Um negócio para lá de polêmico chegou ao fim nesta quinta-feira (9): a Vale (VALE3) concluiu a venda de sua participação na Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) para a ArcelorMittal — um negócio avaliado em US$ 2,2 bilhões (R$ 11,3 bilhões).
De acordo com a Vale, a transação reforça a estratégia da mineradora de simplificação de portfólio, com foco nos principais negócios e oportunidades de crescimento, pautados pela alocação de capital disciplinada.
A entrada da Vale na siderúrgica, no entanto, provocou polêmica. O investimento, feito em 2008, foi defendido por Luiz Inácio Lula da Silva — que também era presidente na época — e levantou suspeitas de uma possível interferência do governo na companhia.
A polêmica entre a Vale e Pecem
A Vale passou para a iniciativa privada ainda nos anos 1990, mas manteve por vários anos fundos de pensão estatais entre os principais acionistas.
A partir do segundo mandato, Lula aumentou os esforços para aumentar os investimentos das estatais e de grandes empresas em projetos no país.
Essa postura colocou o petista em vários momentos em rota de colisão com o então presidente da mineradora, Roger Agnelli. Ele acabou substituído do comando da companhia em 2011, já no início da gestão de Dilma Rousseff.
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O investimento em Pecém
A Vale tinha uma participação de 50% da CSP e tinha como sócias as coreanas Dongkuk (30%) e Posco (20%). Do ponto de vista financeiro, o investimento na siderúrgica cearense de fato não parece ter sido dos melhores para a Vale.
A CSP fica no município de São Gonçalo do Amarante e ocupa uma área de 571 hectares do Complexo Industrial e Portuário do Pecém. A siderúrgica possui capacidade instalada de 3 milhões de toneladas de placas de aço por ano.
A ArcelorMittal avaliou a companhia em aproximadamente US$ 2,2 bilhões (R$ 11,6 bilhões, no câmbio atual). Mas a Vale não verá esse valor entrando no caixa, já que os recursos irão para o pagamento antecipado do saldo da dívida líquida de aproximadamente US$ 2,3 bilhões da CSP.