De volta para casa: como o governo vai retirar os brasileiros que estão em Israel, Gaza e na Cisjordânia
A estimativa é que 14 mil brasileiros residam em Israel e seis mil na Palestina. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a maioria mora fora das áreas afetadas pelo conflito.
O governo brasileiro ainda não sabe ao certo quantos cidadãos estão em Israel, em Gaza e na Cisjordânia neste momento, mas prepara uma missão para trazer de volta aqueles que desejarem voltar para casa. A estimativa preliminar das autoridades é de que 600 brasileiros querem deixar a região.
O ministro da Defesa, José Múcio, está liderando a operação de repatriação dos brasileiros na região. “Colocamos nossas forças à disposição e temos várias formas de atender os brasileiros que estão precisando de ajuda”, afirmou.
Mas foi o brigadeiro Marcelo Kanitz Damasceno, comandante da Aeronáutica, quem deu os detalhes sobre como essa repatriação vai acontecer neste primeiro momento.
“A coordenação começou ontem, com a montagem da tripulação e das aeronovaes, que estão prontas para decolar para Itália”, disse Damasceno.
Os brasileiros que moram no Brasil, ou seja, aqueles que estão visitando o Oriente Médio, serão as prioridades.
A embaixada do Brasil em Tel-Aviv publicou em seu site um formulário para a inscrição de interessados na operação de resgate.
No sábado (7), o Hamas realizou um ataque surpresa ao território israelense. Israel respondeu com uma ofensiva aérea. Confira os principais pontos do segundo dia do conflito.
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A volta para casa
Nessa missão inicial para trazer os brasileiros de volta para casa, seis aeronaves serão usadas. A primeira delas deve sair do Brasil entre hoje (8) e terça-feira (10) de Natal (RN) com destino a Roma, na Itália.
“O primeiro avião deve partir de Natal para trazer entre 200 e 300 brasileiros que quiserem deixar a região. O horário de partida ainda não foi definido e nem a lista com os nomes dos brasileiros que serão repatriados. Essa lista deve ser definida, no máximo, até amanhã pela manhã”, disse Damasceno.
O comandante da Aeronáutica explicou as razões do destino ser Roma. “É um local seguro para que nossa tripulação possa pousar e também um dos mais perto para nós na região”, afirmou.
Damasceno disse ainda que as aeronaves devem levar psicólogos e médicos para dar suporte aos brasileiros que embarcarem de volta ao País.
“Vamos adequar a missão de repatriação de acordo com a demanda e a necessidade de os brasileiros saírem de lá”, afirmou.
O brigadeiro lembrou ainda que é possível que alguns brasileiros já tenham voltado para casa ou que voltem nos próximos dias, já que os voos comerciais ainda estão disponíveis na região.
Neste sentido, o governo recomenda que quem já possui passagem aérea ou tiver condição de comprar o bilhete, embarque em voos comerciais disponíveis no aeroporto de Ben-Gurion, em Israel, que continua funcionando.
Vale lembrar que várias companhias aéreas estrangeiras, entre elas norte-americanas e europeias, começaram a suspender ou cancelar voos para Israel para os próximos dias.
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Brasileiros desaparecidos em Israel
Enquanto o governo brasileiro se prepara para retirar de Israel, de Gaza e da Cisjordânia os cidadãos que quiserem voltar para casa, o Itamaraty segue avaliando a situação por lá.
De acordo com o Itamaraty, um brasileiro foi ferido no ataque do Hamas ao sul de Israel e está hospitalizado. O governo atualizou para três o número de desaparecidos.
A estimativa é que 14 mil brasileiros residam em Israel e seis mil na Palestina. Segundo o Ministério das Relações Exteriores, a maioria mora fora das áreas afetadas pelo conflito.
No sábado (7), o Itamaraty condenou os ataques a Israel. "Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação", diz nota divulgada pelo Ministério.
Nas redes sociais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse chocado com o conflito e disse que o Brasil não poupará esforços para evitar a escalada da guerra.
No dia 1 de outubro, o Brasil assumiu a presidência rotativa do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Na tarde de hoje, haverá uma reunião de emergência do órgão.
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