Por que o mercado ignorou o recado do Banco Central e manteve a previsão de queda da Selic em 2023
Divulgação da ata do Copom, prevista para amanhã, pode ter levado parte dos agentes do mercado a aguardar o documento para rever a taxa Selic, mas não é só isso
A pesquisa Focus do Banco Central (BC) veio à tona na manhã desta segunda-feira com variações residuais nas projeções de inflação (para cima) e do PIB (para baixo) em 2023. O que saltou aos olhos, entretanto, foi o que não se moveu. Pela terceira semana seguida, a mediana das expectativas dos agentes de mercado para a taxa Selic ao fim de 2023 permaneceu em 12,50% ao ano.
Embora esteja acima da projeção de quatro semanas atrás (12,25%), uma leitura fria do resultado sugere que o mercado espera do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC cortes da ordem de 125 pontos-base até o fim do ano.
Recorrendo ao dicionário de bancocentralês, pode-se dizer que a expectativa está desancorada. Da realidade.
VEJA TAMBÉM - Lula X Banco Central: quem vence a 'guerra'?
A dura linguagem do Copom
Na semana passada, depois de o Copom ter decidido manter a Selic em 13,75% ao ano pelo próximo mês e meio, a dura linguagem do comunicado teve impacto direto sobre a inclinação da curva de juros futuros.
A leitura dos analistas é de que o Copom deve manter a taxa básica de juro em 13,75% ao ano por mais tempo que o esperado anteriormente, retardando assim o início de um futuro alívio monetário.
A queda de braço entre BC e governo
As justificativas do Copom são a desancoragem das expectativas de inflação no longo prazo e o risco fiscal. No entanto, a situação da taxa de juro tem como pano de fundo uma queda de braço entre o Palácio do Planalto e o Banco Central.
Leia Também
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já questionou em mais de uma ocasião a autonomia do Banco Central e cobra da autoridade monetária participação em um esforço conjunto em sua tentativa de recuperar a economia.
Para Lula e seus ministros, o novo governo assumiu há pouco mais de um mês e não é responsável pelo atual déficit fiscal nem pelo nível da inflação, motivo pelo qual mereceria um voto de confiança do BC para recolocar a casa em ordem.
Voltando à Focus
Além da taxa Selic, outro foco de tensão entre o novo governo e o BC é a condução do regime de metas de inflação.
Em última instância, uma eventual alteração das metas tem potencial de impacto imediato sobre as expectativas para o IPCA neste e nos próximos anos.
- Pensando em como buscar lucros em 2023? Este material completo e exclusivo mostra os caminhos mais promissores para buscar ganhos com ações, FIIs, BDRs e muito mais neste ano. CONFIRA AS INDICAÇÕES AQUI
Mas o que surpreendeu na edição desta semana da Focus foi a permanência da projeção para a Selic no mesmo nível pela terceira semana seguida.
“Essas expectativas são tímidas e ainda não refletem o potencial de revisão que a gente pode encontrar na semana que vem”, afirma Mirella Hirakawa, economista sênior da AZ Quest.
Na avaliação de analistas consultados pelo Seu Dinheiro, o movimento (ou falta de) tem dois motivos principais:
- a ata da última reunião do Copom; e
- as datas críticas de alimentação da base de dados do BC.
A divulgação da ata da última reunião do Copom, prevista para amanhã, pode ter levado parte dos agentes do mercado a aguardar o documento antes de revisarem suas projeções.
Já a próxima data crítica de alimentação da base de dados é 10 de fevereiro, sexta-feira. É quando os agentes mais bem ranqueados devem enviar suas novas projeções ao BC.
No comunicado divulgado junto com a decisão do Copom, na semana passada, o BC sinalizou que o cenário de referência é insuficiente para ancorar as expectativas às metas de inflação.
A autoridade monetária também recorreu a um dos cenários alternativos para indicar que seu plano de voo para a ancoragem das expectativas poderia incluir a manutenção da taxa Selic a 13,75% ao ano até o terceiro trimestre de 2024.
Na avaliação de Mirella Hirakawa, “o mercado deve migrar para essa manutenção e a gente deve ver revisões mais significantes na semana que vem”.
O pior ficará em 2024? Com queda de 47% no ano, ação da Kora (KRSA3) sobe após conclusão de reperfilamento da dívida
Depois de se debruçar nos últimos meses na operação, a companhia agora tem os instrumentos necessários para fortalecer sua estrutura de capital e também a liquidez
Quando até a morte é incerta: Em dia de agenda fraca, Ibovespa reage ao IBC-Br em meio a expectativa de desaceleração
Mesmo se desacelerar, IBC-Br de outubro não altera sinalizações de alta dos juros para as próximas reuniões
A Selic subiu, o dólar disparou e chegou a hora de fazer alguns ajustes no portfólio – mas sem exageros
Muitas vezes os investidores confundem “ajustes” com “mudança completa” e podem acabar sendo pegos no contrapé, perdendo muito dinheiro com aquilo que acreditavam ser uma estratégia defensiva
Dólar vai acima de R$ 7 ou de volta aos R$ 5,20 em 2025: as decisões do governo Lula que ditarão o futuro do câmbio no ano que vem, segundo o BTG
Na avaliação dos analistas, há duas trajetórias possíveis para o câmbio no ano que vem — e a direção dependerá quase que totalmente da postura do governo daqui para frente
Suzano (SUZB3) revisa estimativas de custos devido à alta do dólar e da inflação e ações caem na B3 durante Investor Day
O CEO da empresa de papel e celulose, Beto Abreu, disse que investidores não deveriam esperar por uma grande aquisição da companhia nos próximos anos
Depois do adeus de Campos Neto com alta da Selic, vem aí a decisão dos juros nos EUA — e o mercado diz o que vai acontecer por lá
Novos dados de inflação e emprego da maior economia do mundo deixam mais claro qual será o próximo passo do Fed antes da chegada de Donald Trump na Casa Branca; por aqui, Ibovespa recua e dólar sobe
‘Morte política’ de Bolsonaro e Lula forte em 2026? Veja o que a pesquisa Quaest projeta para a próxima eleição presidencial
Da eleição de 2022 para cá, 84% dos entrevistados não se arrependem do voto, mostrando que a polarização segue forte no país
‘É possível que sintamos saudades da Selic a 13,75% ao ano’, diz analista: onde investir na renda fixa após o Copom e IPCA de novembro?
De tédio nenhum investidor está sofrendo nesta semana. Duas divulgações macroeconômicas importantes rondam os noticiários durante esses dias. A última terça-feira (10) começou com o anúncio do IPCA de novembro, que desacelerou 0,39% e acumula 4,87% nos últimos 12 meses – bem acima do teto da meta de inflação, estabelecido em até 4,5%. O indicador […]
Ninguém escapa da Selic a 12,25%: Ações do Carrefour (CRFB3) desabam 10% e lideram perdas do Ibovespa, que cai em bloco após aperto de juros pelo Copom
O desempenho negativo das ações brasileiras é ainda mais evidente entre as empresas cíclicas e companhias que operam mais alavancadas
Happy Hour garantido para os acionistas da Ambev (ABEV3): Gigante das cervejas vai distribuir R$ 10,5 bilhões em dividendos e JCP
A chuva de proventos da Ambev deve pingar em duas datas. Os JCP serão pagos em 30 de dezembro deste ano, enquanto os dividendos serão depositados em 7 de janeiro de 2025
Alupar (ALUP11) anuncia recompra de ações: o que isso significa para investidores da empresa de energia elétrica?
Programa de aquisição de units representa a 1,17% do capital social da empresa
Caça ao tesouro (Selic): Ibovespa reage à elevação da taxa de juros pelo Copom — e à indicação de que eles vão continuar subindo
Copom elevou a taxa básica de juros a 12,25% ao ano e sinalizou que promoverá novas altas de um ponto porcentual nas próximas reuniões
É hora de ser conservador: os investimentos de renda fixa para você se proteger e também lucrar com a Selic em alta
Banco Central aumentou o ritmo de elevação na taxa básica de juros, favorecendo os investimentos atrelados à Selic e ao CDI, mas investidor não deve se esquecer de se proteger da inflação
Selic vai a 12,25% e deixa renda fixa conservadora ainda mais atrativa; veja quanto rendem R$ 100 mil na sua reserva de emergência
Copom aumentou a taxa básica em mais 1,00 ponto percentual nesta quarta (11), elevando ainda mais o retorno das aplicações pós-fixadas
No adeus de Campos Neto, Copom pisa mais fundo no acelerador, eleva Selic para 12,25% e indica taxa acima dos 14% no ano que vem
Trata-se da terceira elevação da taxa desde o final do ciclo de corte nos juros, em setembro. E novos ajustes da mesma magnitude devem ocorrer nas próximas reuniões
Hapvida (HAPV3) sobe na B3 em meio a estimativas sobre novos reajustes nos planos de saúde — mas esse bancão ainda prefere outras duas ações do setor
Em contas preliminares do BTG Pactual, os planos de saúde individuais devem passar por um aumento de cerca de 5,6% nos preços para o ciclo 2025-26
Rodolfo Amstalden: Às vésperas da dominância fiscal
Até mesmo os principais especialistas em macro brasileira são incapazes de chegar a um consenso sobre se estamos ou não em dominância fiscal, embora praticamente todos concordem que a política monetária perdeu eficácia, na margem
Hidrovias do Brasil (HBSA3) pede autorização para vender 20% dos ativos e ações sobem na B3. Vale a pena embarcar nessa agora?
Companhia viu lucro virar prejuízo no terceiro trimestre, já anunciou aumento de capital e papéis já acumulam mais de 26% de perdas no ano
CSN (CSNA3) atualiza projeções de investimento e faz proposta por uma das maiores operadoras logísticas do Brasil
A companhia pretende adquirir 70% da Tora Transportes, mas ações caem na B3 em reação aos novos planos da siderúrgica
Stuhlberger à procura de proteção: lendário fundo Verde inicia posição vendida na bolsa brasileira e busca refúgio no dólar
Com apostas em criptomoedas e dólar forte, o Verde teve desempenho consolidado mensal positivo em 3,29% e conseguiu bater o CDI em novembro