eu não posso dizer que eu vou acatar. Vai ser uma decisão coletiva", disse.
*Com informações do Estadão Conteúdo.
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Guido Mantega vai ficar de fora do conselho da Eletrobras (ELET3) e governo busca novo nome, diz jornal
Há cinco dias da assembleia que elegerá os membros do conselho da empresa, começa a circular a informação de que o governo procura outra opção para indicar para o posto
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
Lula é reprovado por 59% e aprovado por 37% dos paulistas, aponta pesquisa Futura Inteligência
A condição econômica do país é vista como péssima para a maioria dos eleitores de São Paulo (65,1%), com destaque pouco satisfatório para o combate à alta dos preços e a criação de empregos
Eletrobras (ELET3) mantém presidente e diretoria executiva até 2027 em meio a disputa judicial
O processo de renovação do Conselho de Administração da Eletrobras faz parte do acordo que está em andamento com a União, devido a uma disputa judicial que corre desde 2023
Com ou sem feriado, Trump continua sendo o ‘maestro’ dos mercados: veja como ficaram o Ibovespa, o dólar e as bolsas de NY durante a semana
Possível negociação com a China pode trazer alívio para o mercado; recuperação das commodities, especialmente do petróleo, ajudaram a bolsa brasileira, mas VALE3 decepcionou