O que o Brasil precisa fazer para recuperar o grau de investimento, segundo a economista-chefe do Santander
Para Ana Paula Vescovi, “chegou a hora de a gente entregar melhores resultados fiscais e condições para o crescimento”
O Brasil precisa de reformas que melhorem o Produto Interno Bruto (PIB) potencial para voltar ao grupo de economias com grau de investimento. Quem afirma é a economista-chefe do banco Santander, Ana Paula Vescovi
O Brasil perdeu o selo de grau de investimento em 2015. Se a intenção for recuperá-lo, segundo a economista, “chegou a hora de a gente entregar melhores resultados fiscais e condições para o crescimento", afirma.
Ex-secretária do Tesouro, ela vê como positivo o movimento das agências de classificação de risco. Primeiro, com a S&P que, em junho, alterou de estável para positiva a perspectiva da nota de crédito do Brasil, e, ontem, pela Fitch, que melhorou o rating brasileiro de BB- para BB.
"O tempo (para voltar ao grau de investimento) só nós iremos (dizer), porque depende muito do que o Brasil vai fazer em termos de agenda de reformas e das respostas que daremos para as crises", diz.
VEJA TAMBÉM — “Sofri um golpe no Tinder e perdi R$ 15 mil”: como recuperar o dinheiro? Veja o novo episódio de A Dinheirista!
A seguir, os principais trechos da entrevista de Ana Paula Vescovi ao Estadão.
Estadão: Qual é a avaliação da senhora sobre a decisão da Fitch?
Ana Paula Vescovi: Foi extremamente positiva. O primeiro movimento começou com o outlook (positivo) da S&P e, hoje (quarta-feira, 26), veio o upgrade da Fitch.
Leia Também
Eu acho que a Moody's deve responder com um upgrade também, porque os fundamentos são mais ou menos os mesmos e foram colocados de forma bem clara no comunicado da Fitch.
O Brasil perdeu o grau de investimento em 2015 e, depois, outros downgrades vieram.
O comunicado coloca um tom de qual o caminho a economia brasileira percorreu desde a perda do grau de investimento e dos (seguidos) downgrades e o que ocorreu que suscitaram esses fatos positivos.
Agora, pela Fitch, o Brasil está a duas notas do grau do investimento. É possível chegar lá?
Não só é possível como desejável. É uma meta que o Brasil deveria perseguir e é uma nota importante para países que querem alçar uma condição de crescimento mais estável e sustentável.
O tempo só nós iremos (dizer), porque depende muito do que o Brasil vai fazer em termos de agenda de reformas e das respostas que daremos para as crises.
O comunicado da Fitch deixou claro isso: crises podem ocorrer, mas o importante é avaliar quais são as respostas a esses eventos e quão resiliente o País estará.
Mas é viável alcançar o grau de investimento com o arcabouço fiscal, que, de acordo com parte dos analistas, não deve reduzir a relação dívida/PIB?
Mais do que o arcabouço, agora, depende da execução.
Chegou a hora de a gente entregar melhores resultados fiscais e condições para o crescimento.
Traduzindo: são reformas que tragam um PIB potencial maior e de melhor qualidade.
O governo fala em zerar o déficit no ano que vem e entregar superávit de 1% do PIB em 2026. Ele vai conseguir alcançar as metas?
Acho essas metas extremamente desafiadoras. São impossíveis? Não, mas muito desafiadoras, dado que tem um ajuste pelo lado das receitas.
Antes de garantir a arrecadação, nós aumentamos a despesa. Esse aumento da despesa já vem dos últimos anos.
Agora, temos uma agenda claramente passando pelo ajuste no lado da receita, mas numa economia que, ciclicamente, em função do aperto monetário para o controle inflacionário, está passando por desaceleração.
O comunicado da Fitch dá destaques para as reformas realizadas no País. Qual é a avaliação da sra. sobre esse conjunto de mudanças?
As reformas foram importantes para o País. Desde a crise de 2015 e 2016, o Brasil enfrentou reformas para poder se recuperar.
Ele (o comunicado da Fitch) cita a reforma de pensões (da Previdência), a trabalhista e, agora, a tributária. Cita a independência do Banco Central.
Então acho que tem, sim, aspectos que são importantes para a sociedade entender que é fundamental esse esforço de debate.
Esse movimento das agências de classificação num período tão curto de governo surpreende?
Foram vários fatores que pavimentaram esse caminho. Na minha visão, as reformas foram um caminho muito importante, mas eu queria destacar outro fator que também tem sido importante para o Brasil.
É a robustez do nosso setor externo. E ela está assentada, primeiro, nas exportações - dois terços da pauta exportadora já são commodities.
Segundo, o câmbio flexível com um nível de reservas bem superior à média dos nossos pares, dos países emergentes. Terceiro, uma baixa dependência externa do financiamento da dívida pública brasileira.
O corte da Selic vem aí? Resposta do Copom estará nas entrelinhas do comunicado desta Super Quarta
Na última reunião do ano, mercado espera mudanças sutis no comunicado do comitê para consolidar apostas de cortes nos juros já em janeiro
Estes brinquedos já custam quase o mesmo que um smartphone da Samsung; veja a comparação
Modelos premium de Barbie, Lego e itens colecionáveis chegam ao varejo com preços que rivalizam com eletrônicos
Haddad crava: votação de projeto contra devedores contumazes deve acontecer nesta terça (9); ministro tenta destravar pauta fiscal
Haddad vê clima favorável na Câmara para avançar em medidas que reforçam a arrecadação e destravam o Orçamento de 2026
CNH sem autoescola aprovada: veja como será o novo processo e quanto você vai economizar
As novas regras da CNH sem autoescola, agora dentro do programa CNH do Brasil, reduzem custos, flexibilizam aulas e ampliam o acesso à habilitação
Com dividendos no radar, Prio (PRIO3) é a queridinha do BTG Pactual, mas preço-alvo cai
A atualização veio na esteira do Investor Day, quando a petroleira forneceu mais detalhes sobre o momentum operacional e as prioridades
Como vai funcionar a renovação automática da CNH para quem é bom motorista
Novas regras da CNH incluem renovação automática para bons condutores, provas mantidas, instrutores autônomos e queda de até 80% no custo da habilitação
'Não devemos ficar em berço esplêndido, temos de fazer um esforço fiscal maior', diz Alckmin
“Nós estamos num momento importante, com 5,4% de desemprego, o menor da série histórica, e com 4,4% de inflação, caindo, isso é raro”, afirmou o vice-presidente
Mega-Sena 2949 distribui R$ 20 milhões hoje, mas Timemania rouba a cena e dispara para R$ 61 milhões; veja os prêmios das loterias da Caixa
Confira os valores oferecidos pela Mega-Sena, Timemania, +Milionária, Lotofácil e demais modalidades da Caixa nos sorteios desta terça (9) e quarta-feira (10)
A nova compra do Itaú (ITUB4), que envolve cartões de Casas Bahia (BHIA3), GPA (PCAR3) e Assaí (ASAI3)
O maior banco privado do país adquiriu as participações de três varejistas na Financeira Itaú CBD; entenda a operação
O ano dos bilionários: nunca houve tantos super-ricos quanto em 2025, e eles nunca foram tão endinheirados
Os quase 3 mil bilionários do planeta concentram fortunas de US$ 15,8 trilhões; alta é decorrente do crescimento das empresas ligadas à inteligência artificial
Loterias da Caixa: Quina sorteia R$ 7,5 milhões nesta segunda; Timemania, com R$ 61 milhões, lidera premiações da semana
Com dezembro avançando e a Mega da Virada no horizonte, prêmios se acumulam e movimentam apostadores de todo o país
Super Quarta no radar: EUA e Brasil decidem juros em semana de IPCA; confira a agenda econômica dos próximos dias
O calendário também conta com publicação de dados dos Estados Unidos de meses anteriores, já que a paralisação do governo norte-americano interrompeu a divulgação de indicadores importantes
Representante dos EUA diz que compromissos comerciais da China estão ‘indo na direção certa’
O fluxo entre os dois países já caiu cerca de 25%, afirma o representante comercial dos EUAZ. “Provavelmente precisa ser menor para que não sejamos tão dependentes uns dos outros”
Mega-Sena: Ninguém acerta as seis dezenas e prêmio vai a R$ 20 milhões
Quarenta e dois apostadores acertaram a quina e vão receber, cada um, R$ 42.694,24
Renda da população deve continuar subindo no curto prazo: isso é bom ou ruim para a economia? Veja qual o impacto na inflação e nos juros
Mesmo com desaceleração da atividade econômica, renda deve continuar em alta; no entanto, isso não preocupa tanto os economistas
XP vê início dos cortes da Selic em março, mas não descarta começo mais cedo: sinais são positivos, e um dado atrapalha
Com a desaceleração da inflação e valorização do câmbio, BC pode começar ciclo de cortes da Selic, mas gastos do governo ainda preocupam
Ao Cade, entidades se posicionam contra fusão Petz (PETZ3) e Cobasi, que criaria gigante de R$ 7 bilhões
Além disso, alegam que a fusão Petz-Cobasi eleva em 35% o risco de fechamento de pet shops de bairro
Relator de PL sobre fim da escala 6×1 apresenta novo texto, com jornada de no máximo 40 horas semanais
Prates também colocou um dispositivo que dá a possibilidade de regime de trabalho na escala 4×3, com limite máximo de 10 horas diárias
Metrô de SP testa operação 24 horas, mas só aos finais de semana e não em todas as linhas; veja os detalhes
Metrô de SP amplia operação aos fins de semana e avalia se medida tem viabilidade técnica e financeira
Salário mínimo de 2026 será menor do que o projetado; veja valor estimado
Revisão das projeções de inflação reduz o salário mínimo em R$ 3 a estimativa do piso nacional para 2026, que agora deve ficar em R$ 1.627