Dividendos ameaçados? Entenda motivos por trás das maiores pagadoras do Brasil, Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), reduzirem proventos
Juntas, as duas companhias representaram 57% do total de proventos pagos aos investidores no País em 2022 e 41% em 2021

Petrobras (PETR3/PETR4) e Vale (VALE3), as duas maiores pagadoras de dividendos do Brasil, vêm reduzindo o ritmo de distribuição de lucros aos acionistas, mas por motivos bem diferentes. Juntas, as duas companhias representaram 57% do total de proventos pagos aos investidores no País em 2022 e 41% em 2021.
Este ano, até outubro, a participação caiu para 38%, mostra estudo da plataforma Meu Dividendo.
Enquanto na Vale a redução se deveu à perda de fôlego da economia da China, maior compradora de minério de ferro do mundo, que afetou os resultados financeiros da mineradora, na Petrobras, mudanças políticas pesaram, ressalta Wendell Finotti, fundador e CEO da Meu Dividendo.
E na petroleira o valor distribuído aos acionistas pode cair ainda mais, caso uma assembleia que deve ocorrer em novembro aprove a criação de uma reserva de remuneração de capital. Na prática, a medida pode limitar o quanto do caixa é distribuído como dividendos aos acionistas.
Petrobras: mudança de estratégia
Para Finotti, a nova proposta da petroleira preocupa mais pela questão de governança, por conta da medida que abre as portas para indicações políticas na gestão da petroleira, do que pela redução dos pagamentos de dividendos em si, estratégia que já vem acontecendo na companhia.
A Petrobras distribuiu 76% do lucro no ano passado, considerando dados do terceiro trimestre. Este ano, o porcentual caiu para 53% até o final da primeira metade do ano.
Leia Também
Em um ano que começou com a revelação do escândalo contábil na Americanas logo na primeira semana e vem sendo marcado por incertezas diversas no Brasil e no exterior, as empresas de capital aberto em geral reduziram a distribuição de dividendos.
- Vivo (VIVT3) pode pagar R$ 5 bi em dividendos a partir de 2024 e ter um dos yields mais altos da B3
Nos 10 primeiros meses do ano caíram 31%, para R$ 176 bilhões, segundo o estudo da Meu Dividendo.
Inicialmente se imaginava que a distribuição de dividendos fosse ser a maior da história em 2023, mas na prática não é o que vem acontecendo. Após um janeiro com pagamentos recordes, as empresas foram mês a mês diminuindo a distribuição.
Incertezas pesam e empresas adotam postura defensiva
"O mercado de dividendos está em transformação este ano", afirma Finotti. "Em momentos de incerteza, as empresas preferem manter recursos em caixa. E estamos passando por várias turbulências, econômicas, políticas, duas guerras em andamento, inflação.", ressalta o executivo.
Uma das estratégias das companhias para ter mais dinheiro em caixa é aumentar o prazo entre o anúncio da distribuição do provento e o efetivo recebimento do recurso pelo acionista, que tem se alongado este ano.
"As empresas começam a segurar o pagamento do dividendo por um período maior", comenta Finotti. Em outubro, a média para pagamento foi de 117 dias, o prazo mais longo dos últimos seis anos, mostra levantamento do Meu Dividendo. No mesmo mês de 2022, eram 58 dias, e de 2021, 49.
Na média, este ano, o prazo para pagamento do dividendo está em 67 dias, acima dos 55 de 2022 e dos 63 de 2021, ano ainda marcado pelas paralisações da pandemia e, consequentemente, pela maior incerteza.
*Com informações do Estadão Conteúdo
CPFL (CPFE3), Taesa (TAEE11), Embraer (EMBR3) e SLC Agrícola (SLCE3) vão distribuir quase R$ 4 bilhões em dividendos
A maior fatia é da CPFL, que pagará R$ 3,2 bilhões em proventos adicionais ainda sem data definida para pingar na conta dos acionistas
Petrobras (PETR4): produção de petróleo fica estável em trimestre marcado pela queda de preços
A produção de petróleo da estatal foi de 2,214 milhões de barris por dia (bpd) entre janeiro e março, 0,1% menor do que no mesmo período do ano anterior, mas 5,5% maior na comparação trimestral
Gerdau (GGBR4) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4) anunciam R$ 322 milhões em dividendos
Distribuição contempla ações ordinárias e ADRs; confira os detalhes
Yudqs (YDUQ3) e Cogna (COGN3) vão distribuir R$ 270 milhões em dividendos; veja quem mais paga
A maior fatia dos proventos é da Yudqs, que pagará R$ 150 milhões em proventos adicionais no dia 8 de maio
Engie (EGIE3) distribui mais R$ 715 milhões em dividendos e total pago no ano chega a R$ 1,8 bilhão; confira os prazos
O montante anunciado agora se junta aos R$ 1,2 bilhão previamente anunciados pela companhia de energia em 2024
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Consórcio formado por grandes empresas investe R$ 55 milhões em projeto de restauração ecológica
A Biomas, empresa que tem como acionistas Itaú, Marfrig, Rabobank, Santander, Suzano e Vale, planeja restaurar 1,2 mil hectares de Mata Atlântica no sul da Bahia e gerar créditos de carbono
Fernando Collor torna-se o terceiro ex-presidente brasileiro a ser preso — mas o motivo não tem nada a ver com o que levou ao seu impeachment
Apesar de Collor ter entrado para a história com a sua saída da presidência nos anos 90, a prisão está relacionada a um outro julgamento histórico no Brasil, que também colocou outros dois ex-presidentes atrás das grades
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Vale (VALE3) volta ao azul no primeiro trimestre de 2025, mas tem lucro 17% menor na comparação anual; confira os números da mineradora
A mineradora explica que os maiores volumes de vendas e custos menores, combinados com o melhor desempenho da Vale Base Metals, compensaram parcialmente o impacto dos preços mais baixos de minério e níquel
Copel (CPLE6) vai distribuir R$ 1,25 bilhão em dividendos; confira quando essa bolada vai pingar na conta e quem mais paga
A maior fatia dos proventos é da Copel, referentes a proventos adicionais, enquanto a Magazine Luiza distribui proventos referentes ao lucro de 2024
Dividendos extraordinários estão fora do horizonte da Petrobras (PETR4) com resultados de 2025, diz Bradesco BBI
Preço-alvo da ação da petroleira foi reduzido nas estimativas do banco, mas recomendação de compra foi mantida
CCR agora é Motiva (MOTV3): empresa troca de nome e de ticker na bolsa e anuncia pagamento de R$ 320 milhões em dividendos
Novo código e nome passam a valer na B3 a partir de 2 de maio
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
É investimento no Brasil ou no exterior? Veja como declarar BDR no imposto de renda 2025
A forma de declarar BDR é similar à de declarar ações, mas há diferenças relativas aos dividendos distribuídos por esses ativos
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
A Vale (VALE3) vai tropeçar de novo? Saiba o que esperar do resultado financeiro da mineradora no primeiro trimestre
A companhia divulga na quinta-feira (24), após o fechamento do mercado, os números de janeiro a março deste ano
Dividendos: Vivara (VIVA3) e RD Saúde (RADL3) distribuem juntas mais de R$ 250 milhões em proventos; confira os prazos
A maior fatia dos proventos é da Vivara, referentes ao lucro líquido de 2024, enquanto a RD Saúde distribui proventos adicionais à base acionária
JBS (JBSS3): Vêm mais dividendos bilionários por aí? Bancão diz que é hora de colocar os papéis na carteira
Apesar de ser a companhia com um dos maiores retornos, ainda há obstáculos no caminho da JBS
Agenda econômica: é dada a largada dos balanços do 1T25; CMN, IPCA-15, Livro Bege e FMI também agitam o mercado
Semana pós-feriadão traz agenda carregada, com direito a balanço da Vale (VALE3), prévia da inflação brasileira e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN)