O ganha-ganha do mercado: Confira as lições que o investidor precisa aprender antes de investir em ações
Na visão do analista, no mercado financeiro, você só tem a ganhar: ou você ganha dinheiro ou você ganha experiência

Outro dia eu escutei uma frase engraçada e tragicômica de um analista que participou da Comunidade Market Makers. Estávamos discutindo sobre o atual momento caótico do mercado, com algumas ações caindo 10, 20 e 30% toda semana, quando ele virou para mim e disse:
“Matheus, no mercado financeiro você só tem a ganhar: ou você ganha dinheiro ou você ganha experiência."
Essa frase é bonita na teoria, mas é cruel na prática: ganhar experiência no mercado financeiro muitas vezes significa perder dinheiro e ninguém gosta de perder dinheiro.
O ganho de experiência no mercado
Ganhar experiência é bom e ruim ao mesmo tempo. É bom porque você tem a oportunidade de aprender algo, mas é ruim porque o aprendizado tem preço.
Em fevereiro, a Carteira Market Makers completou 5 meses de vida. Desde o início, a Carteira recua 4,46%, enquanto o Ibovespa e o Índice Small Caps apresentam queda de 3,27% e 14,42%, respectivamente.
Considerando os ensinamentos práticos que eu adquiri neste período, posso afirmar que meu maior aprendizado tem sido tentar pensar como o mercado - isto é, como um conjunto de milhões de indivíduos que negociam diariamente os preços dos ativos com base em expectativas que se atualizam à medida que novas informações são apuradas.
O que é o mercado financeiro
O mercado, portanto, não é o que você espera dele, mas sim o que as outras pessoas acham ou vão achar dele no futuro.
Por exemplo, não adianta eu pensar que uma empresa vai dominar seu setor e ser a grande vencedora por conta de vantagens competitivas irreplicáveis se o mercado estiver preocupado apenas com o próximo trimestre.
A mentalidade do mercado com juros a 2% é bastante diferente da mentalidade do mercado com juros quase a 14%. Os investidores estão menos propensos a assumir riscos ao mesmo tempo em que as empresas estão mais fragilizadas.
Imagine que você está em São Paulo descendo a serra a caminho da praia. Em um dia ensolarado, você pode ver a praia no horizonte e o dia limpo não traz riscos em seu caminho.
O mesmo não acontece se a serra estiver com neblina. Andar com farol baixo e devagar é o mantra aqui. O máximo que você vai buscar saber é para onde virar o carro na próxima curva.
- Leia também: Veja se você tem dinheiro esquecido em bancos e saiba como resgatar — a gente também te conta como não cair em golpes
A neblina e o próximo trimestre
O mercado hoje está no meio de uma neblina, então, saber como será o próximo trimestre (ou a próxima curva) de uma empresa tem sido crucial.
Hapvida, por exemplo, é a maior queda do Ibovespa no ano. Até ontem ela derretia 47% somente em 2023. Apesar da queda, é difícil cravar que ela está barata.
A empresa tem potencial para consolidar o setor de planos de saúde com a menor sinistralidade do mercado no longo prazo? A resposta não é óbvia. Talvez até seja. Mas no curto prazo, tem sido mais importante prever o próximo trimestre.
Enquanto houver revisão para baixo das expectativas dos principais indicadores financeiros (leia-se: EBITDA e lucro líquido), é difícil pegar a faca caindo. Abaixo, a correção brutal das expectativas do mercado com a Hapvida.
O grande aprendizado
O mercado vai ficar assim pra sempre? Provavelmente não. Se os juros caírem, uma nova dinâmica pode entrar em ação com investidores penalizando menos o bottom-line das empresas.
Mas como investidor o meu grande aprendizado foi esse: quanto antes você entender as condições da pista, menores as suas chances de errar a próxima curva.
Com base nesse aprendizado, na última semana promovemos mudanças importantes na Carteira Market Makers.
Se você tem interesse em conhecer nossa carteira recomendada e todos os benefícios da nossa Comunidade, clique aqui. O momento não poderia ser melhor.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Só um momento, por favor
Um abraço,
Matheus Soares
Ninguém segura: Ibovespa tenta manter bom momento em semana de balanços e dados de inflação, mas tarifaço segue no radar
Enquanto Brasil trabalha em plano de contingência para o tarifaço, trégua entre EUA e China se aproxima do fim
O que Donald Trump e o tarifaço nos ensinam sobre negociação com pessoas difíceis?
Somos todos negociadores. Você negocia com seu filho, com seu chefe, com o vendedor ambulante. A diferença é que alguns negociam sem preparo, enquanto outros usam estratégias.
Efeito Trumpoleta: Ibovespa repercute balanços em dia de agenda fraca; resultado da Petrobras (PETR4) é destaque
Investidores reagem a balanços enquanto monitoram possível reunião entre Donald Trump e Vladimir Putin
Ainda dá tempo de investir na Eletrobras (ELET3)? A resposta é sim — mas não demore muito
Pelo histórico mais curto (como empresa privada) e um dividendo até pouco tempo escasso, a Eletrobras ainda negocia com um múltiplo de cinco vezes, mas o potencial de crescimento é significativo
De olho no fluxo: Ibovespa reage a balanços em dia de alívio momentâneo com a guerra comercial e expectativa com Petrobras
Ibovespa vem de três altas seguidas; decisão brasileira de não retaliar os EUA desfaz parte da tensão no mercado
Rodolfo Amstalden: Como lucrar com o pegapacapá entre Hume e Descartes?
A ocasião faz o ladrão, e também faz o filósofo. Há momentos convidativos para adotarmos uma ou outra visão de mundo e de mercado.
Complicar para depois descomplicar: Ibovespa repercute balanços e início do tarifaço enquanto monitora Brasília
Ibovespa vem de duas leves altas consecutivas; balança comercial de julho é destaque entre indicadores
Anjos e demônios na bolsa: Ibovespa reage a balanços, ata do Copom e possível impacto de prisão de Bolsonaro sobre tarifaço de Trump
Investidores estão em compasso de espera quanto à reação da Trump à prisão domiciliar de Bolsonaro
O Brasil entre o impulso de confrontar e a necessidade de negociar com Trump
Guerra comercial com os EUA se mistura com cenário pré-eleitoral no Brasil e não deixa espaço para o tédio até a disputa pelo Planalto no ano que vem
Felipe Miranda: Em busca do heroísmo genuíno
O “Império da Lei” e do respeito à regra, tão caro aos EUA e tão atrelado a eles desde Tocqueville e sua “Democracia na América”, vai dando lugar à necessidade de laços pessoais e lealdade individual, no que, inclusive, aproxima-os de uma caracterização tipicamente brasileira
No pain, no gain: Ibovespa e outras bolsas buscam recompensa depois do sacrifício do último pregão
Ibovespa tenta acompanhar bolsas internacionais às vésperas da entra em vigor do tarifaço de Trump contra o Brasil
Gen Z stare e o silêncio que diz (muito) mais do que parece
Fomos treinados a reconhecer atenção por gestos claros: acenos, olho no olho, perguntas bem colocadas. Essa era a gramática da interação no trabalho. Mas e se os GenZs estiverem escrevendo com outra sintaxe?
Sem trégua: Tarifaço de Trump desata maré vermelha nos mercados internacionais; Ibovespa também repercute Vale
Donald Trump assinou na noite de ontem decreto com novas tarifas para mais de 90 países que fazem comércio com os EUA; sobretaxa de 50% ao Brasil ficou para a semana que vem
A ação que caiu com as tarifas de Trump mas, diferente de Embraer (EMBR3), ainda não voltou — e segue barata
Essas ações ainda estão bem abaixo dos níveis de 8 de julho, véspera do anúncio da taxação ao Brasil — o que para mim é uma oportunidade, já que negociam por apenas 4 vezes o Ebitda
O amarelo, o laranja e o café: Ibovespa reage a tarifaço aguado e à temporada de balanços enquanto aguarda Vale
Rescaldo da guerra comercial e da Super Quarta competem com repercussão de balanços no Brasil e nos EUA
Não dá para fazer tudo sozinho: Ibovespa repercute balanços e PIB dos EUA enquanto aguarda decisões do Fed e do Copom
A expectativa é de que os bancos central de Brasil e EUA mantenham os juros hoje; foco está em Powell e comunicado
Taxas, tarifas e um bicho que nunca dorme: Ibovespa enfrenta volatilidade com Fed, Copom, Trump e indicadores
Ibovespa encontra-se no nível mais baixo em quatro meses às vésperas de um novo marco do tarifaço de Trump
Super Quarta é só o aquecimento — a pancada real vem na Super Sexta; o que esperar da Selic — e os trunfos do Brasil contra Trump
O ambiente internacional segue por um fio: uma vírgula fora do lugar ou um dado ligeiramente acima do esperado (impedindo corte de juros) basta para que a volatilidade reassuma o controle
Felipe Miranda: O duelo
A trajetória ficou mais turbulenta. Melhor sentar na mão e se preparar para a volatilidade. O final do filme, contudo, ainda é o mesmo
Aberta a temporada de provas: o balanço dos bancos no 2T25 e o que esperar dos mercados hoje
Bolsa globais avaliam acordos com os EUA; índices futuros de Wall Street indicam que seguirão estendendo os ganhos da semana passada; por aqui, o Ibovespa tenta recuperar o fôlego