Lemann e sócios abrem a carteira e propõem injetar R$ 10 bilhões na Americanas (AMER3) para fechar acordo com credores
A varejista ainda discute a proposta com os credores, mas vale destacar que a oferta anterior, que previa um aumento de capital de R$ 7 bilhões, foi rejeitada
Os empresários Jorge Lemann, Marcell Telles e Beto Sicupira, sócios de referência da Americanas (AMER3), concordaram em abrir ainda mais a carteira para tentar resgatar a varejista em recuperação judicial. Depois de ter uma proposta de aumento de capital de R$ 7 bilhões rejeitada pelos credores, a companhia elevou a oferta para R$ 10 bilhões.
Segundo comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a nova cifra "tem suporte dos acionistas de referência" e foi apresentado aos credores pela Rothschild & Co — a assessora contratada pela Americanas para auxiliá-la na recuperação judicial — em reuniões realizadas entre ontem e esta terça-feira (7).
"Não houve, até o momento, acordo com relação à proposta apresentada", declara a Americanas.
Vale destacar que a soma proposta considera o financiamento DIP — ou empréstimo extraconcursal — de R$ 2 bilhões já aportado na empresa após a descoberta do rombo contábil que levou ao pedido de recuperação judicial.
Americanas (AMER3) versus bancos
Apesar do considerável aumento na soma, ainda não há como afirmar se ela será suficiente para os credores da Americanas.
Os grandes bancos privados são os que possuem a maior exposição à dívida de R$ 42 bilhões da Americanas. O Bradesco (BBDC4), por exemplo, tem R$ 4,8 bilhões comprometidos com a varejista e provisionou 100% desse montante no balanço do quarto trimestre.
Itaú, Santander Brasil e BTG Pactual também foram atingidos pelo evento e precisaram fazer ajustes em seus resultados trimestrais, em maior ou menor grau.
Mesmo o Banco do Brasil, cuja exposição é de 'apenas' R$ 1,3 bilhão — a menor entre os grandes bancos brasileiros — também precisou fazer provisões adicionais.
Lemann, Telles e Sicupira: pouco a falar
Em termos oficiais, os bilionários Jorge Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira — os acionistas de referência da Americanas que, juntos, são donos de 30,12% do capital social da empresa — manifestaram-se apenas uma vez sobre o caso.
Em 22 de janeiro, mais de 10 dias após a eclosão da crise — e num momento em que a Americanas já tinha entrado com o pedido de recuperação judicial —, os três sócios da 3G Capital disseram, em carta, que "jamais tiveram conhecimento" das inconsistências contábeis na varejista.
O documento, no entanto, não citava qualquer compromisso por parte de Lemann, Telles e Sicupira com uma eventual capitalização da Americanas.
Vem oferta de ações da Caixa Seguridade (CXSE3) por aí? Caixa autoriza estudos para possível venda de papéis da seguradora
A Caixa é dona de 82,75% do capital da seguradora, mas o possível follow-on não teria como objetivo alterar o controle da empresa
Surpresa de Páscoa: TIM Brasil (TIMS3) pagará R$ 1,31 bilhão em dividendos nos próximos meses; veja quem tem direito
Pagamento de cerca de R$ 0,54 por ação será efetuado nos meses de abril, julho e outubro
Lucro da Taurus (TASA4) desaba com “efeito Lula” — mas CEO revela como empresa quer se “blindar” dos ventos contrários em 2024
Salesio Nuhs contou para o Seu Dinheiro as principais apostas da fabricante de armas para este ano — e deu um “spoiler” sobre o que esperar dos dividendos em 2024
Grupo GPS (GGPS3) chega ao “bandejão da firma” com aquisição e adiciona bilhões em receita; ações sobem forte na B3
Com a GRSA, o Grupo GPS amplia a oferta no “cardápio” de serviços que oferece. A empresa vem enfileirando aquisições desde o IPO, em 2021
Conseguiu uma boa grana: Cemig (CMIG4) pode pagar mais dividendos após acordo bilionário com a Vale (VALE3), diz XP
Para a corretora, anúncio de venda da Aliança Energia para a Vale não surpreende, mas valor obtido pode turbinar dividendos da Cemig
Oi (OIBR3) tem prejuízo, queda de receita e Ebitda negativo no 4T23; empresa propõe novo grupamento para deixar de ser “penny stock”
Oi (OIBR3) teve prejuízo líquido de R$ 486 milhões nos últimos três meses de 2023 e fechou o ano com dívida líquida de mais de R$ 23 bilhões
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha
Desse montante, segundo a Cemig, serão abatidos dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP) distribuídos ou aprovados até o fechamento da operação
Klabin (KLBN11) ou Suzano (SUZB3)? Uma delas está barata. Itaú BBA eleva preço-alvo das duas ações e conta qual é a oportunidade do momento
Tanto as units da Klabin como as ações da Suzano operam em alta na bolsa brasileira nesta quarta-feira (27), mas só uma delas é a preferida do banco de investimentos; descubra qual
Finalmente, um oponente à altura da Nvidia? Empresas de tecnologia se unem para combater hegemonia da gigante de IA
A joia da coroa da Nvidia está muito menos exposta: é o sistema plug and play da empresa, chamado CUDA, e é com ele que o setor quer competir
Sete anos após o Joesley Day, irmãos Batista retornam à JBS (JBSS3); ação reage em queda ao resultado do 4T23
A volta de Joesley e Wesley, que foram delatores da Lava Jato, acontece após uma série de vitórias judiciais da JBS e dos empresários
Leia Também
Mais lidas
-
1
O carro elétrico não é essa coisa toda — e os investidores já começam a desconfiar de uma bolha financeira e ambiental
-
2
Ações da Casas Bahia (BHIA3) disparam 10% e registram maior alta do Ibovespa; 'bancão' americano aumentou participação na varejista
-
3
Acordo bilionário da Vale (VALE3): por que a mineradora pagou US$ 2,7 bilhões por 45% da Cemig GT que ainda não tinha