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Camille Lima
Camille Lima
Repórter no Seu Dinheiro. Estudante de Jornalismo na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS). Já passou pela redação do TradeMap.
ROMBO GRANDE

Caos na Americanas (AMER3) faz Lemann e seus sócios perderem um bilhão de dólares e caírem no ranking de bilionários

Lemann, Sicupira e Telles são os principais acionistas da varejista e veem suas fortunas despencarem cerca de US$ 1,01 bilhão, segundo a Forbes

Camille Lima
Camille Lima
13 de janeiro de 2023
9:04 - atualizado às 9:49
Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, bilionários acionistas da Americanas (AMER3)
Jorge Paulo Lemann, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, acionistas da Americanas (AMER3). - Imagem: Estadão Conteúdo/Reprodução/Divulgação/Montagem Seu Dinheiro

“Sonhar grande dá o mesmo trabalho que sonhar pequeno”, disse Jorge Paulo Lemann certa vez. Acontece que parte do sonho grande do qual o bilionário e seus fiéis escudeiros Carlos ‘Beto’ Sicupira e Marcel Telles perseguem há décadas virou em um amargo pesadelo no caso do investimento na Americanas (AMER3).

A descoberta de “inconsistências” que representam um rombo contábil da ordem de R$ 20 bilhões dizimou o valor de mercado da varejista, que derreteu 77,33% na B3 ontem, incluindo a participação de 31,13% que o trio detém na companhia.

A fatia nas Americanas representa uma parcela pequena do patrimônio multibilionário dos empresários. Mas a descoberta dos problemas colossais no balanço, em conjunto com a queda no valor de mercado de outras empresas, levou o trio a cair algumas posições no prestigiado ranking de bilionários da revista Forbes.

Formada por cerveja, ketchup e hambúrguer, a fortuna combinada do trio caiu US$ 1,01 bilhão entre ontem e hoje, de acordo com o levantamento em tempo real da publicação.

Na mesma base de comparação, as ações da AB Inbev (ABEV3), que representam grande parte do patrimônio dos empresários, caíram 1,33% na bolsa brasileira ontem. Por sua vez, os papéis da operadora do Burger King no Brasil, a Zamp (BKBR3), recuaram 4,91% no último pregão.

VEJA TAMBÉM - É o fim para a Americanas? O que esperar de AMER3

A fortuna do trio

Apesar do caos no mercado financeiro, Jorge Paulo Lemann segue como o homem mais rico do Brasil, mas agora conta com uma fortuna avaliada em US$ 15,8 bilhões. No ranking global compilado pela Forbes, ele passou da 106ª para a 107ª posição.

Marcel Telles aparece com um patrimônio de US$ 10,7 bilhões e Beto Sicupira, de US$ 8,7 bilhões — cada um caindo, respectivamente, 3 e 7 posições na lista de pessoas mais ricas do mundo.

Ou seja, a derrocada das ações da Americanas não afetará a condição de multibilionários dos empresários. Mas eles provavelmente ainda terão de colocar a mão no bolso para capitalizar a varejista caso seja necessário.

Lemann, Telles e Sicupira na Americanas (AMER3)

Foi nos anos 80 que o trio de empresários mais famoso do Brasil decidiu investir na Lojas Americanas (AMER3), uma das primeiras companhias do país a ter ações listadas em bolsa de valores e que há muito estava na mira do carioca Jorge Paulo Lemann.

Fundada em 1929 por um grupo estrangeiro que buscava revolucionar o varejo brasileiro, a empresa surgiu com o intuito de apresentar-se como uma loja que reunisse produtos de vários segmentos e preços baixos para atender à população “esquecida” do Rio de Janeiro.

Acontece que, ao contrário do que era feito por Lemann, Carlos ‘Beto’ Sicupira e Marcel Telles em seus empreendimentos, a varejista não estava sendo acompanhada de perto por seus fundadores — e logo o negócio viu-se com problemas.

A empresa chamou a atenção dos donos do Banco Garantia, que haviam percebido em outros negócios que, para atingir os resultados que eles gostariam, era necessário assumir o controle das empresas e realmente colocar a mão na massa.

Afinal, na visão de Lemann, ainda que tudo desse errado na Americanas, seria possível ganhar dinheiro com a investida.

Então, o trio do Garantia saiu comprando ações da companhia no mercado, até que, em 1982, conseguiram assumir o seu controle, pagando cerca de US$ 24 milhões por uma fatia de 70% da varejista. 

Beto Sicupira foi o escolhido para representar o Garantia na Americanas. O comando do carioca na varejista foi inspirado em um exemplo nos Estados Unidos que já estava dando certo: o Walmart.

A rede norte-americana de lojas possuía um controle rigorosíssimo dos custos e se tornou uma referência para a Americanas.

Desse modo, assim que entrou para o comando da varejista, o empresário criou uma estratégia: conhecer o time, ficar com os melhores, demitir os demais e cortar gastos considerados “supérfluos”.

Não demorou muito para que surgisse a fama que o trio formado por Lemann, Sicupira e Telles carrega hoje. O empresário foi chamado de "trator", "dono da verdade" e "rolo compressor" por colegas de trabalho.

Em poucos meses, algo em torno de 40% do quadro de funcionários da Americanas foi demitido. Para tornar esse número um pouco mais palpável, estamos falando de cerca de 6,5 mil pessoas na rua.

Com o terror no ambiente de trabalho, o nada-amigável-carioca fez a Americanas valer bem mais do que quando o Garantia se tornou controlador em apenas um semestre.

Porém, Carlos Beto Sicupira não mostrava medo de seguir à risca os próprios princípios, e decidiu deixar a Americanas para dar lugar às novas gerações.

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