Quantas vezes você muda de ideia? Disputa da Netflix e Disney mostra a importância da moderação para investidores
O fundador e primeiro CEO da Netflix, Marc Randolph, tem um ensinamento importante para investidores: mudar de ideia; entenda o motivo

Com qual frequência você muda de ideia? Todo dia, toda semana, uma vez por mês?
Confesso que, da mesma maneira que nunca havia me questionado sobre o quanto penso no Império Romano, também nunca havia pensado sobre qual é a frequência com a qual eu mudo de ideia.
Isso até me deparar com esta entrevista de Marc Randolph, fundador e primeiro CEO da Netflix, ao Collaborative Fund.
A pergunta feita a Randolph foi direta e simples: “Sobre o que você mudou de ideia recentemente?”
A resposta, um pouco mais complexa:
“Há alguns anos eu decidi que tentaria mudar de ideia sobre alguma coisa pelo menos uma vez por mês, e isso se mostrou muito fácil. Comecei com a política — somos [os Estados Unidos] uma nação polarizada (...) dividida em 50/50, não é razoável que 160 milhões de pessoas estejam totalmente erradas”, afirma.
Leia Também
Felipe Miranda: O fim do Dollar Smile?
Randolph conta que, daí em diante, começou a ter uma postura ativa de se questionar e entender todos os argumentos, como se precisasse debater um tema, sem saber antes qual lado teria que defender.
“Quanto mais eu fazia isso, mais eu percebia o quanto minhas opiniões eram rasas. E o quanto esse procedimento serve para todo tipo de questão”, diz Randolph.
Perceba o que ele disse no final: ”todo tipo de questão”.
Esse jeito de pensar do fundador da Netflix me chamou muito a atenção porque parece muito adequado para quem investe. Principalmente em ações.
Lá pelo ano de 2021 surgiu a Guerra do Streaming. A narrativa predominante era a de que a Disney destruiria a Netflix com seu serviço, o Disney+, já que teria melhores séries e a possibilidade de se associar aos streamings esportivos da ESPN, também propriedade da desafiante do mercado.
Muita gente comprou essa ideia e se jogou nas ações da Disney.
Dois anos depois, a Netflix se provou muito mais resiliente do que se imaginava, e ainda hoje tem as séries originais mais vistas entre streamings, enquanto seus desafiantes (além da Disney, a HBO), não corresponderam às expectativas do mercado em número de hits, de assinantes e de rentabilidade.
Hoje eles até licenciam parte de seu conteúdo para a Netflix. Mudar de ideia, nesse caso, era fundamental para os investidores de Disney.
Mas a parte que mais tem a ver com investimentos me parece o resultado final que esse jeito de pensar trouxe para Randolph: “Eu não gasto mais meu tempo pensando sobre por que eu estou certo. Agora eu gasto meu tempo tentando entender por que os outros acham que estou errado.”
Essa parte da entrevista me lembrou um processo que o João Braga, da Encore, explicou que implantou em sua gestora.
Ele — que costuma pregar que “gestor é pago para mudar de ideia” explicou no episódio 59 do Market Makers que todos os analistas da casa precisam responder a um questionário no qual uma pergunta se destaca: o que as pessoas que discordam de você acham?
Mudar de ideia e pensar como seus “antagonistas” só pode trazer benefícios para o investidor.
Como mostra Randolph, entender o jeito como os outros enxergam as coisas é muito mais proveitoso do que apenas reforçar o que você pensa e porque está certo, pois é nesse processo que você descobre como pode estar errado, o que pode não dar certo em um investimento, e até seus próprios vieses.
Como diz o ex-CEO e fundador da Netfflix: “é libertador".
Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje
Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”
Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil
Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas