Esta empresa deve ser a grande beneficiada pela alta do petróleo — e não é a Petrobras (PETR4)
Na teoria, a valorização do petróleo deveria beneficiar a estatal, já que isso contribui para aumentar a receita, as margens, os lucros e os dividendos, mas essa não é uma tarefa simples

Com o conflito entre Israel e o Hamas escalando e receios cada vez mais acentuados de que os juros nos Estados Unidos permanecerão maiores por mais tempo, poucos são os ativos que têm apresentado uma performance minimamente decente nas últimas semanas.
Na verdade, praticamente só as petroleiras se valorizaram recentemente, muito em função da guerra no Oriente Médio e possíveis embargos ou empecilhos para o escoamento da produção na região, o que fez a cotação do barril de petróleo disparar.
Esses eventos mostram que ter ativos ligados ao petróleo para diversificar a carteira pode fazer sentido neste momento, o que tem feito muita gente começar a olhar com mais atenção para as empresas do setor.
Mas é preciso saber que a tarefa não é tão simples quanto comprar ações de qualquer petroleira e esperar os preços subirem. Existem várias empresas que não se beneficiam tanto da alta do petróleo, e outras que podem até acabar se dando mal com a alta da commodity.
PODCAST TOUROS E URSOS - Israel em chamas: o impacto do conflito com Hamas nos investimentos
Petróleo caro nem sempre é bom para a Petrobras (PETR4)
Pegue como exemplo a Petrobras (PETR4). Na teoria, a valorização do petróleo deveria beneficiar a estatal, já que isso contribui para aumentar a receita, as margens, os lucros e os dividendos.
Mas há um detalhe importante: para poder se aproveitar totalmente de uma disparada do petróleo, ela precisaria reajustar o preço dos combustíveis para cima, o que não é uma tarefa nada simples dada a influência do governo.
Leia Também
Os fantasmas de Nelson Rodrigues: Ibovespa começa o semestre tentando sustentar posto de melhor investimento do ano
Rumo a 2026 com a máquina enguiçada e o cofre furado
Não custa lembrar que em meados da década passada o governo obrigou a Petrobras a congelar preços, e a alta do petróleo apenas serviu para piorar os resultados da companhia na época, que passou a vender combustível abaixo do custo.
Até agora a estatal tem conseguido manter sua política comercial sem grandes problemas. Mas se o petróleo disparar para muito acima dos preços atuais, há grandes chances de o governo voltar a barrar possíveis tentativas de reajustes da companhia, o que jogaria o preço das ações para baixo mesmo com o petróleo em alta.
Na verdade, para os investidores da Petrobras, o melhor cenário seria se o petróleo nem caísse muito, de modo a manter as margens elevadas, nem subisse muito, para não precisar ter novos embates com o governo.
LEIA TAMBÉM: ETF de dividendos é uma boa? Por que o NDIV11, do Nubank, parece um bom começo, mas deixa a desejar
Além da Petrobras, as petroleiras juniores têm suas próprias questões
Para fugir do risco político da estatal, uma alternativa seria vasculhar o universo das petroleiras juniores, mas elas também não são apostas óbvias na alta do petróleo.
Nesse contexto, gostamos da PRIO (PRIO3), mas por 11 vezes lucros entendemos que os papéis já estejam mais do que bem precificados neste momento, deixando pouca margem de segurança para os investidores.
Outra junior que até se beneficia da alta do petróleo é a 3R Petroleum (RRRP3), que inclusive está na Carteira Empiricus. No entanto, hoje essa tese depende de outras coisas para dar certo, principalmente da evolução operacional da companhia.
Ou seja, apesar de a 3R ser uma recomendação da casa e de enxergarmos upside para essa história, ela tem mais relação com a capacidade operacional da companhia do que propriamente com as cotações do petróleo.
Uma boa solução está no exterior
Mas quem disse que precisamos nos limitar às empresas brasileiras?
Temos diversas alternativas de petroleiras gigantes lá fora, que conseguem surfar a alta do petróleo sem sofrer tanto com questões políticas, operacionais ou de valuation.
E o melhor: nem é preciso ter conta em corretora estrangeira, já que o investimento pode ser feito através de BDRs (recibos) negociadas na mesma corretora que você investe em ações aqui no Brasil.
Dentre as gigantes gringas do setor, a Empiricus tem preferência por uma em especial, a britânica BP (código de negociação do BDR: B1PP34).
Além de aproveitar uma possível alta do petróleo caso a situação piore no Oriente Médio, a empresa negocia por múltiplos baixos – apenas 3,5x Valor da Firma/Ebitda – e com bons níveis de geração de caixa que, inclusive, permite uma boa distribuição de dividendos.
O recibo da BP sobe mais de 10% nos últimos dois meses e é uma das recomendações da carteira de BDRs da Empiricus, que conta com outras quatro empresas gringas com ótimo potencial de valorização, e que também ajudam a trazer um pouco mais de exposição ao dólar para a sua carteira neste momento de maiores incertezas.
Se quiser ter acesso à lista das cinco BDRs recomendadas sem precisar pagar nada por isso, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a próxima semana!
Ruy
Atenção aos sinais: Bolsas internacionais sobem com notícia de acordo EUA-China; Ibovespa acompanha desemprego e PCE
Ibovespa tenta manter o bom momento enquanto governo busca meio de contornar derrubada do aumento do IOF
Siga na bolsa mesmo com a Selic em 15%: os sinais dizem que chegou a hora de comprar ações
A elevação do juro no Brasil não significa que chegou a hora de abandonar a renda variável de vez e mergulhar na super renda fixa brasileira — e eu te explico os motivos
Trocando as lentes: Ibovespa repercute derrubada de ajuste do IOF pelo Congresso, IPCA-15 de junho e PIB final dos EUA
Os investidores também monitoram entrevista coletiva de Galípolo após divulgação de Relatório de Política Monetária
Rodolfo Amstalden: Não existem níveis seguros para a oferta de segurança
Em tese, o forward guidance é tanto mais necessário quanto menos crível for a atitude da autoridade monetária. Se o seu cônjuge precisa prometer que vai voltar cedo toda vez que sai sozinho de casa, provavelmente há um ou mais motivos para isso.
É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA
Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã
Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell
Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa
Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar
Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?
Felipe Miranda: Precisamos (re)conversar sobre Méliuz (CASH3)
Depois de ter queimado a largada quase literalmente, Méliuz pode vir a ser uma opção, sobretudo àqueles interessados em uma alternativa para se expor a criptomoedas
Nem todo mundo em pânico: Ibovespa busca recuperação em meio a reação morna dos investidores a ataque dos EUA ao Irã
Por ordem de Trump, EUA bombardearam instalações nucleares do Irã na passagem do sábado para o domingo
É tempo de festa junina para os FIIs
Alguns elementos clássicos das festas juninas se encaixam perfeitamente na dinâmica dos FIIs, com paralelos divertidos (e úteis) entre as brincadeiras e a realidade do mercado
Tambores da guerra: Ibovespa volta do feriado repercutindo alta dos juros e temores de que Trump ordene ataques ao Irã
Enquanto Trump avalia a possibilidade de envolver diretamente os EUA na guerra, investidores reagem à alta da taxa de juros a 15% ao ano no Brasil
Conflito entre Israel e Irã abre oportunidade para mais dividendos da Petrobras (PETR4) — e ainda dá tempo de pegar carona nos ganhos
É claro que a alta do petróleo é positiva para a Petrobras, afinal isso implica em aumento das receitas. Mas há um outro detalhe ainda mais importante nesse movimento recente.
Não foi por falta de aviso: Copom encontra um sótão para subir os juros, mas repercussão no Ibovespa fica para amanhã
Investidores terão um dia inteiro para digerir as decisões de juros da Super Quarta devido a feriados que mantêm as bolsas fechadas no Brasil e nos Estados Unidos
Rodolfo Amstalden: São tudo pequenas coisas de 25 bps, e tudo deve passar
Vimos um build up da Selic terminal para 15,00%, de modo que a aposta em manutenção na reunião de hoje virou zebra (!). E aí, qual é a Selic de equilíbrio para o contexto atual? E qual deveria ser?
Olhando para cima: Ibovespa busca recuperação, mas Trump e Super Quarta limitam o fôlego
Enquanto Copom e Fed preparam nova decisão de juros, Trump cogita envolver os EUA diretamente na guerra
Do alçapão ao sótão: Ibovespa repercute andamento da guerra aérea entre Israel e Irã e disputa sobre o IOF
Um dia depois de subir 1,49%, Ibovespa se prepara para queimar a gordura depois de Trump abandonar antecipadamente o G-7
Acima do teto tem um sótão? Copom chega para mais uma Super Quarta mirando fim do ciclo de alta dos juros
Maioria dos participantes do mercado financeiro espera uma alta residual da taxa de juros pelo Copom na quarta-feira, mas início de cortes pode vir antes do que se imagina
Felipe Miranda: O fim do Dollar Smile?
Agora o ouro, e não mais o dólar ou os Treasuries, representa o ativo livre de risco no imaginário das pessoas
17 X 0 na bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje, com disputa entre Israel e Irã no radar
Desdobramentos do conflito que começou na sexta-feira (13) segue ditando o humor dos mercados, em semana de Super Quarta
Sexta-feira, 13: Israel ataca Irã e, no Brasil, mercado digere o pacote do governo federal
Mercados globais operam em queda, com ouro e petróleo em alta com aumento da aversão ao risco