Cinco insights de investimentos das maiores gestoras de fundos brasileiras
Conheça cinco diferentes visões sobre o cenário atual de gestoras que gostamos, sugerimos e alocamos na série Os Melhores Fundos de Investimento
Em comemoração aos cinco anos do Seu Dinheiro, preparamos este artigo especial para você que nos acompanha desde o início aqui na coluna Linha D’Água – próxima de seu aniversário de um ano, daqui a dois meses.
Como homenagem a esse marco importante para o portal, e como agradecimento a você, leitor, comento hoje os cinco insights mais importantes das conversas que tivemos nas últimas semanas com cinco gestores das maiores casas brasileiras: Marco Freire, da Kinea; Carlos Woelz, da Kapitalo; Felipe Guerra, da Legacy; Fabiano Rios, da Absolute; e Mário Torós, da Ibiuna.
Todas elas representam alocações importantes nas carteiras sugeridas aos assinantes da série Os Melhores Fundos de Investimento, estes que poderão acompanhar as conversas completas no relatório de amanhã – você é meu convidado para conhecer todos os detalhes desses papos.
Marco Freire (Kinea): juros americanos devem ficar mais pressionados por mais tempo, o que implica em emergentes com juros mais altos
De acordo com Freire, o fato de os EUA permanecerem com juros mais altos por mais tempo impede cortes mais expressivos em outras regiões, principalmente emergentes.
“Reduzir a inflação de 8% para 3% é uma coisa. De 3% para 2% é outra completamente diferente, muito mais difícil”, comenta o gestor, reforçando a dificuldade de convergência da inflação americana à meta.
Segundo ele, se o Brasil, por exemplo, tentar cortar muito os juros, terá sérios problemas. O relatório Focus de hoje precifica uma taxa Selic de 9% ao final de 2024. Assim, se a taxa americana ficar acima de 5,5% – o que o mercado atribui probabilidade considerável –, ninguém irá comprar a moeda brasileira, em um ambiente fiscal instável e com um prêmio de risco tão baixo em relação à economia americana, “safe haven” (“porto seguro”, em tradução livre) em momentos de disfuncionalidades globais.
Leia Também
A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje
Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim
O portfólio atual da estratégia macro do Kinea Atlas, principal multimercado da casa, é composto de uma carteira “bear” (ou seja, mais pessimista com o mercado) de modo geral. Com isso, Freire reforça a convicção em posições compradas em dólar contra moedas de países europeus e a moeda chinesa e tomadas em juros de emergentes, como África do Sul e Chile.
“Se os EUA permanecem com juros altos e o mundo está bem, está tudo certo. Porém, se os EUA têm juros altos e o mundo não está bem, é um problema”, reforça o gestor.
ONDE INVESTIR EM OUTUBRO? Analistas da Empiricus Research revelam suas principais recomendações para o mês em entrevista completa para o Youtube do Seu Dinheiro. Assista agora:
Carlos Woelz (Kapitalo): janela possivelmente (mas não muito) boa para o Brasil à frente
Woelz acredita que há atualmente uma janela possivelmente boa para o Brasil. A chance de um soft landing – convergência da inflação à meta sem prejuízo significativo à atividade – nos EUA, na sua opinião, ainda que seja em torno de 30%, é maior do que ele acreditava há seis meses, cenário que seria favorável para a economia brasileira.
Como, porém, sua maior probabilidade está atribuída a uma desaceleração global, o gestor está hoje com posições levemente aplicadas em juros no Brasil.
Entretanto, ele lembra que para os ativos brasileiros terem boa performance, o título americano de 10 anos precisa parar de subir. “No fim, é tudo uma posição aplicada em Treasury de 10 anos”, comenta.
Felipe Guerra (Legacy): nunca houve um ciclo de cortes menor do que 450 pontos-base, será mesmo que dessa vez será diferente?
O principal cavalo da carteira de Guerra hoje é a posição aplicada em juros no Brasil. De acordo com o gestor, o mercado está precificando cortes em patamares de até 50 pontos-base, porém nunca houve um ciclo de cortes menor do que 450 pontos-base no passado, do pico ao vale da taxa.
Por isso, Guerra acredita ser difícil a taxa terminal da Selic ficar em patamares muito maiores do que 10,5% ou 11%, o que abre oportunidade para as posições aplicadas em seu portfólio – classe em melhor momento para operar do que a renda variável na sua opinião.
Fabiano Rios (Absolute): expectativa de bons resultados trimestrais para as empresas, apesar do cenário desafiador
Apesar do cenário aparentemente ruim para ativos de risco e de ter reduzido as posições compradas em Bolsa nos últimos dois meses, Fabiano acredita ser um momento favorável para a classe, mantendo o viés comprado.
“As grandes empresas americanas apresentarão resultados do terceiro trimestre surpreendentemente bons, mais do que o mercado imagina, além da sazonalidade positiva para o fim do ano”, conta.
A posição comprada em bolsa americana é carregada por bastante tempo — enquanto muitos multimercados operaram na ponta vendida —, permanecendo mesmo nesse cenário de juros mais altos, sendo sua principal convicção contra a tendência de mercado, apesar de em menor nível em relação ao passado recente.
Mario Torós (Ibiuna): o Brasil e sua “contabilidade criativa”
De acordo com Torós, “o Brasil é o país com a maior dívida e o pior déficit dentre os emergentes sistematicamente relevantes”.
Localmente, as condições externas têm impactado a trajetória das contas públicas e o mercado permanece em dúvida sobre o atingimento da meta de déficit primário zerado para 2024 — na prática, ninguém mais acredita nesse objetivo.
Dessa forma, a Ibiuna acredita que as discussões em torno do relaxamento da meta em seu primeiro ano de vigência comprometem a credibilidade da nova âncora fiscal já na largada. A consideração sobre a retirada dos precatórios do resultado primário ao classificá-los como despesas financeiras faz parte da “contabilidade criativa” do governo, de acordo com a casa, já vista em suas administrações anteriores.
O portfólio da estratégia hoje concentra sua exposição em operações aplicadas em países emergentes, principalmente nos que possuem maior perspectiva de relaxamento monetário neste terceiro trimestre, diante dos prêmios de risco presentes ao final do mês.
Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central
Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo
Hapvida decepciona mais uma vez, dados da Europa e dos EUA e o que mais move a bolsa hoje
Operadora de saúde enfrenta mais uma vez os mesmos problemas que a fizeram despencar na bolsa há mais dois anos; investidores aguardam discurso da presidente do Banco Central Europeu (BCE) e dados da economia dos EUA
CDBs do Master, Oncoclínicas (ONCO3), o ‘terror dos vendidos’ e mais: as matérias mais lidas do Seu Dinheiro na semana
Matéria sobre a exposição da Oncoclínicas aos CDBs do Banco Master foi a mais lida da semana; veja os destaques do SD
A debandada da bolsa, pessimismo global e tarifas de Trump: veja o que move os mercados hoje
Nos últimos anos, diversas empresas deixaram a B3; veja o que está por trás desse movimento e o que mais pode afetar o seu bolso
Planejamento, pé no chão e consciência de que a realidade pode ser dura são alguns dos requisitos mais importantes de quem quer ser dono da própria empresa
Milhões de brasileiros sonham em abrir um negócio, mas especialistas alertam que a realidade envolve insegurança financeira, mais trabalho e falta de planejamento
Rodolfo Amstalden: Será que o Fed já pode usar AI para cortar juros?
Chegamos à situação contemporânea nos EUA em que o mercado de trabalho começa a dar sinais em prol de cortes nos juros, enquanto a inflação (acima da meta) sugere insistência no aperto
A nova estratégia dos FIIs para crescer, a espera pelo balanço da Nvidia e o que mais mexe com seu bolso hoje
Para continuarem entregando bons retornos, os Fundos de Investimento Imobiliários adaptaram sua estratégia; veja se há riscos para o investidor comum. Balanço da Nvidia e dados de emprego dos EUA também movem os mercados hoje
O recado das eleições chilenas para o Brasil, prisão de dono e liquidação do Banco Master e o que mais move os mercados hoje
Resultado do primeiro turno mostra que o Chile segue tendência de virada à direita já vista em outros países da América do Sul; BC decide liquidar o Banco Master, poucas horas depois que o banco recebeu uma proposta de compra da holding Fictor
Eleição no Chile confirma a guinada política da América do Sul para a direita; o Brasil será o próximo?
Após a vitória de Javier Milei na Argentina em 2023 e o avanço da direita na Bolívia em 2025, o Chile agora caminha para um segundo turno amplamente favorável ao campo conservador
Os CDBs que pagam acima da média, dados dos EUA e o que mais movimenta a bolsa hoje
Quando o retorno é maior que a média, é hora de desconfiar dos riscos; investidores aguardam dados dos EUA para tentar entender qual será o caminho dos juros norte-americanos
Direita ou esquerda? No mundo dos negócios, escolha quem faz ‘jogo duplo’
Apostar no negócio maduro ou investir em inovação? Entenda como resolver esse dilema dos negócios
Esse número pode indicar se é hora de investir na bolsa; Log corta dividendos e o que mais afeta seu bolso hoje
Relação entre preço das ações e lucro está longe do histórico e indica que ainda há espaço para subir mais; veja o que analistas dizem sobre o momento atual da bolsa de valores brasileira
Investir com emoção pode custar caro: o que os recordes do Ibovespa ensinam
Se você quer saber se o Ibovespa tem espaço para continuar subindo mesmo perto das máximas, eu não apenas acredito nisso como entendo que podemos estar diante de uma grande janela de valorização da bolsa brasileira — mas isso não livra o investidor de armadilhas
Seca dos IPOs ainda vai continuar, fim do shutdown e o que mais movimenta a bolsa hoje
Mesmo com Regime Fácil, empresas ainda podem demorar a listar ações na bolsa e devem optar por lançar dívidas corporativas; mercado deve reagir ao fim do maior shutdown da história dos EUA, à espera da divulgação de novos dados
Rodolfo Amstalden: Podemos resumir uma vida em uma imagem?
Poucos dias atrás me deparei com um gráfico absolutamente pavoroso, e quase imediatamente meu cérebro fez a estranha conexão: “ora, mas essa imagem que você julga horripilante à primeira vista nada mais é do que a história da vida da Empiricus”
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais
Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício
Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito
Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje
Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados
Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas
Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática