Saiba qual ativo você deveria manter no radar para ter na carteira de investimentos em tempos de recessão
Estamos entrando num novo ciclo do mercado que intensificou-se em março e que provavelmente culminará em uma recessão global

Como o Matheus está de férias pelas próximas duas semanas, vou (tentar) ocupar o espaço dele por aqui às terças-feiras.
Trarei um complemento à minha análise de ontem, responderei um questionamento pertinente (que inclusive deu título à news de hoje) e falarei sobre um ativo que estamos olhando mais de perto.
Pra quem não leu a news de ontem, o resumo foi: estamos entrando num novo ciclo do mercado que intensificou-se em março e que provavelmente culminará em uma recessão global.
Com base nisso, aumentamos o caixa na nossa carteira de ações, reduzimos as concentrações e colocamos uma empresa com características mais defensivas.
01. A bolsa está barata
Sim, nossa bolsa está ridiculamente barata: os números não mentem, mas também não contam toda a história. Olha esses dois gráficos que o BTG Pactual enviou aos seus clientes ontem: o primeiro mostra o quão barato está o P/L (Preço/Lucro) projetado para 12 meses do índice de Small Caps.
Ele está mais que um desvio-padrão abaixo da média e perto do menor nível em 10 anos.
Um outro dado que o BTG divulgou e que eu gosto muito de olhar é o “earnings yield” das ações.
A conta é bem simples: invertemos o “P/L” para “L/P” - dessa forma, estimando qual seria o “yield” (rendimento) deste investimento, com base no lucro projetado - e subtraímos por uma taxa de longo prazo (o BTG subtraiu pelo juro estimado daqui 10 anos).
A conclusão: o prêmio que você ganha para carregar ações hoje é de 5,8% ao ano, número que está dois desvios-padrões acima da média histórica. Vale lembrar que os juros de longo prazo já estão em níveis bem altos.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora
Não são as únicas, mas são boas evidências para mostrar como nosso mercado está barato. Reforçando isso, gravamos ontem o próximo episódio do Market Makers com três gestores de uma das maiores casas multimercados do Brasil.
Um deles disse que, apesar do cenário tão preocupante para o Brasil no longo prazo, ele não consegue ficar vendido por causa dos níveis de preços. “Inclusive me dá até vontade de comprar às vezes”, disse ele (este episódio vai ao ar nesta quinta).
02. Recessão global à vista
Mas temos uma recessão a caminho: num outro relatório, este divulgado pelo Bank of America, eles mostraram qual é o comportamento médio do S&P500 em tempos de recessão. Nas últimas 10 recessões, o principal índice de ações americano caiu mais de 20% em 8 delas.
Uma frase do relatório resume bem o momento atual: “as pessoas estão muito otimistas com fortes quedas de juros e pouco pessimistas com a recessão”.
03. Investidor vai às compras?
Salomão, e se vocês estiverem errado? Ficarei muito feliz, pois é sinal de que as coisas não vão descambar como se esperava e, se isso acontecer, estamos com um bom caixa para ir às compras.
Reforçando o que escrevi ontem: embora tenha muita ação barata na bolsa, elas podem ficar baratas por muito tempo - ou até ainda mais baratas -, ao mesmo tempo que somos super bem pagos pelo CDI para esperar.
Não se trata de um call “anti-Brasil”, é muito mais um call de “espera um pouco mais”.
Por isso estamos sempre de olho no mercado, esperando pelo momento certo de dizer “mudamos de opinião”.
- Leia também: Conheça a ação preferida da carteira do novo capitão do fundo Verde, de Luis Stuhlberger
04. De olho no ouro
Dois minutos para falar de ouro: tá aí um ativo que jamais pensei que gastaria tanto tempo olhando. Não paga dividendo, não tem fluxo de caixa, não tem CDI… Mas o fato é que temos visto muitos gestores (de ações e multimercados) falando do ativo como bom componente neste momento.
Fomos estudar mais a fundo e trouxemos alguns insights interessantes:
Ouro a preço de ouro:
O preço da onça de ouro subiu 19,2% nos últimos três meses e está bem perto da sua máxima histórica.
Não era pro ouro subir:
Vale dizer que em tempos de juros em alta (como estamos vivendo agora), o ouro tende a perder atratividade.
Como o ouro não paga “yield”, vale mais a pena comprar um título do governo de um país seguro e ganhar o rendimento do juro do que carregar um ativo sem rendimento.
Por que ele subiu então?
O principal driver desta valorização foi o grande volume de compras por parte dos Bancos Centrais.
De acordo com o Conselho Mundial do Ouro (WGC, na sigla em inglês), BCs fizeram a maior compra já registrada na história para um 1º bimestre agora em 2023.
Por que eles compraram?
Podemos resumir em “reavaliação do risco de deixar todas as reservas em dólares”, movimento que ficou escancarado com as sanções contra a Rússia.
Num bom português: o Ocidente conseguiu tornar as reservas russas praticamente inúteis.
Sendo assim, qualquer BC de um país que demonstra ambições que desagradem o Ocidente podem sofrer as mesmas sanções (extra: ouvir este trecho de 4 minutos em que o Elmer Ferraz, gestor de ações da Verde, definiu o ouro como um “hedge geopolítico”).
Além de compradores importantes, BCs tendem a guardar o ouro adquirido por um bom tempo, deixando seu mercado ainda mais apertado.
A China é uma peça importante nessa tese. Suas reservas em ouro são 3,5% de suas reservas totais, muito abaixo da média global em 20%. Não que ela vá fechar esse
Além dessa maior demanda dos BCs, há o episódio recente do Silicon Valley Bank, em que o Fed mostrou clara preferência em dar suporte à estabilidade financeira ao invés de lutar contra a inflação, disse David Einhorn, fundador da Greenlight Capital e um dos gestores de hedge funds mais acompanhado pelo mercado, em um podcast recente.
Inflação mais alta significa juro real menor, aumentando assim a atratividade do ouro.
Se o ouro subiu mesmo com as taxas de juros em alta, o que acontecerá no final de 2023/começo de 2024, onde espera-se uma queda dos juros?
Você tem vários motivos para não investir em ouro no longo prazo (não paga dividendo, não paga “carrego”, commodity difícil de monitorar o fluxo…).
Mas temos bons indícios para considerá-lo um componente para a carteira em tempos de recessão.
Um forte abraço,
Thiago Salomão
Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio
Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Bolsa de Metais de Londres estuda ter preços mais altos para diferenciar commodities sustentáveis
Proposta de criar prêmios de preço para metais verdes como alumínio, cobre, níquel e zinco visa incentivar práticas responsáveis e preparar o mercado para novas demandas ambientais
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Nova temporada de balanços vem aí; saiba o que esperar do resultado dos bancos
Quem abre as divulgações é o Santander Brasil (SANB11), nesta quarta-feira (30); analistas esperam desaceleração nos resultados ante o quarto trimestre de 2024, com impactos de um trimestre sazonalmente mais fraco e de uma nova regulamentação contábil do Banco Central
Prio (PRIO3): Conheça a ação com rendimento mais atrativo no setor de petróleo, segundo o Bradesco BBI
Destaque da Prio foi mantido pelo banco apesar da revisão para baixo do preço-alvo das ações da petroleira.
Negociação grupada: Automob (AMOB3) aprova grupamento de ações na proporção 50:1
Com a mudança na negociação de seus papéis, Automob busca reduzir a volatilidade de suas ações negociadas na Bolsa brasileira
FI-Infras apanham na bolsa, mas ainda podem render acima da Selic e estão baratos agora, segundo especialistas; entenda
A queda no preço dos FI-Infras pode ser uma oportunidade para investidor comprar ativos baratos e, depois, buscar lucros com a valorização; entenda
Evasão estrangeira: Fluxo de capital externo para B3 reverte após tarifaço e já é negativo no ano
Conforme dados da B3, fluxo de capital externo no mercado brasileiro está negativo em R$ 242,979 milhões no ano.
Smart Fit (SMFT3) entra na dieta dos investidores institucionais e é a ação preferida do varejo, diz a XP
Lojas Renner e C&A também tiveram destaque entre as escolhas, com vestuário de baixa e média renda registrando algum otimismo em relação ao primeiro trimestre
Ação da Azul (AZUL4) cai mais de 30% em 2 dias e fecha semana a R$ 1,95; saiba o que mexe com a aérea
No radar do mercado está o resultado da oferta pública de ações preferenciais (follow-on) da companhia, mais um avanço no processo de reestruturação financeira
OPA do Carrefour (CRFB3): de ‘virada’, acionistas aprovam saída da empresa da bolsa brasileira
Parecia que ia dar ruim para o Carrefour (CRFB3), mas o jogo virou. Os acionistas presentes na assembleia desta sexta-feira (25) aprovaram a conversão da empresa brasileira em subsidiária integral da matriz francesa, com a consequente saída da B3
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
JBS (JBSS3) avança rumo à dupla listagem, na B3 e em NY; isso é bom para as ações? Saiba o que significa para a empresa e os acionistas
Próximo passo é votação da dupla listagem em assembleia marcada para 23 de maio; segundo especialistas, dividendos podem ser afetados
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Hypera (HYPE3): quando a incerteza joga a favor e rende um lucro de mais de 200% — e esse não é o único caso
A parte boa de trabalhar com opções é que não precisamos esperar maior clareza dos resultados para investir. Na verdade, quanto mais incerteza melhor, porque é justamente nesses casos em que podemos ter surpresas agradáveis.
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)