Mais uma bomba: Credit Suisse fica sem ajuda e ações desabam 24%; contágio faz bolsas europeias caírem até 4% hoje
Grupo saudita que é o principal acionista do combalido banco suíço alega questões regulatórias para não injetar mais dinheiro no Credit Suisse
Quando os investidores ainda lambiam as feridas da quebra do banco norte-americano SVB, um novo abalo no setor bancário mexe com os mercados nesta quarta-feira. A notícia que fez as bolsas internacionais entrarem no vermelho foi a de que o Credit Suisse não receberia ajuda de seu principal acionista, o Saudi National Bank (SNB).
Com isso, as ações do banco suíço não tiveram chances no pregão da Europa e chegaram a desabar 30% na manhã de hoje. A queda, contudo, foi reduzida para 24,2% no fechamento.
O medo de uma crise bancária geral também afetou o pré-mercado em Nova York. Grandes bancos dos Estados Unidos manhecem no vermelho e nomes como JPMorgan, Citigroup e Bank of America (BofA) caíram 4,7%, 5,4% e 0,9%, respectivamente, hoje.
Assim, as bolsas da Europa inverteram a tendência de alta das primeiras horas do dia e passaram a cair com força. O índice Euro Stoxx 50, composto por 50 ações da Zona Euro, recuou 2,46%.
Aqui no Brasil, o Ibovespa também operou em queda desde a abertura do pregão da B3, mas fechou o dia longe das mínimas. O principal índice acionário da B3 anotou um recuo de 0,25%, aos 102.675 pontos, enquanto o dólar à vista subiu 0,70%, cotado em R$ 5,2943.
- Você investe em ações, renda fixa, criptomoedas ou FIIs? Então precisa saber como declarar essas aplicações no seu Imposto de Renda 2023. Clique aqui e acesse um tutorial gratuito, elaborado pelo Seu Dinheiro, com todas as orientações sobre o tema.
Credit Suisse recebe “não” de grande investidor
A negativa do SNB em colocar mais dinheiro no Credit Suisse se deve a uma questão regulatória, como afirma o presidente da instituição, Ammar Al Khudairy.
Segundo ele, uma nova rodada de investimentos faria com que a participação da instituição no Credit Suisse superasse os 10% — e a regulação europeia não permite que os sauditas tenham uma porcentagem maior do que isso.
Não é de hoje que o Credit Suisse passa por maus lençóis, mas nesta semana a situação ficou mais complicada. Isso porque o banco sinalizou ter encontrado “fragilidades materiais” nos balanços de 2021 e 2022.
Vale lembrar que o Credit Suisse adiou a publicação de resultados a pedido do órgão regulador dos Estados Unidos, a SEC, o equivalente à CVM americana.
Em novembro do ano passado, as previsões já não eram boas: o Credit Suisse havia projetado um prejuízo de US$ 1,6 bilhão e planos de aumento de capital.
Crise dentro de crise dentro de crise…
Os problemas com o Credit Suisse acontecem em um momento particularmente difícil.
Isso porque, na semana passada, o Silicon Valley Bank (SVB) teve falência decretada após reportar prejuízo com venda de títulos do Tesouro americano — os chamados Treasuries — e desencadear uma corrida bancária internacional.
A partir daí, outras instituições de pequeno e médio porte como o Signature Bank também entraram no pacote de bancos que precisaram de ajuda do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) por meio do Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), usado para evitar uma crise maior.
Apesar de a inflação não dar a trégua esperada, os problemas com os bancos reforçam a tese de que o Fed precisa reduzir o aperto monetário por lá para controlar os efeitos da quebra de pequenas instituições por lá.
Credit Suisse terá “balanço forte”, diz presidente
Quem tenta segurar as pontas por enquanto é o presidente da instituição, Axel Lehmann.
Em um painel promovido pela CNBC, o chefe do Credit Suisse enfatizou que “dá ênfase para a redução do risco do balanço”. Quando questionado sobre uma possível ajuda do governo no futuro, ele se esquiva: “esse não é o tópico da conversa”.
“Somos regulamentados, temos fortes índices de capital, balanço muito forte. Estamos todos empenhados”, diz. Nos últimos 12 meses, as ações do banco já caíram 76,54%. Só em 2023, a desvalorização é de 37,10%.
Por essa nem Putin esperava: a previsão que coloca a Rússia à frente da maior economia do mundo
O Fundo Monetário Internacional (FMI) atualizou as projeções para a economia russa e os números revelam o segredo de Putin para manter o país em expansão
O maior bilionário do planeta ficou quase R$ 30 bilhões mais rico hoje. O que fez a fortuna do dono da Dior e da Louis Vuitton disparar?
O patrimônio do magnata de luxo francês acompanha a valorização das ações da LVMH; conheça os números do conglomerado que animaram o mercado hoje
Milei tem vitória no “STF” da Argentina e mantém decreto em vigor, mas batalha ainda não terminou
Mesmo que a Corte resolvesse barrar o DNU, Milei ainda tem uma carta na manga: ele poderá indicar até dois novos juízes para o tribunal
Como este bilionário que você provavelmente não conhece transformou uma fortuna de US$ 5 bilhões em US$ 51 bilhões de em um ano
O magnata asiático da indústria de energia conseguiu multiplicar a sua fortuna em dez vezes em um ano; entenda o que aconteceu
Invasão da China: como Biden e Trump querem frear os elétricos chineses liderados pela BYD nos EUA
Os veículos elétricos ainda não são vendidos no país, mas despertam cada vez mais preocupação de políticos e empresários do segmento, que colocam planos para barrar a maré vermelha à prova
Segura, Javier Milei: Argentina terá inflação de “apenas” 150% em 2024, mas contração econômica será maior, diz FMI
As projeções para 2025 melhoram, com a expectativa de que a inflação fique em 45% no ano e a atividade econômica cresça 5% em relação a 2024
Juros em alta? Presidente do Fed fala pela primeira vez após dado de inflação e dá sinal claro do que vai acontecer nos EUA — bolsas sentem
A declaração de Powell voltou a sacudir os mercados: Wall Street devolveu ganhos, com o S&P 500 no vermelho, e os yields (rendimentos) dos títulos do Tesouro norte-americano voltaram a disparar
Fogo alto: o revide de Israel contra o Irã coloca Netanyahu em uma panela de pressão — mas há uma saída possível
O mundo se pergunta quando Israel vai revidar à ofensiva iraniana e uma autoridade do país dá uma pista do que pode acontecer daqui para frente
‘Petróleo branco’, níquel e satélites: conheça interesses de Elon Musk no Brasil
Entre seus principais alvos está a mineração, que abastece suas indústrias com materiais necessários para produção
A resposta de Israel ao Irã ainda não veio: por que você deveria estar preocupado mesmo assim
Os preços do petróleo ainda rondam patamares elevados e algumas das principais bolsas do mundo operaram em queda nesta segunda-feira (15)
Leia Também
-
O maior bilionário do planeta ficou quase R$ 30 bilhões mais rico hoje. O que fez a fortuna do dono da Dior e da Louis Vuitton disparar?
-
Muito além de Cajamar: Log (LOGG3) prevê maior demanda por galpões fora do Sudeste, mas ainda nos grandes centros
-
Smart Fit (SMFT3) vai virar "monstro"? Banco recomenda compra das ações e vê espaço para rede de academias dobrar de tamanho
Mais lidas
-
1
Klabin (KLBN11) e Gerdau (GGBR4) vão distribuir mais de R$ 5,5 bilhões em ações; veja como vai funcionar a bonificação
-
2
Meu CRI, Minha Vida: em operação inédita, Opea capta R$ 125 milhões para financiar imóvel popular de clientes da MRV
-
3
O fracasso das empresas “sem dono” na B3. Por que o modelo das corporations vai mal na bolsa brasileira