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Ricardo Gozzi

É jornalista e escritor. Passou quase 20 anos na editoria internacional da Agência Estado antes de se aventurar por outras paragens. Escreveu junto com Sócrates o livro 'Democracia Corintiana: a utopia em jogo'. Também é coautor da biografia de Kid Vinil.

REUNIÃO DE CÚPULA

Sem caminho do meio: Xi Jinping só enxerga duas rotas possíveis para as relações entre EUA e China; veja quais são elas

Depois de reunir-se com Joe Biden, Xi Jinping discursou durante jantar em São Francisco em sua primeira passagem pelos EUA desde 2017

Ricardo Gozzi
16 de novembro de 2023
11:17
Presidente dos EUA, Joe Biden, ao lado do presidente da China, Xi Jinping
Presidente dos EUA, Joe Biden, ao lado do presidente da China, Xi Jinping - Imagem: Lintao Zhang/Getty Images

O chamado “caminho do meio” costuma ser apontado como um pilar da busca por acordos e da manutenção das relações de boa vizinhança. No entanto, talvez não exista um caminho do meio para as relações entre os Estados Unidos e a China. Pelo menos é essa percepção que parece pautar o presidente chinês, Xi Jinping, nos contatos com seu homólogo norte-americano, Joe Biden.

Em discurso a empresários norte-americanos durante um jantar na cidade de São Francisco no fim da noite de quarta-feira (15), o líder chinês advertiu que a China e os Estados Unidos precisam escolher se serão adversários ou parceiros.

Trata-se de um chamado a Biden em um momento delicado das relações sino-americanas.

Depois de colocar panos quentes sobre a guerra comercial travada por Donald Trump, o presidente Joe Biden resgatou a doutrina da “competição estratégica”, por meio da qual Washington restringe exportações de tecnologia avançada ao mesmo tempo em que tenta identificar áreas de cooperação com Pequim.

Encontro com Biden

O comentário de Xi Jinping veio à tona horas depois de uma reunião de cúpula com Biden às margens da reunião da Apec, sigla pela qual é conhecida a organização de cooperação econômica dos países da Ásia e do Pacífico.

No encontro de quatro horas de duração — o primeiro em exatamente um ano —, Biden e Xi expuseram suas já conhecidas divergências, especialmente em relação a Taiwan, mas também falaram em cooperação.

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Eles concordaram em abrir uma linha direta presidencial (uma espécie de telefone vermelho), retomar as comunicações entre militares dos dois países e trabalhar para reduzir a produção de fentanil.

As comunicações entre militares estavam cortadas desde agosto de 2022, quando a então presidente da Câmara Nancy Pelosi protagonizou uma visita a Taiwan.

O que disse Xi Jinping no jantar

Para que a declaração de Xi Jinping no jantar fique devidamente contextualizada, é preciso recuperar o raciocínio que levou o presidente da segunda maior economia do mundo ao comentário.

“Ando com uma dúvida constante”, disse Xi em sua primeira visita aos EUA desde 2017. “Como conduzir o gigantesco navio das relações entre China e Estados Unidos sem bater nas pedras nem trombar com cardumes? Como navegar através das tempestades e das ondas sem perder a direção e a velocidade e sem bater?”, prosseguiu ele, segundo a tradução simultânea de seu discurso, proferido em mandarim.

“Com relação a isso, a questão primordial para nós é a seguinte: somos adversários ou somos parceiros?”, prosseguiu o líder chinês.

“A lógica é bastante simples. Se considerarmos o outro lado apenas como um concorrente, como o desafio geopolítico mais importante e como uma ameaça crescente, isso conduzirá somente a políticas elaboradas com base em informações erradas, a ações equivocadas e a resultados indesejados”, disse Xi.

“A China está pronta para ser parceira e amiga dos Estados Unidos”, disse ele então. “Os princípios fundamentais que seguimos nas relações entre China e Estados Unidos são o respeito mútuo, a coexistência pacífica e a cooperação ganha-ganha.”

Deixa que eu deixo

Ao longo dos cerca de 30 minutos de discurso, Xi Jinping abriu as portas para receber 50 mil estudantes norte-americanos que tenham interesse em estudar na China no decorrer dos próximos cinco anos.

Também afirmou que o governo chinês voltará a alugar seus ursos pandas gigantes para exposição em zoológicos norte-americanos, embora não tenha dito quando.

Mas foram apenas distrações antes de retornar à essência de sua fala.

Xi enfatizou o compromisso da China com o desenvolvimento pacífico e disse ser errado enxergar seu país como uma ameaça.

“A China nunca aposta contra os Estados Unidos nem jamais interfere em seus assuntos internos,” disse ele.

“A China não tem intenção de desafiar os Estados Unidos nem de destroná-los. Em vez disso, ficaremos felizes em ver os Estados Unidos confiantes, abertos, em constante crescimento e prósperos”, prosseguiu Xi Jinping.

Ele então avisou: “Da mesma forma, os Estados Unidos não deveriam apostar contra a China nem interferir nos assuntos internos da China. Em vez disso, deveriam acolher uma China pacífica, estável e próspera”.

Quem estava no jantar para Xi Jinping

Quase 400 líderes empresariais, funcionários do governo, cidadãos e acadêmicos norte-americanos participaram da recepção a Xi Jinping, organizada pela Câmara de Comércio EUA-China e pelo Comitê Nacional de Relações EUA-China.

Entre os empresários, destaque para a presença de Tim Cook, CEO da Apple. A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, falou ao público antes do discurso de Xi.

Embora não enxergue um caminho do meio nas relações Washington e Pequim, o presidente chinês deixou claro qual solução prefere.

Ao destacar as iniciativas internacionais conduzidas pela China, Xi afirmou que projetos como as Novas Rotas da Seda estão abertos à participação dos EUA.

Do mesmo modo, declarou que a China está aberta a participar das iniciativas de cooperação multilateral propostas pelos EUA.

“Não importa como evolua o cenário global, a tendência histórica de coexistência pacífica entre a China e os Estados Unidos não mudará”, disse Xi.

*Com informações da CNBC e da Reuters.

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