🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Meta de déficit zero em 2024 é irrealista, mas nem o mercado espera isso — então o que ele deseja afinal?

Deterioração da percepção fiscal e tendências negativas no exterior conduziram Ibovespa a queda de 5% em agosto, mas uma reversão de tendência é possível

5 de setembro de 2023
6:51 - atualizado às 10:07
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad - Imagem: Joédson Alves/Agência Brasil

O mês de agosto finalmente acabou, deixando uma forte impressão negativa no mercado. O Ibovespa enfrentou um desafio considerável, registrando apenas cinco ganhos ao longo do mês e uma queda de 5%.

Esse desempenho foi amplamente afetado pela deterioração da percepção fiscal e pelas tendências negativas que afetam ativos de risco em nível global.

Não podemos deixar de considerar que o Brasil não ficou isolado das turbulências globais; afinal, agosto foi um mês desafiador para praticamente todos os mercados.

No cenário internacional, o setor de tecnologia, especialmente aquele vinculado à inteligência artificial, finalmente sofreu uma correção.

Para piorar a situação, no início do mês, a agência Fitch rebaixou a classificação de crédito dos Estados Unidos de AAA para AA+.

Controle de gastos não é desafio exclusivo do Brasil

Conforme discutimos anteriormente, o problema do aumento do endividamento público e a dificuldade de controlar gastos não são desafios exclusivos do Brasil.

Leia Também

Na verdade, a maioria dos países enfrentará a necessidade de uma profunda revisão de suas despesas nos próximos anos.

Embora as avaliações das agências de classificação de risco frequentemente sejam vistas como indicadores atrasados, a decisão da Fitch chamou a atenção do mercado para a questão fiscal nos Estados Unidos, levando a uma acentuada queda nos preços dos títulos do Tesouro.

Quando o preço de um título cai, a taxa de juros sobe, como foi o caso das taxas dos títulos de 10 anos, que superaram novamente a marca de 4,30%.

Outros fatores também podem explicar o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, como a venda de títulos pelo governo chinês por razões geopolíticas, o afastamento da perspectiva de recessão nos Estados Unidos em 2023 e a flexibilização do gerenciamento da curva de juros pelo banco central japonês, o que torna os títulos japoneses mais atrativos.

Leia também

No entanto, nada parece ser mais preocupante do que a falta de controle de gastos e o crescimento da dívida pública nos países desenvolvidos.

Todos esses países precisam adotar um novo quadro fiscal para enfrentar esse desafio, com foco em tornar a relação entre dívida e PIB mais sustentável.

Caso contrário, o que ocorreu recentemente no Reino Unido, com uma dinâmica que se assemelhou à de mercados emergentes, pode se repetir em todos os outros países desenvolvidos.

Essa preocupação fundamental foi o principal impulsionador do aumento dos rendimentos dos títulos de dívida em agosto, com implicações para os fluxos de capital internacionais e a avaliação de ativos de risco.

Dados apresentados em proposta de orçamento preocupam

No cenário doméstico, o retorno do recesso legislativo reavivou as preocupações relacionadas à agenda econômica, e os dados fiscais se mostraram piores do que o esperado.

O governo enfrenta desafios significativos para atingir suas metas propostas, e os mercados aguardam ansiosamente um plano que ainda não foi apresentado.

Além disso, surgiram preocupações adicionais em relação aos dados de arrecadação e à apresentação do Projeto de Lei Orçamentária de 2024.

Este projeto segue a meta do arcabouço fiscal de atingir um déficit primário zero e, surpreendentemente, apresenta até mesmo um pequeno superávit de R$ 2,8 bilhões. Tudo isso parece mais uma obra de ficção do que uma realidade econômica concreta.

O governo está altamente dependente da receita, o que parece um desafio significativo nas atuais circunstâncias, em linha com o que comentamos na semana passada.

A arrecadação de receitas não está se aproximando das expectativas e o novo projeto de Lei do Carf é amplamente questionado quanto à sua capacidade de gerar os mais de R$ 50 bilhões que o governo alega ser possível.

Para sustentar os gastos públicos propostos pelo governo, o Ministério da Fazenda requer um montante de R$ 124 bilhões, uma tarefa que se apresenta desafiadora.

O que o mercado espera do governo

A ideia de alcançar um déficit zero não é vista como realista por praticamente ninguém.

No entanto, o mercado financeiro não está buscando necessariamente um cenário de déficit zero no próximo ano (as estimativas de analistas apontam para a realização de um déficit zero apenas entre 2028 e 2029).

O que o mercado realmente deseja é um plano fiscal crível e sólido.

Caso contrário, as perspectivas para a trajetória da dívida pública brasileira podem rapidamente se deteriorar, aumentando para mais de 100% do PIB até 2031, o que seria um cenário preocupante.

Fonte: BCB.

Ninguém deseja esse cenário.

O objetivo ideal seria permanecermos abaixo do patamar de endividamento em torno de 70%, que atualmente mantemos.

No entanto, para alcançar essa meta, é fundamental que o Ministério da Fazenda tenha êxito com todas as medidas de arrecadação que foram propostas até o momento, como as relacionadas às contas no exterior (offshore), fundos exclusivos, dividendos e JCP (Juros sobre Capital Próprio).

O grande obstáculo reside na aparente falta de apoio no Congresso para aprovar as medidas necessárias que possam recompor a receita, e a reforma ministerial do governo Lula ainda não se materializou.

Nesse sentido, a perspectiva de alívio fiscal dependerá das complexas dinâmicas políticas em Brasília, que podem ou não avançar com a agenda econômica essencial.

Ao mesmo tempo, mantenho uma visão positiva sobre o Brasil.

A desaceleração da inflação e suas consequências favoráveis para a política monetária, a resiliência do crescimento após anos de reformas e uma visão otimista para o setor de commodities, sem mencionar os impactos extraordinários da expansão do pré-sal, parecem sustentar um clima de otimismo.

A surpresa do PIB

O PIB brasileiro surpreendeu ao crescer 0,9% no segundo trimestre, superando as expectativas.

O destaque veio do setor agrícola, que registrou uma queda de apenas 0,9%, contrariando as previsões de uma redução de cerca de 5%.

Além disso, o consumo das famílias surpreendeu com um crescimento de 0,9%, quando se esperava um aumento em torno de 0,5%.

Com base nesse resultado, o carrego estatístico aponta para um crescimento de 3,1% no PIB brasileiro neste ano.

Em outras palavras, se não houver crescimento nos trimestres restantes, esse será o aumento anual. 

Diversas instituições revisaram suas projeções de crescimento para o Brasil neste ano, elevando a expectativa para um sólido patamar de 3%.

Se esse ritmo persistir, é possível que o Brasil recupere sua oitava posição no ranking global de economias já no próximo ano.

O Brasil é uma história de beta alto.

Após um mês complicado como agosto, podemos vislumbrar uma possível reversão de tendência, o que poderia tornar o ambiente minimamente mais otimista.

A incógnita, no entanto, é se conseguiremos cumprir as metas necessárias e não nos tornarmos um obstáculo enquanto o mundo se recupera em direção a um desempenho mais saudável.

  • Quais ações mais podem subir com o bull market da Bolsa brasileira? A Empiricus Research selecionará um grupo restrito de investidores para ter acesso à lista de 10 ações com maior potencial de valorização para o 2º semestre de 2023. Clique aqui para fazer parte.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
SEXTOU COM O RUY

Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam

14 de novembro de 2025 - 6:55

Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje

13 de novembro de 2025 - 7:57

Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?

12 de novembro de 2025 - 19:54

Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje

11 de novembro de 2025 - 8:28

Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?

11 de novembro de 2025 - 7:28

No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício

10 de novembro de 2025 - 19:57

Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje

10 de novembro de 2025 - 7:55

Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados

TRILHAS DE CARREIRA

Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas

9 de novembro de 2025 - 8:00

Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje

7 de novembro de 2025 - 8:14

Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde

SEXTOU COM O RUY

Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis

7 de novembro de 2025 - 7:03

Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR

6 de novembro de 2025 - 8:03

BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil

FII DO MÊS

É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar

6 de novembro de 2025 - 6:03

Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje

5 de novembro de 2025 - 8:04

Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje

4 de novembro de 2025 - 7:50

O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação

4 de novembro de 2025 - 7:10

Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998

3 de novembro de 2025 - 22:11

Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.

DÉCIMO ANDAR

Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários

2 de novembro de 2025 - 8:00

Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje

31 de outubro de 2025 - 7:58

A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi

SEXTOU COM O RUY

Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado

31 de outubro de 2025 - 6:07

A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje

30 de outubro de 2025 - 7:34

A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar