Como um sistema de geolocalização desenvolvido pela China desafia a hegemonia do GPS — e dos EUA
Pequim investe bilhões de dólares e vincula exportação de itens de tecnologia ao uso do Beidou, o GPS chinês

GPS é a sigla em inglês para Sistema de Posicionamento Global. Trata-se do sistema de navegação via satélite mais antigo e mais utilizado do mundo, com cerca de 6 bilhões de usuários. Isso em um planeta cuja população acaba de ultrapassar a marca de 8 bilhões de pessoas.
O GPS é de propriedade do governo dos Estados Unidos. O sistema é administrado pela Força Espacial, um braço militar norte-americano estruturado sob o guarda-chuva da Força Aérea dos EUA.
- ANÁLISES DE MERCADO EXCLUSIVAS E RECOMENDAÇÕES DE INVESTIMENTO GRATUITAS: inscreva-se no canal do Seu Dinheiro no YouTube e receba alertas sempre que publicarmos um conteúdo relevante para seu bolso. Clique aqui e se inscreva!
Originalmente projetado para uso militar, como a orientação de mísseis e a operação de drones, o GPS é hoje indispensável para a vida de bilhões de civis ao redor do mundo. A hegemonia do GPS — e, por tabela, dos EUA — ganhou escala com a popularização dos smartphones.
Hoje, quando você aciona o mecanismo de geolocalização de seu telefone celular, o mais provável é que sua posição seja determinada por um satélite da rede GPS.
Recentemente, o deputado norte-americano Mikie Sherill resumiu em poucas palavras a importância do sistema com um alerta sobre o que poderia acontecer se ele ficasse fora do ar.
“Se tivéssemos um ataque ao sistema, isso poderia realmente paralisar muitas áreas de nossa logística e de nossa cadeia de suprimentos, da nossa agricultura, dos sistemas de transporte, de controle de voo”, disse ele.
Leia Também
Trump falhou: peças centrais do programa nuclear do Irã seguem intactas, diz inteligência dos EUA
Após cessar-fogo entre Irã e Israel, Donald Trump é indicado ao Nobel da Paz (de novo)
VEJA TAMBÉM — “Sofri um golpe no Tinder e perdi R$ 15 mil”: como recuperar o dinheiro? Veja o novo episódio de A Dinheirista!
Os concorrente do GPS
Agora o GPS tem um concorrente de peso. Trata-se do Beidou, um sistema de geolocalização alimentado por uma constelação de satélites operada pela China.
Vale observar que, antes do Beidou, já existiam outros sistemas de satélite desenvolvidos por outros países e organizações. A Rússia, por exemplo, opera o Glonass. Já a União Europeia (UE) tem o Galileo.
Historicamente, o mundo da tecnologia de navegação por satélite tem sido colaborativo, com cada país — ou grupo de países no caso do Galileo — oferecendo gratuitamente o acesso a seu sistema.
No entanto, a China vem operando uma estratégia comercial que tem o potencial de contestar a hegemonia do GPS norte-americano.
- LEIA TAMBÉM: China em fúria: a ajuda dos EUA a Taiwan que pode colocar as duas maiores economias do mundo em rota de colisão
Por que outros países desenvolveram sistemas concorrentes ao GPS
Apesar do amplo uso civil nos dias de hoje, o GPS é um sistema de origem militar. Enquanto o acesso a determinados dados é considerado estratégico pelos Estados Unidos, a operação do sistema cabe à Força Espacial norte-americana.
Em um ambiente de crescente rivalidade bilateral entre Washington e Pequim — não apenas militar e comercial, mas também tecnológica —, é natural que os chineses tenham suas próprias preocupações estratégicas em relação ao tema.
“A China compreendeu a importância de ter seu próprio sistema de navegação global há anos”, diz Sarah Sewall. Ela foi subsecretária de Estado dos EUA para Segurança Civil, Democracia e Direitos Humanos antes de se tornar executiva da empresa de capital de risco In-Q-tel.
O catalisador dessa percepção foi um episódio no Estreito de Formosa, que separa a China da ilha de Taiwan. Numa determinada ocasião, militares chineses ficaram sem contato com mísseis disparados operados por GPS durante uma manobra militar.
“Os chineses ficaram alarmados com a situação e decidiram que precisavam ter seu próprio sistema para poder garantir cobertura contínua, o grau de precisão que desejavam e não depender de outra nação para algo tão vital para suas operações militares”, afirma Sewall.
- Aproveite o ‘boom’ da inteligência artificial para buscar lucros: é hora de investir nas ações da empresa de tecnologia que é líder de mercado, cresce todos os anos e está muito barata. Essa e + 4 recomendações de BDRs para comprar agora você pode conhecer GRATUITAMENTE – é só clicar neste link.
O que é o Beidou, o GPS chinês
Especialistas observam que o sistema Beidou extrapola o campo militar.
Assim como ocorreu com o GPS nos EUA, o Beidou está estimulando desenvolvimento econômico, científico e tecnológico na China.
O governo chinês estima que o Beidou destrave o equivalente a US$ 156 bilhões em investimentos até 2025.
Além disso, está ajudando a China a ganhar influência além de suas fronteiras.
“A China vinculou a exportação de muitas de suas outras formas de infraestrutura ao uso de dados de posicionamento, navegação e tempo fornecidos pelo Beidou”, afirma Sewall.
Tal vinculação está presente na comercialização da tecnologia 5G da China e também nos acordos digitais envolvendo as Novas Rotas da Seda.
*Com informações da CNBC.
Brasil na guerra: governo se posiciona sobre ataque dos EUA ao Irã; veja o que diz o Itamaraty
Ministério das Relações Exteriores emite nota oficial sobre a escalada do conflito no Oriente Médio; mais cedo o ex-chanceler e agora assessor especial Celso Amorim havia se manifestado sobre os confrontos
Empresas começam a suspender atividades com escalada da guerra entre Israel e Irã
Do setor marítimo ao setor aéreo, as primeiras companhias começam a anunciar uma paralisação temporária das operações na esteira dos ataques dos EUA às instalações nucleares iranianas
Apagando fogo com gasolina: a oferta da Rússia ao Irã que pode desencadear uma guerra nuclear
Um dos homens fortes do governo de Putin questiona sucesso do ofensiva norte-americana, que atacou três instalações nucleares iranianas, afirmando que uma futura produção de armas atômicas segue sobre a mesa
O Estreito de Ormuz na berlinda: Irã se prepara para fechar a passagem marítima mais importante do mundo
Embora tenha ameaçado diversas vezes, o governo iraniano nunca fechou, de fato, a via, mas, agora, o parlamento começa a dar passos nessa direção
Da China a Europa: a reação internacional ao ataque dos EUA às instalações nucleares do Irã
Na noite de sábado (21), o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou uma operação classificada por ele como bem-sucedida contra três usinas nucleares iranianas
Consequências perpétuas: a resposta do Irã ao envolvimento direto dos EUA na guerra de Israel
Enquanto não toma uma decisão mais dura, Teerã lança a 20ª onda de ataques com mísseis e drones contra alvos militares israelenses
Uma declaração de guerra? Ou haverá paz ou haverá tragédia, diz Trump em pronunciamento após ataques ao Irã
O presidente norte-americano falou pela primeira vez à televisão pouco mais de uma hora depois de anunciar uma ofensiva contra três instalações nucleares iranianas; o primeiro-ministro de Israel também discursa
EUA entram na guerra de Israel contra o Irã: o que está em jogo após o ataque histórico com aval de Trump
O presidente norte-americano anunciou neste sábado (21) uma ofensiva contra instalações nucleares, incluindo Fordow — uma usina que fica em uma região montanhosa e a 90 metros de profundidade
Israel ataca 5ª instalação nuclear do Irã e tensão aumenta entre países
Não foram detectados vazamentos radioativos, mas agência da ONU alerta para os riscos
Motosserra segue ativa: Milei quer mais corte de gastos na Argentina para atingir uma meta pessoal
O presidente fechou um acordo com o FMI para conseguir um empréstimo, mas estabeleceu um objetivo próprio para o país em 2025
Luz amarela no Japão: por que o salto dos rendimentos dos títulos do governo deixou o mercado em alerta (de novo)
Em maio, o retorno dos chamados JGBs de 40 anos subiram para 3,675% — atingindo o maior nível desde 2007
Escalada da guerra dos chips: a decisão de Trump que derruba ações de gigantes na bolsa de Nova York — nem a Nvidia (NVDC34) escapou
Segundo o The Wall Street Journal, o governo norte-americano está analisando trazer de volta uma medida que pode afetar significativamente o negócio das fabricantes de semicondutores
Trump está procrastinando? TikTok ganha (mais) 90 dias para negociar acordo de venda para empresa dos EUA
Segundo porta-vozes da Casa Branca, o presidente não quer que o aplicativo chinês saia do ar
Petróleo avança quase 3% em meio a temores de intervenção dos EUA no conflito Israel-Irã
Ameaça iraniana de fechar o Estreito de Ormuz impulsiona as tensões na região e gera preocupação entre analistas do mercado
Powell diz o que precisa acontecer para os juros caírem nos EUA
Na decisão desta quarta-feira (18), o Federal Reserve manteve a taxa referencial inalterada na faixa entre 4,25% e 4,50% ano, como era amplamente esperado pelo mercado
Trump esbraveja, mas Fed segue com juros inalterados à espera do pior
A decisão de não mexer nos juros — que continuam na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano — era amplamente esperada pelo mercado; entenda o que está por trás dessa manutenção
Alerta de catástrofe nuclear: o recado da Rússia a Trump sobre a guerra entre Israel e Irã
Os presidentes russo e norte-americano conversaram por telefone sobre a possibilidade de um cessar-fogo e os riscos da escalada do conflito
O celular patriota: família Trump lança smartphone e plano 5G à la Casa Branca
Entre slogans, 5G e smartphone, família do presidente dos EUA aposta em produtos para apoiadores e promete “um serviço tipicamente americano”
Trump afirma que EUA podem se envolver no conflito entre Israel e Irã e que troca de ataques pode ‘forçar’ um acordo
Quando questionado, o republicano negou que haja um prazo para o Irã voltar à mesa de negociações
Negociações nucleares são ‘injustificáveis’ após ataques de Israel, afirma Irã; veja as atualizações do conflito que entra no seu terceiro dia
Escalada das tensões levou ao cancelamento das negociações sobre o programa nuclear iraniano, que poderiam oferecer uma solução para a crise