Dividendos da Petrobras (PETR4) em risco? Saiba qual outra gigante vai continuar pagando ótimos proventos aos acionistas
A criação da reserva de capital pode atrapalhar o plano da Petrobras de continuar sendo uma das melhores pagadores de proventos da bolsa brasileira

Depois de uma alta bastante acentuada em 2023, as ações da Petrobras (PETR4) derraparam nos últimos dias, caindo mais de 5% na semana até o fechamento de ontem.
Eu não sou o tipo de pessoa que gosta de dizer "eu disse", mas eu disse.
Caso não tenha visto, na semana passada comentamos sobre a possibilidade de o petróleo disparar com a guerra entre Israel e o Hamas, mas que a Petrobras não era o melhor cavalo para aproveitar esse movimento.
Nesta semana, os motivos da minha precaução ficaram claros, com a companhia propondo algumas mudanças em seu Estatuto Social que deixaram os investidores de cabelo em pé, com possíveis impactos para os dividendos, inclusive.
As duas principais propostas envolvem mudanças na escolha de administradores e a criação de uma reserva de capital. Mas como isso afeta os acionistas?
Menos dividendos
Começando pela reserva de capital, por que isso pode afetar os dividendos?
Leia Também
Não é novidade para ninguém que a Petrobras tem sido uma das melhores pagadoras de dividendos da bolsa brasileira, ajudada pela produção no pré-sal (extremamente rentável), preço elevado do petróleo e políticas comerciais que permitem à companhia repassar preços dos combustíveis quando eles sobem.
Neste ano, a expectativa é de que a companhia pague um dividend yield de pelo menos 20%. Eu usei a expressão "pelo menos" porque, com o petróleo voltando para próximo de US$ 100/barril, as chances de ela realizar distribuições extraordinárias aumentam consideravelmente.
Mas a criação da reserva de capital pode atrapalhar esse plano. Isso porque ela permite que a companhia retenha o excesso de caixa gerado em 2023, ao invés de distribuir o montante extra para os acionistas.
Há quem diga que essa mudança esteja relacionada com as metas fiscais do governo nos próximos anos, e que os dividendos extras "retidos" em 2023 criariam uma espécie de colchão para permitir o pagamento de bons dividendos em 2024 e 2025, mesmo que os preços do petróleo não estejam tão atrativos.
Se for isso mesmo, a mudança é negativa, porque deixa o horizonte de pagamento de dividendos mais distante, mas não representa um grande risco para a tese.
O problema é se esse dinheiro "extra" começar a ser utilizado em investimentos ruins, com baixos retornos, como a companhia já fez diversas vezes no passado.
Ou seja, pode ser que a criação de uma reserva de capital não seja um grande problema, mas os vários erros cometidos no passado não nos ajudam a dar o benefício da dúvida para a companhia.
Novo índice de dividendos da B3 (IDIV) não é a melhor escolha para buscar renda extra mensal na bolsa; entenda
Brecha para indicações políticas
A outra mudança propõe a exclusão de algumas vedações para escolhas de administradores estabelecidas pela Lei das Estatais, e que aumentam o risco de indicações inadequadas e que não tenham o perfil técnico necessário para gerir uma empresa petroleira do porte da Petrobras.
Em um passado não muito distante, antes da Lei das Estatais, era comum ver políticos sem qualquer conhecimento sobre o setor ocupando cargos importantes nas empresas controladas pelo governo.
Em comunicado, a Petrobras se defendeu, dizendo que essa proposta visa apenas adequar o estatuto à recente decisão tomada pelo STF, que classificou algumas das exigências estabelecidas pela Lei das Estatais como inconstitucionais.
Ou seja, de acordo com a Petrobras, essa mudança não deveria ser tratada como uma "brecha" para a volta das escolhas políticas.
O problema é que, mais uma vez, os vários erros cometidos no passado nos impedem de dar o benefício da dúvida para a companhia.
Cadê a margem de segurança?
Como eu disse, pode ser que essas alterações tragam poucos ou nenhum reflexo nos resultados da companhia. Mas elas abrem brechas para algumas mudanças que já aconteceram no passado e se mostraram bastante danosas para os seus resultados.
Tudo isso por um valuation que hoje está longe de ser uma barganha, se comparado com o seu próprio histórico.

Por esses motivos, preferimos não ter PETR4 na carteira por enquanto.
Mas a nossa visão pode mudar, especialmente se os papéis voltarem para patamares mais interessantes de valuation. Preferimos esperar por um nível de preços que nos ofereça uma margem de segurança adequada, considerando os riscos políticos e de má alocação de capital.
Há outras alternativas para receber dividendos
Se os dividendos da Petrobras podem estar em risco, uma outra gigante do setor de commodities trouxe uma ótima notícia para os seus acionistas ontem:

A Vale anunciou o pagamento de mais de R$ 10 bilhões em dividendos, além de um novo programa de recompra.
Mais importante do que esse anúncio é o fato de que a companhia segue negociando por valuations bastante atrativos (3,6x Valor da Firma/Ebitda) e gerando muito caixa, o que significa que ela deve continuar distribuindo ótimos dividendos nos próximos anos.
Isso deixa claro porque VALE3 é uma das nossas preferidas na série Vacas Leiteiras. Aliás, o Rodolfo Amstalden, sócio-fundador da Empiricus e responsável por essa série focada em dividendos, está oferecendo um presente para você que quer viver de renda e dividendos.
Trata-se do livro "Do que você precisa para se aposentar?".
Nele, o Rodolfo ensina como você consegue se aposentar mais cedo, e mostra que o investimento em empresas pagadoras de dividendos é um dos pilares mais importantes para se chegar lá.
Quer saber como garantir o seu exemplar físico gratuito? Você pode conferir aqui.
- Investir em ações boas pagadoras de dividendos é uma das principais estratégias para viver de renda com investimentos. Quer conhecer outras maneiras de poder ter dinheiro caindo na sua conta regularmente? Participe do Projeto Renda, um treinamento completo oferecido pelos analistas da Empiricus Research. Faça sua pré-inscrição gratuita aqui.
Um grande abraço e até a próxima semana!
Ações da Gol (GOLL4) derretem mais de 30% na B3 após aérea propor aumento de capital bilionário
A aérea anunciou nesta manhã que um novo aumento de capital entre R$ 5,32 bilhões e R$ 19,25 bilhões foi aprovado pelo conselho de administração.
“O Itaú nunca esteve tão preparado para enfrentar desafios”, diz CEO do bancão. É hora de comprar as ações ITUB4 após o balanço forte do 1T25?
Para Milton Maluhy Filho,após o resultado trimestral forte, a expressão da vez é um otimismo cauteloso, especialmente diante de um cenário macroeconômico mais apertado, com juros nas alturas e desaceleração da economia em vista
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Itaú (ITUB4) tem lucro quase 14% maior, a R$ 11,1 bilhões, e mantém rentabilidade em alta no 1T25
Do lado da rentabilidade, o retorno sobre o patrimônio líquido médio atingiu a marca de 22,5% no primeiro trimestre; veja os destaques
Dividendos e JCP: PetroRecôncavo (RECV3) distribuirá R$ 263,4 milhões em proventos; veja quem recebe
Valor aprovado pelo conselho de administração representa R$ 0,900140 por ação ordinária
Dividendo em risco: FII PVBI11 aumenta vacância e cotas caem forte em 2025, mas BTG vê valorização no horizonte
O fundo imobiliário vive momentos difíceis na bolsa; nos últimos 12 meses, acumula uma queda de 15,50%, mas nem tudo está perdido
Bradesco (BBDC4) salta 15% na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas CEO não vê “surpresas arrebatadoras” daqui para frente. Vale a pena comprar as ações do banco?
Além da surpresa com rentabilidade e lucro, o principal destaque positivo do balanço veio da margem líquida — em especial, o resultado com clientes. É hora de colocar BBDC4 na carteira?
Muito acima da Selic: 6 empresas pagam dividendos maiores do que os juros de 14,75% — e uma delas bateu um rendimento de 76% no último ano
É difícil competir com a renda fixa quando a Selic está pagando 14,75% ao ano, mas algumas empresas conseguem se diferenciar com suas distribuições de lucros
Ambev (ABEV3) tem lucro estável no 1º trimestre e anuncia R$ 2 bilhões em dividendos; ações saltam na B3
Lucro no 1T25 foi de R$ 3,8 bilhões, praticamente estável na comparação anual e em linha com o consenso de mercado
Itaú Unibanco (ITUB4) será capaz de manter o fôlego no 1T25 ou os resultados fortes começarão a fraquejar? O que esperar do balanço do bancão
O resultado do maior banco privado do país está marcado para sair nesta quinta-feira (8), após o fechamento dos mercados; confira as expectativas dos analistas
Mesmo com apetite ao risco menor, Bradesco (BBDC4) supera expectativas e vê lucro crescer quase 40% no 1T25, a R$ 5,9 bilhões
Além do aumento na lucratividade, o banco também apresentou avanços na rentabilidade, com inadimplência e provisões contidas; veja os destaques
Caixa Seguridade (CXSE3) ou BB Seguridade (BBSE3): qual empresa brilhou nos resultados do primeiro trimestre e vale mais a pena comprar?
Analistas do BTG avaliam as duas empresas e destacam que apenas uma tem um “trunfo” que faz seu modelo de negócio ser mais vantajoso para o investidor; confira
Klabin (KLBN11) avança entre as maiores altas do Ibovespa após balanço do 1T25 e anúncio de R$ 279 milhões em dividendos
Analistas do Itaú BBA destacaram a geração de fluxo de caixa livre (FCF) e a valorização do real frente ao dólar como motores do otimismo
Conselho de administração da Mobly (MBLY3) recomenda que acionistas não aceitem OPA dos fundadores da Tok&Stok
Conselheiros dizem que oferta não atende aos melhores interesses da companhia; apesar de queda da ação no ano, ela ainda é negociada a um preço superior ao ofertado, o que de fato não justifica a adesão do acionista individual à OPA
Balanço fraco da RD Saúde (RADL3) derruba ações e aumenta pressão sobre rede de farmácias. Vale a pena comprar na queda?
Apesar das expectativas mais baixas para o trimestre, os resultados fracos da RD Saúde decepcionaram o mercado, intensificando a pressão sobre as ações
Analista revela 5 ações para buscar dividendos em maio diante de perspectiva de virada no mercado
Carteira gratuita de dividendos da Empiricus seleciona papéis com bom potencial de retorno em maio
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Odontoprev (ODPV3) e Caixa Seguridade (CXSE3) vão distribuir mais de R$ 1 bilhão em dividendos; veja mais quem paga
A maior fatia dessa distribuição corresponde à Caixa Seguridade; o restante está dividido entre Odontoprev e a Vulcabras; confira os prazos de pagamento
Méliuz (CASH3): assembleia não consegue quórum mínimo para aprovar investimento pesado em bitcoin (BTC)
Apesar do revés, a companhia fará uma segunda convocação, no dia 15 de maio, quando não há necessidade de quórum mínimo, apenas da aprovação das pautas de 50% + 1 dos acionistas.