Inadimplência batendo recorde? Saiba qual banco deve atravessar a tempestade e ainda pagar bons dividendos
Enquanto alguns devem sofrer com essa piora do cenário, é justamente o “patinho feio” do setor que deve conseguir atravessar a tempestade sem grandes sustos

A temporada de resultados do primeiro trimestre de 2023 está só começando, mas eu já estou um pouco preocupado com um segmento em particular, o dos bancos.
Nos últimos dias começaram a "pipocar" notícias sobre o aumento da inadimplência dos brasileiros no mês de março, e isso afeta os bancos listados em nossa bolsa.
Mas enquanto alguns devem sofrer com essa piora do cenário, é justamente o "patinho feio" do setor que deve conseguir atravessar a tempestade sem grandes sustos.
- Já sabe como declarar seus investimentos no Imposto de Renda 2023? O Seu Dinheiro elaborou um guia exclusivo onde você confere as particularidades de cada ativo para não errar em nada na hora de se acertar com a Receita. Clique aqui para baixar o material gratuito.
Está difícil deixar as contas em dia
Não é novidade para ninguém que as condições para deixar as contas em dia têm ficado cada vez mais difíceis nos últimos trimestres.
A inflação global fez o preço de quase tudo subir, enquanto a recente alta da Selic catapultou os juros dos empréstimos e limitou ainda mais a capacidade dos brasileiros de quitarem suas dívidas.

Esse cenário está empurrando a inadimplência para cima e colocando uma pulga atrás da orelha dos investidores dos bancos, já que os lucros tendem a ser pressionados.
Leia Também
Os investimentos para viver de renda, e o que move os mercados nesta terça-feira (9)
A derrota de Milei: um tropeço local que não apaga o projeto nacional
Na verdade, isso já está acontecendo nos últimos trimestres com Santander e Bradesco. Por que essas duas instituições têm sofrido mais? O gráfico abaixo ajuda a responder:

Santander e Bradesco têm uma exposição maior aos empréstimos para pessoas físicas e pequenas empresas.
Na bonança, esses nichos trazem margens mais elevadas e têm um crescimento mais acelerado, o que ajuda a impulsionar os lucros.
O problema é que quando a economia desacelera e as dificuldades para pagar os empréstimos aumentam, esses segmentos são os mais afetados também. O Retorno Sobre o Patrimônio Líquido (ROE) anualizado do 4T22 dos quatro bancões deixa isso muito claro.

Importante notar que esses números também contemplam os impactos negativos da Americanas, mas já ajudam a mostrar os efeitos da piora da economia em cada um dos bancos.
Bancos estatais com resultados melhores que os privados
Por esses motivos, não recomendamos as ações do Santander e nem do Bradesco neste momento, já que ambos devem continuar sofrendo no curto prazo, dadas as características de suas carteiras de crédito.
O Itaú, por sua vez, até tem uma exposição razoável ao segmento de pessoa física. Mas historicamente possui uma disciplina maior na concessão de crédito do que os outros dois pares privados, além de ter uma maior quantidade de clientes de alta renda, que costumam ser menos sensíveis aos ciclos econômicos.
Por esse motivo, gostamos do Itaú, que faz parte de algumas séries da Empiricus.
Mas fica claro que entre todos os bancões, o menos sensível a esses problemas é justamente o Banco do Brasil, que tem menos exposição às pessoas físicas e mais participação do crédito rural em seus resultados. Mas não se trata apenas de uma carteira de crédito mais resiliente neste momento.
O Banco do Brasil tem trabalhado bastante no controle de gastos. Isso fica claro quando observamos o Índice de Eficiência, que mede a relação Despesas Administrativas sobre Receitas Operacionais, e que atingiu 29,4% no 4T22, o melhor nível da história do banco.

Todos esses efeitos positivos fizeram o BB apresentar o maior lucro entre os bancões no 4T22, o que deve se repetir no 1T23.
Mesmo que o cenário de crédito ainda se mostre difícil no primeiro trimestre de 2023, o Banco do Brasil nos parece muito bem posicionado para enfrentar essa possível turbulência.
Mesmo depois da alta de 28% em 2023, o banco ainda negocia por menos de 4 vezes lucros, com um dividend yield esperado de 11% no ano de 2023, o que em nossa visão, ainda guarda um bom potencial de valorização, mesmo com os riscos políticos associados a essa história.
Por esses motivos, o Banco do Brasil está na carteira da série Vacas Leiteiras , focada em dividendos.
Se quiser conferir a carteira completa, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Recorde atrás de recorde na bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta sexta-feira (5)
Investidores aguardam dados de emprego nos EUA e continuam de olho no tarifaço de Trump
Ibovespa renova máxima histórica, segue muito barato e a próxima parada pode ser nos 200 mil pontos. Por que você não deve ficar fora dessa?
Juros e dólar baixos e a renovação de poder na eleição de 2026 podem levar a uma das maiores reprecificações da bolsa brasileira. Os riscos existem, mas pode fazer sentido migrar parte da carteira para ações de empresas brasileiras agora.
BRCR11 conquista novos locatários para edifício em São Paulo e reduz vacância; confira os detalhes da operação
As novas locações colocam o empreendimento como um dos destaques do portfólio do fundo imobiliário
O que fazer quando o rio não está para peixe, e o que esperar dos mercados hoje
Investidores estarão de olho no julgamento da legalidade das tarifas aplicadas por Donald Trump e em dados de emprego nos EUA
Rodolfo Amstalden: Se setembro der errado, pode até dar certo
Agosto acabou rendendo uma grata surpresa aos tomadores de risco. Para este mês, porém, as apostas são de retomada de algum nível de estresse
A ação do mês na gangorra do mundo dos negócios, e o que mexe com os mercados hoje
Investidores acompanham o segundo dia do julgamento de Bolsonaro no STF, além de desdobramentos da taxação dos EUA
Hoje é dia de rock, bebê! Em dia cheio de grandes acontecimentos, saiba o que esperar dos mercados
Terça-feira terá dados do PIB e início do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, além de olhos voltados para o tarifaço de Trump
Entre o rali eleitoral e o malabarismo fiscal: o que já está nos preços?
Diante de uma âncora fiscal frágil e de gastos em expansão contínua, a percepção de risco segue elevada. Ainda assim, fatores externos combinados ao rali eleitoral e às apostas de mudança de rumo em 2026, oferecem algum suporte de curto prazo aos ativos brasileiros.
Tony Volpon: Powell Pivot 3.0
Federal Reserve encara pressão do presidente dos EUA, Donald Trump, por cortes nos juros, enquanto lida com dominância fiscal sobre a política monetária norte-americana
Seu cachorrinho tem plano de saúde? A nova empreitada da Petz (PETZ3), os melhores investimentos do mês e a semana dos mercados
Entrevistamos a diretora financeira da rede de pet shops para entender a estratégia por trás da entrada no segmento de plano de saúde animal; após recorde do Ibovespa na sexta-feira (29), mercados aguardam julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, que começa na terça (2)
O importante é aprender a levantar: uma seleção de fundos imobiliários (FIIs) para capturar a retomada do mercado
Com a perspectiva de queda de juros à frente, a Empiricus indica cinco FIIs para investir; confira
Uma ação que pode valorizar com a megaoperação de ontem, e o que deve mover os mercados hoje
Fortes emoções voltam a circular no mercado após o presidente Lula autorizar o uso da Lei da Reciprocidade contra os EUA
Operação Carbono Oculto fortalece distribuidoras — e abre espaço para uma aposta menos óbvia entre as ações
Essa empresa negocia atualmente com um desconto de holding superior a 40%, bem acima da média e do que consideramos justo
A (nova) mordida do Leão na sua aposentadoria, e o que esperar dos mercados hoje
Mercado internacional reage ao balanço da Nvidia, divulgado na noite de ontem e que frustrou as expectativas dos investidores
Rodolfo Amstalden: O Dinizismo tem posição no mercado financeiro?
Na bolsa, assim como em campo, devemos ficar particularmente atentos às posições em que cada ação pode atuar diante das mudanças do mercado
O lixo que vale dinheiro: o sonho grande da Orizon (ORVR3), e o que esperar dos mercados hoje
Investidores ainda repercutem demissão de diretora do Fed por Trump e aguardam balanço da Nvidia; aqui no Brasil, expectativa pelos dados do Caged e falas de Haddad
Promessas a serem cumpridas: o andamento do plano 60-30-30 do Inter, e o que move os mercados hoje
Com demissão no Fed e ameaça de novas tarifas, Trump volta ao centro das atenções do mercado; por aqui, investidores acompanham também a prévia da inflação
Lady Tempestade e a era do absurdo
Os chineses passam a ser referência de respeito à propriedade privada e aos contratos, enquanto os EUA expropriam 10% da Intel — e não há razões para ficarmos enciumados: temos os absurdos para chamar de nossos
Quem quer ser um milionário? Como viver de renda em 2025, e o que move os mercados hoje
Investidores acompanham discursos de dirigentes do Fed e voltam a colocar a guerra na Ucrânia sob os holofotes
Da fila do telefone fixo à expansão do 5G: uma ação para ficar de olho, e o que esperar do mercado hoje
Investidores aguardam o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole