Os jovens não querem mais trabalhar? O que as novas tendências tem em comum? Lazy Girls Jobs é a novidade agora
A Geração Z não quer mais trabalhar? O que são lazy girls jobs e como os jovens vêm questionando a sobrecarga no mundo do trabalho

Quiet quitting (desistência silenciosa) e bare minimum Mondays (segundas-feiras do mínimo necessário) são tendências recentes no mundo do trabalho e compartilham o lema de combater a cultura de esforço excessivo ou sobrecarga e práticas tóxicas das empresas.
Mas essas tendências já estão no passado. A nova onda agora é o "lazy girls jobs", ou "empregos de garotas preguiçosas", em tradução livre.
A popularização dessa novidade aconteceu no TikTok, com um vídeo feito pela digital influencer Gabrielle Judge, no qual ela incentiva seus seguidores a procurarem por "lazy girls jobs".
Basicamente, o que ela defende é que mulheres podem encontrar empregos que remuneram bem - entre US$ 60 mil a US$ 80 mil por ano - e também oferecem flexibilidade de horário mais a possibilidade de trabalhar remotamente.
Gabrielle faz parte da geração Z, nascidos entre 1995 e 2010. E isso levanta uma discussão latente feita em diferentes fóruns: esses jovens não querem mais trabalhar?
Antes de aprofundar a questão, vale dizer que Gabrielle foi bastante criticada pelo uso do termo, devido ao tom sexista que transmite. Por que garotas e não pessoas ou garotos preguiçosos? A explicação é que ela direciona seu conteúdo e soluções para o público feminino.
Leia Também
Felipe Miranda: O duelo
Aberta a temporada de provas: o balanço dos bancos no 2T25 e o que esperar dos mercados hoje
- ONDE INVESTIR NO 2º SEMESTRE: o Seu Dinheiro consultou uma série de especialistas do mercado financeiro e preparou um guia completo para te ajudar a montar uma carteira de investimentos estratégica para a segunda “pernada” de 2023. Baixe aqui gratuitamente.
Deixando essa problemática suspensa na nossa discussão e aprofundando sobre o comportamento dos gen Z, é importante esclarecer que as características de cada geração podem variar muito a depender do país, sob a ótica de desenvolvimento, cultura, entre outros fatores.
Portanto, é preciso ponderação sobre as tendências gringas que decidimos surfar por aqui em águas tupiniquins. Contextos sociais e econômicos fazem muita diferença nas análises sobre as gerações.
Ao falar com o nosso querido editor Vinicius Pinheiro sobre a ideia de abordar o lazy girls jobs, ele me presenteou com um post feito no Instagram do jornalista Chico Felitti, que registra algumas mensagens, no mínimo engraçadas, feitas por integrantes da geração Z.
Separei dois relatos, só para você ter uma ideia do teor da coisa:


Embora um tanto caricatos os relatos, não faltam exemplos de amigos que me confidenciam estar preocupados com a forma que a Gen Z tem se relacionado com o trabalho.
Sempre que a discussão sobre gerações vem à mesa, me faço algumas perguntas:
1. Nós somos os mesmos e vivemos como os nossos pais?
A primeira dúvida, inspirada em Elis Regina, é sobre o quanto existe uma diferença real entre as gerações. Será que fomos realmente diferentes na forma como nos relacionávamos com o trabalho quando tínhamos a mesma idade?
Tenho a impressão de que há muita semelhança entre as gerações, a diferença estaria mais na linha cronológica da idade, em decorrência da maturidade de cada indivíduo. Ou seja, talvez repetimos ciclos parecidos de comportamentos, conforme nossa faixa etária.
Quando converso com pessoas mais velhas do que eu, tenho a sensação de que elas passaram por questionamentos muito similares na mesma idade.
Tal como a Gabrielle, hoje com 26 anos, que questiona o tipo de trabalho ideal, será que no fundo não estávamos fazendo perguntas parecidas na mesma idade?
Uma outra explicação poderia ser apenas o deslocamento de quando as indagações chegam. Com a exposição e facilidade no acesso à tanta informação, as perguntas essenciais sobre a nossa relação com o trabalho têm sido processadas mais precocemente pela Gen Z.
VEJA TAMBÉM — Pensão alimentícia: valor estabelecido é injusto! O que preciso para provar isso na justiça? Veja em A Dinheirista
2. Não seria a geração Z a primeira a escancarar o que sempre desejamos em relação ao trabalho?
Embora num primeiro momento, a minha impressão sobre a nova tendência tenha sido de que a garota era sem noção - confesso, não nego -, deixei a ideia assentar em mim e comecei a refletir sobre o que ela realmente reivindicava. Talvez a forma de comunicar me assuste mais do que a ideia em si.
Afinal, demandar um equilíbrio melhor entre vida e trabalho não deveria soar como uma exigência tão incomum.
3. A principal mudança dessa geração para as anteriores não estaria mais ligada à relação com a tecnologia e redes sociais?
É impressionante o salto que demos como sociedade no que se refere às formas e plataformas disponíveis de comunicação. Possivelmente este seja um ponto central que diferencia as gerações. Hoje, com acesso à internet e um celular em mãos, é possível ter um alcance muito maior do que as gerações anteriores tiveram.
Foi o que aconteceu no movimento do quiet quitting, por exemplo, que pregava o lema de ir se desligando da empresa de forma silenciosa, a fim de culminar com o fim do contrato. Nada novo quando comparamos com as outras gerações, afinal, desengajar do trabalho parece ser algo atemporal.
A maior diferença é que o movimento ganhou força no TikTok, uma rede social que dá voz a qualquer pessoa e pode chegar a várias outras de forma exponencial.
Como já é habitual, não quero encerrar nossa conversa sem antes fazer você refletir sobre algumas coisas que tangenciamos aqui.
- Qual é a relação ideal com o trabalho para você?
- O trabalho está balanceado de forma satisfatória com as demais dimensões da sua vida?
- Quais suas condições de satisfação para você considerar um trabalho saudável?
- Olhando somente para o que importa para você, o seu trabalho está dimensionado de forma a proporcionar uma vida feliz?
X, Y, Millennial ou Z, não importa, no fundo, todo mundo quer ser feliz.
Até a próxima.
Thiago Veras
Papo de velho: o que deu errado com a RD Saúde, e o que esperar dos mercados hoje
Acordos comerciais agitam os mercados nesta quinta-feira; após recorde, Wall Street também acompanha balanços do 2T25
Rodolfo Amstalden: Pedido extra para você que já está na fila
O Kit Brasil já está na espera do Tarcísio Trade anyways. Ele pegou a fila para comprar pão francês, presunto, queijo, e agora a esposa ligou no celular pedindo também 200 gramas de enroladinho de salsicha
Adrenalina em alta voltagem na Auren Energia, e o que esperar dos mercados hoje
Nos EUA, futuros operam em leve alta, de olho nas tarifas e nos balanços, após recorde na véspera; por aqui, Ibovespa repercute dados internacionais e resultados do 2T25
Quem te viu, quem te vê, Argentina: o avanço no país vizinho e o que esperar dos mercados hoje
Wall Street e Ibovespa aguardam balanços de grandes empresas e a fala de Jerome Powell, do Fed
O sucesso argentino: o vizinho conserta a casa, enquanto o Brasil segue varrendo para debaixo do tapete
De laboratório de tragédias populistas a espelho de sucesso, Argentina demonstra que há vida política e recuperação econômica fora da armadilha populista latino-americana
Luz na passarela: o destaque da C&A na bolsa este ano, e o que esperar dos mercados hoje
Em dia morno, Wall Street aguarda divulgação de novos balanços; por aqui, Ibovespa segue a reboque e também continua repercutindo as tensões com os EUA
Timing é tudo: o negócio extraordinário da Vivo e o que esperar dos mercados hoje
Wall Street atinge novas máximas históricas e pode dar continuidade aos ganhos; por aqui, mercado repercute retorno do IOF e disputa comercial com EUA
Qual a hora certa de vender uma ação? Tudo depende do preço — e a Vivo (VIVT3) mostra como isso funciona na prática
Nos últimos dias, a Vivo realizou uma operação que nos ajuda a entender na prática o momento de comprar e, mais importante, de vender um ativo
Porquinho chinês ou inglês? A origem do nosso cofrinho e o que esperar dos mercados hoje
Nos EUA, Trump nega rumores de que pretende demitir o presidente do Fed; no Brasil, Moraes decide que aumento do IOF será mantido
Rodolfo Amstalden: O Tarcísio Trade está morto?
Se o governador de São Paulo não for capaz de superar as provocações atuais, vindas tanto da extrema esquerda quanto da extrema direita, não será legitimado no cargo de presidente
Donald Trump: como lidar com um encrenqueiro e sua guerra comercial
Donald Trump não pensa nas consequências ao adotar suas medidas intempestivas. O importante, para ele, é estar nas manchetes dos jornais
Sem olho por olho nem tiro no pé na guerra comercial com os EUA, e o que esperar dos mercados hoje
Ibovespa fechou ontem em leve queda, e hoje deve reagir ao anúncio de uma nova investigação dos EUA contra o Brasil
Estamos há 6 dias sem resposta: o tempo da diplomacia de Trump e o que esperar dos mercados hoje
Enquanto futuros de Wall Street operam em alta, Ibovespa tenta reverter a perda dos últimos dias à espera da audiência de conciliação sobre o IOF
Do coice à diplomacia: Trump esmurra com 50% e manda negociar
Para além do impacto econômico direto, a nova investida protecionista de Trump impulsiona um intrincado jogo político com desdobramentos domésticos e eleitorais decisivos para o Brasil
Felipe Miranda: Carta pela moderação (e cinco ações para comprar agora)
Com todos cansados de um antagonismo que tem como vitoriosos apenas os populistas de plantão, a moderação não poderia emergir como resposta?
Para quem perdeu a hora, a 2ª chamada das debêntures da Petrobras, e o que mexe com os mercados hoje
Futuros de Wall Street operam em queda com guerra tarifária e à espera de dados da inflação ao consumidor (CPI) e balanços trimestrais de gigantes como JPMorgan e Citigroup
A corrida da IA levará à compra (ou quebra) de jornais e editoras?
A chegada da IA coloca em xeque o modelo de buscas na internet, dominado pelo Google, e, por tabela, a dinâmica de distribuição de conteúdo online
Anatomia de um tiro no pé: Ibovespa busca reação após tarifas de Trump
Em dia de agenda fraca, investidores monitoram reação do Brasil e de outros países ao tarifaço norte-americano
O tarifaço contra o Brasil não impediu essas duas ações de subir, e deixa claro a importância da diversificação
Enquanto muitas ações do Ibovespa derretiam com as ameaças de Donald Trump, um setor andou na direção oposta
Trump na sala de aula: Ibovespa reage a tarifas de 50% impostas pelos EUA ao Brasil
Tarifas de Trump como o Brasil vieram muito mais altas do que se esperava, pressionando ações, dólar e juros