Para fechar o ano com chave de ouro: um FII de presente de Natal!
Diante do momento de recuperação, os fundos de tijolos se tornam veículos evidentes para captura de valor; saiba qual se destaca dentro dessa categoria

Antes de tudo, gostaria de desejar um ótimo período de festas a todos.
O ano de 2023 foi repleto de emoções (dentro e fora do mercado financeiro), mas tenho a sensação de que encerramos o período com mais alegrias do que tristezas – o Ibovespa alcançando um novo recorde histórico certamente contribui para essa percepção.
Com um final de ano pujante para os ativos de risco, fica bem nítido o otimismo do mercado para 2024. Em poucos meses, tivemos diversas situações que retomaram a confiança dos investidores. Em especial, destaco a perspectiva de encerramento do ciclo de aperto monetário ao redor do mundo.
No Brasil, o afrouxamento monetário já começou, mas a Taxa Selic segue em patamar elevado (11,75% ao ano). Considerando tendência de queda dos juros e o histórico do mercado – a relação inversa entre os FIIs e o CDI é bem nítida – trata-se de um momento interessante para os ativos imobiliários.
Além disso, o spread (diferencial) entre o dividend yield do Ifix e a taxa real da NTN-B 2035 (principal referencial do mercado), permanece próximo de 5%, acima da média histórica. Se fizermos um exercício com a manutenção do nível de rendimentos do índice e da remuneração dos títulos públicos, o índice de fundos imobiliários deveria valorizar cerca de 15% para atingir a média dos últimos 7 anos.

Essa projeção favorável é compartilhada pelos integrantes do mercado. De acordo com a última Pesquisa com gestores de FIIs da Empiricus, o grau de confiança das casas segue crescendo para o mercado local, atingindo o campo "muito otimista", inclusive.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: A falácia da “falácia da narrativa”

Entre os motivos dessa avaliação, a perspectiva de redução da taxa de juros se mantém como o principal fundamento para crescimento da indústria, com praticamente metade dos votos totais.
Diante do momento de recuperação, os fundos de tijolos se tornam veículos evidentes para captura de valor. Os shoppings, segmento de melhor performance em 2023, devem continuar dominando o setor em 2024, conforme explicamos na seção abaixo.
Adicionalmente, a agenda de emissões de cotas da categoria já começou e deve acelerar ao longo de 2024. Fundos que negociam com prêmio devem encabeçar os maiores cheques novamente. Aqui, existe um potencial de aquisição de ativos a preços convidativos e/ou de readequação da estrutura de capital dos fundos.
Contudo, certamente serei mais diligente na análise de ofertas no próximo ano. Em momentos de empolgação do mercado, é provável que tenhamos propostas menos atrativas para os investidores.
- Leia também: Black Friday dos FIIs: como não pagar a metade do dobro nas ofertas de cotas de fundos imobiliários
Um setor de destaque em FII: os shopping centers
Após ser duramente impactado ao longo da pandemia, o setor de shopping centers voltou a chamar a atenção dos investidores. Em média, os principais FIIs do segmento acumulam retorno de 25% no ano, considerando a variação das cotas e os rendimentos distribuídos.
O apetite dos investidores por esses fundos é evidente, refletido em números expressivos de captação em ofertas encerradas nos últimos seis meses. Enquanto outros setores enfrentam desafios de levantar capital em suas emissões, os fundos de shopping centers não apenas atingiram, mas chegaram a superar os montantes iniciais pretendidos. Até o momento, os FIIs do setor captaram mais de R$ 2,2 bilhões no ano.
Essa demanda significativa tem permitido aos gestores ajustarem a estrutura de capital dos fundos, além de os direcionar para novas transações no setor. Em nosso levantamento, encontramos mais de 30 transações no ano para o segmento, sendo que a grande maioria conta com fundos imobiliários na ponta compradora.

Em meio ao movimento de expansão do setor, processos de M&A têm se mostrado bem aquecidos, com ativos sendo negociados a cap rates próximos de 9% ao ano e um valor por metro quadrado médio de R$ 18 mil, patamar competitivo em relação aos custos de reposição – não à toa, o desenvolvimento de novos ativos (greenfield) segue fora do radar do mercado.
Diante do fechamento da curva de juros, que tende a trazer maior fluxo de capital para ativos de risco, espero que as cotações dos FIIs se aproximem dos patamares do período pré-pandemia, época em que tais veículos eram negociados acima da sua cota patrimonial (em torno de 8%) – atualmente, a média P/VP dos fundos é quase zero.
Neste cenário, o ritmo de captação deve continuar intenso e, consequentemente, o mercado de M&As deve continuar aquecido. Tal ambiente abre espaço para a reciclagem de portfólio e ajuste de endividamento em alguns players.
No entanto, o próximo ano terá uma base comparativa mais sólida, portanto, as estimativas de crescimento operacional são mais discretas. Além disso, o ambiente das varejistas ainda pode influenciar negativamente a performance dos imóveis, especialmente quando avaliamos a inadimplência.
Uma aposta para 2024: HSI Malls (HSML11)
O HSML11 conta com um portfólio bem diversificado, atualmente com sete ativos que somam cerca de 194 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL), distribuídos em cinco estados, localizados nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste – todos empreendimentos maduros, com mais de dez anos de funcionamento.

Em termos de localização, o fundo conta com quatro empreendimentos no Sudeste do país (43% da ABL), sendo três deles no estado de São Paulo, que se mostra como uma região de destaque economicamente.
Ao longo de 2022, o fundo adicionou dois novos ativos ao seu portfólio, o Shopping Paralela, localizado em Salvador (BA), e o Shopping Uberaba, localizado na cidade de mesmo nome, em Minas Gerais.
Vale mencionar que o Shopping Uberaba é o destaque do portfólio do fundo em termos de resultado operacional líquido (NOI) acumulado em 2023, com elevação de 43% na comparação anual, bem acima da média dos seus pares – cenário similar ao visto no Shopping Paralela em seu primeiro ano no portfólio do HSML11. Esse incremento reflete a forte capacidade da gestão de implementar melhorias nos ativos adquiridos.
Para realizar as aquisições acima, a HSI optou por estruturar operações de securitização de recebíveis, elevando a dívida do fundo para o patamar de R$ 936,6 milhões, equivalente a um loan to value (LTV) de 37,7% – nível elevado e que merece ser observado com atenção.
Para 2024, o HSML11 deve manter suas distribuições em um patamar elevado, enquanto a gestão ganha tempo para estudar a melhor maneira de lidar com a alavancagem do fundo, seja por meio de emissão de cotas ou desinvestimento de ativos – ambos os cenários possuem perspectivas favoráveis para o próximo ano, conforme citei na seção anterior.
Em nossos modelos, identificamos que as cotas do fundo têm upside potencial de 8%, além de uma capacidade de geração de renda de 10% para os próximos 12 meses. Tais perspectivas colocam o HSML11 como uma das principais apostas para o segmento de shoppings para 2024.
Além do HSI Malls, trarei na série Empiricus Renda Imobiliária meus outros dois FIIs preferidos para 2024 nesta terça-feira (26). Nossa última seleção ("três ativos para 2023)" superou com folga o benchmark.
Além disso, a versão completa da Pesquisa com Gestores de FIIs (2S24), a principal pesquisa do mercado de fundos imobiliários, já está disponível na área do assinante.
Caso tenha interesse em conhecer, tenho mais um presente: degustação de 30 dias por apenas R$ 1,00. Basta acessar este link para ter acesso à assinatura e conferir todos as recomendações de FIIs!
- Além de HSML11: veja os 5 melhores fundos imobiliários da Bolsa brasileira para você investir ainda em dezembro e buscar lucro com a valorização das cotas e o pagamento de dividendos. A seleção de “craques” feita pelo analista Caio Araujo está disponível gratuitamente neste relatório.
Boas festas,
Caio
A dieta do Itaú para não recorrer ao Ozempic
O Itaú mostrou que não é preciso esperar que as crises cheguem para agir: empresas longevas têm em seu DNA uma capacidade de antecipação e adaptação que as diferenciam de empresas comuns
Carne nova no pedaço: o sonho grande de um pequeno player no setor de proteína animal, e o que move os mercados nesta quinta (11)
Investidores acompanham mais um dia de julgamento de Bolsonaro por aqui; no exterior, Índice de Preços ao Consumidor nos EUA e definição dos juros na Europa
Rodolfo Amstalden: Cuidado com a falácia do take it for granted
A economia argentina, desde a vitória de Javier Milei, apresenta lições importantes para o contexto brasileiro na véspera das eleições presidenciais de 2026
Roupas especiais para anos incríveis, e o que esperar dos mercados nesta quarta-feira (10)
Julgamento de Bolsonaro no STF, inflação de agosto e expectativa de corte de juros nos EUA estão na mira dos investidores
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
Por aqui, investidores avaliam retomada do julgamento de Bolsonaro; no exterior, ficam de olho na revisão anual dos dados do payroll nos EUA
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Fora da região metropolitana de Buenos Aires, o governo de Milei pode encontrar terreno mais favorável e conquistar resultados que atenuem a derrota provincial. Ainda assim, a trajetória dos ativos argentinos permanece vinculada ao desfecho das eleições de outubro.
Felipe Miranda: Tarcisiômetro
O mercado vai monitorar cada passo dos presidenciáveis, com o termômetro no bolso, diante da possível consolidação da candidatura de Tarcísio de Freitas como o nome da centro-direita e da direita.
A tentativa de retorno do IRB, e o que move os mercados nesta segunda-feira (8)
Após quinta semana seguida de alta, Ibovespa tenta manter bom momento em meio a agenda esvaziada
Entre o diploma e a dignidade: por que jovens atingidos pelo desemprego pagam para fingir que trabalham
Em meio a uma alta taxa de desemprego em sua faixa etária, jovens adultos chineses pagam para ir a escritórios de “mentirinha” e fingir que estão trabalhando
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana
Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados
Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)
O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado
Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira