A grande lição que Lemann já sabia e você pode aprender com o rombo bilionário da Americanas (AMER3)
Nem os analistas mais bem pagos da Faria Lima nem uma das auditorias mais consagradas do mundo foram capazes de descobrir os problemas no balanço da Americanas. Então o que fazer?
Já pensou ter uma noite tranquila de sono e acordar 80% mais pobre no dia seguinte? Espero que não seja o seu caso, mas quem tinha todo o patrimônio investido em ações das Lojas Americanas (AMER3) na última quarta-feira (11) acordou desesperado ontem.
Como você já deve saber, o recém empossado CEO Sergio Rial anunciou a saída da companhia depois da descoberta de "inconsistências" no balanço que poderiam chegar a R$ 20 bilhões.
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Sem entrar muito em detalhes técnicos, a Americanas “trocou” obrigações de pagamento com fornecedores por empréstimos com bancos.
Na verdade, essa é uma prática relativamente comum no varejo. No caso das Americanas, o problema é que durante anos ela não contabilizou os custos financeiros associados a esses empréstimos.
Isso significa que o lucro e as margens eram bem menores do que as demonstrações mostravam, enquanto a dívida era na verdade muito maior do que parecia.
Mas o que podemos aprender com este episódio?
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Fique longe da Americanas e do setor, por enquanto
A verdade é que o cenário continua muito difícil para as companhias de e-commerce. Inflação elevada, juros nas máximas, inadimplência crescente e perda do poder de compra da população são fatores que nos fizeram ficar distantes do setor nos últimos meses.
Na Empiricus, até temos uma simpatia maior pelas ações do Magazine Luiza (MGLU3), com um balanço mais sólido e uma operação mais azeitada do que Via (VIIA3) e Americanas. Ainda assim, entendemos que não é o momento de comprar as ações.
Com os problemas da Americanas, não será nenhuma surpresa se o mercado adotar uma postura mais defensiva com setor de maneira geral.
Como em "Os Oito Odiados" de Tarantino, todo mundo é suspeito até que se prove o contrário.
A lição com Americanas: diversifique
Depois do que aconteceu com as Americanas, é bem provável que você comece a ver por aí “experts” dizendo que o episódio serviu para mostrar como é importante analisar o balanço das empresas em busca de inconsistências financeiras antes de investir.
Isso é uma piada! É claro que é importante analisar balanços e demonstrações. Esse é o meu trabalho, aliás.
Mas no caso da Americanas tínhamos dezenas dos analistas mais bem pagos da Faria Lima cobrindo a companhia, além de uma das auditoras mais consagradas do mundo (PwC) auditando o balanço. E nenhum deles foi capaz de descobrir as inconsistências.
Portanto, essa não é a maior lição. Para mim, a grande lição desse episódio é: diversifique!
#forçaguerreiros do 3G
O Grupo 3G Capital, dos bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, é o maior acionista das Lojas Americanas. O trio possui pouco mais de 30% das ações.
Isso quer dizer que, só ontem, o trio viu algo em torno de R$ 2 bilhões evaporar com a queda da varejista.
Mas antes que você fique com pena deles e resolva fazer uma vaquinha para ajudá-los, saiba que Lemann, Sicupira e Telles vão conseguir sair dessa sem muitos ferimentos, sabe por quê?
A Americanas é apenas um dos vários investimentos bilionários do grupo, que também tem participações relevantes na Kraft Heinz, AB Inbev, Burger King, entre outros muitos ativos.
Segundo as estimativas mais recentes da Forbes, a fortuna dos três soma algo em torno de US$ 36 bilhões – isso mesmo, de dólares.
Com tantos bilhões à disposição, nem se quisesse o trio conseguiria investir todo o dinheiro na mesma companhia.
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Como diversificar sem ser bilionário
O nosso caso é bem diferente. Mas espero que o exemplo da Americanas tenha te ensinado que concentrar demais os seus investimentos guarda riscos importantes.
De um dia para o outro, mesmo que você tenha sido bastante diligente em sua análise, pode acabar vendo o seu patrimônio ser dizimado por um detalhe que passou despercebido por 99,9% das pessoas.
Para minimizar as chances de que seus investimentos virem pó em algumas horas, diversifique.
Isso não quer dizer que você deve comprar todas as companhias que negociam na bolsa. Mas, por exemplo, um portfólio com cerca de 15 papéis oferece um balanço interessante entre concentração de boas ideias e pulverização de riscos.
Caso uma das quinze ações vire pó de um dia para o outro, seu portfólio total terá se desvalorizado menos de -7%. Ruim, mas nada que assuste.
Se estiver com dúvidas de como montar um portfólio que combine boas ideias com diversificação, a carteira Oportunidades de Uma Vida, que faz parte da série Palavra do Estrategista, é perfeita para você.
Nesse link você pode garantir o acesso à série e ainda receber um livro de presente na sua casa.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
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