Nem o ChatGPT escapou do cancelamento das redes sociais. Por favor, não seja essa pessoa que discute com a inteligência artificial
Em várias threads nas redes, vi pessoas obstinadas a vencerem uma discussão criada por elas mesmas contra algumas linhas de código
Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Se você me acompanha, deve estar achando estranho que há algumas semanas eu parei de escrever sobre inteligência artificial — e em particular o ChatGPT.
Apesar de ter sido um dos primeiros no Brasil a falar sobre o tema, aqui no Seu Dinheiro, à medida que o debate foi ganhando escala e o ChatGPT alcançou os 100 milhões de usuários ativos mensalmente, ele foi vítima de maldição da internet: o cancelamento.
De repente, o Twitter estava inundado de pessoas literalmente discutindo com o algoritmo.
Em várias threads que recebi, vi pessoas obstinadas a vencerem uma discussão criada por elas mesmas contra algumas linhas de código.
Como alguém que não tem perfil em nenhuma rede social (fora uma conta esquecida no Linkedin), você deve imaginar que se engajar nesse tipo de discussão não é exatamente um passatempo para mim.
Ainda sim, quero pelo menos tentar explicar como e para que servem esses algoritmos, na ingênua esperança de desincentivar as pessoas a perderem seu precioso tempo discutindo com algumas linhas código sobre assuntos humanos e complexos.
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- LEIA TAMBÉM: Esta coluna foi escrita por inteligência artificial. O que ela sabe sobre investimentos?
Como funciona um algoritmo de linguagem como o ChatGPT?
Neste momento, o ChatGPT está aberto ao público apenas temporariamente.
Todas as nossas interações com ele tem justamente a finalidade de ajudar a OpenAI — fundação que criou o algoritmo —, a identificar onde ele está pecando, e consertar esses erros.
Seja o ChatGPT, ou qualquer outro algoritmo de inteligência artificial, o passo a passo desses modelos é geralmente o mesmo.
Primeiro, é necessário um conjunto extenso de dados.
Esses dados podem ter diversos formatos diferentes, como números, imagens, textos e afins.
Além de extenso, o conjunto de dados precisa ser classificado.
Geralmente, há um enorme trabalho humano envolvido nesse processo de classificação.
Há notícias na mídia de diversas empresas de tecnologia, entre elas a OpenAI, que contratam pessoas em países de renda per capita mais baixa para realizar o trabalho de classificar manualmente bases de dados.
Um algoritmo não sabe dizer, na imagem abaixo, o que é um cookie ou um cachorro. Para um computador, a imagem é apenas um conjunto de zeros e uns.
É preciso que um ser humano diga para ele, através da classificação no banco de dados, quais dessas imagens são "cachorros", e quais delas são "cookies".
Em posse desse conjunto de dados, podemos treinar um algoritmo para realizar essa tarefa muito específica de, toda vez que for confrontado com imagem, classificá-la como "cookie" ou "cachorro".
Discutindo com a máquina sobre o que é certo ou errado
O exemplo que eu usei acima é banal e data dos idos de 2010, quando a profissão "cientista de dados" estava sendo inventada.
Hoje, obviamente, a coisa é muito mais complexa, mas a essência segue válida.
Com um conjunto de dados nas mãos podemos treinar modelos, que em geral se tornarão especializados em um único tipo de produto final.
O ChatGPT escreve, o DALL-E cria imagens e outros modelos criam sons, vídeos e outros formatos de conteúdo.
Como curiosidade, sugiro você conhecer rapidamente o algoritmo "MusicLM", do Google, que cria músicas através de uma breve descrição textual.
Independente do formato para o qual o algoritmo foi otimizado, seus resultados serão tão bons quanto os dados que forem submetidos para o seu treinamento.
Por exemplo, se o MusicLM tivesse referência apenas em músicas que fizeram sucesso entre 2005 e 2010, ele seria um excelente compositor de músicas emo, e todos os seus "trabalhos" teriam o viés da sofrência que nos acomete na adolescência.
Repito: o resultado é sempre tão bom quanto os dados do treinamento.
Para quem não têm essa consciência, uma interface simples como a do ChatGPT, feita para mimetizar uma conversa, faz com que as pessoas imaginem estarem interagindo com isso:
Quando, na verdade, elas estão se comunicando com isso:
Desculpe se esse isso parece óbvio para você, mas muitas pessoas não compreenderam que, do outro lado da tela, não existe nenhum tipo de "inteligência". Apenas um conjunto enorme de equações otimizados para produzir conteúdo em forma de texto, de modo que a sequência das palavras faça sentido frente a cada questão.
E afinal de contas, para que serve o ChatGPT e os algoritmos de IA?
Bom, depende.
Utilizando o ChatGPT como exemplo, ele será ótimo para qualquer tarefa cuja finalidade seja elencar uma sequência das palavras que faça sentido frente ao que lhe foi perguntado.
Por exemplo, todos os desenvolvedores que eu conheço estão usando o ChatGPT para programar e para corrigir "bugs" em seus códigos. Afinal, esse é tradicionalmente é um processo chato e cansativo.
O ChatGPT também é excelente para escrever e-mails, resumir textos (por exemplo o trecho de algum livro), e até mesmo escrever uma coluna como essa.
Em outras palavras, os algoritmos que IA que estão chegando ao mercado são ferramentas excelentes para aumentar a produtividade e dar asas à criatividade.
E o que eles não são?
Bom, eles não são políticos. Por isso, não adianta questioná-los sobre a sua orientação partidária.
Eles também não são advogados para emitirem opiniões se um acontecimento é legal ou ilegal.
E eles também não são juízes, para emitir opiniões se as atitudes de uma pessoa estão corretas ou não.

Cancelado ou não, o ChatGPT ainda tem muitas funções importantes na internet. E uma delas é a possibilidade de te fazer ganhar dinheiro.
Você sabia que existe uma técnica de investimentos capaz de gerar até R$ 1.000 por dia? Acredite, o ChatGPT já sabia e, consultado, confirmou o enorme potencial de ganhos que a estratégia possui.
Para conhecer a técnica e entender como você pode buscar esses lucros diários, clique aqui e leia a reportagem.
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