Se não pode derrotá-lo, junte-se a ele — mas com moderação
Não vejo problema algum se você quer ter até 80% do seu patrimônio em renda fixa neste momento, mas abrir mão de ter ações na carteira só porque os últimos trimestres não têm sido favoráveis pode atrapalhar bastante os seus objetivos financeiros de longo prazo

E aí, você já estabeleceu as suas metas para o ano de 2023?
Emagrecer, aprender um novo idioma, fazer um curso, trocar de carro, viajar pelo mundo, são alguns dos objetivos comuns que as pessoas escolhem no início de cada ano.
Tem gente que prefere escolher desafios mais fáceis para ter certeza de que serão alcançados. Para os gestores, a situação é bem mais complicada, especialmente em 2023.
Meta complicada
Com a Selic em 13,75% e com grandes chances de continuar próxima desse patamar até o fim do ano, os gestores simplesmente não têm escolha. Eles iniciam 2023 com a meta de oferecer um retorno de mais de +13% nos próximos 12 meses. Lembrando que nos últimos 3 anos a bolsa ofereceu retornos muito menores do que esse.

Olhando para frente, o cenário também não anima. O ambiente político continua conturbado e o novo governo ainda parece não ter entendido a importância da estabilidade fiscal para o país. Bata todos esses ingredientes no liquidificador e a tarefa de superar o CDI com ações em 2023 parece ainda mais difícil.
- Leia também: Outras lições de 2022: juros altos, desvalorização e dividendos — a matemática do investimento em ações
Se não pode vencê-lo…
Não é à toa que, depois de quatro anos de aumento na exposição dos fundos locais em ações brasileiras (linha verde), desde 2020 vimos um corte de praticamente 50% da participação nesses ativos.
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Em 2023, a tônica deve ser a mesma, já que o ano começou com a régua lá em cima (+13%). Por que o sujeito vai arriscar a performance do fundo (e o bônus dele) em renda variável se ele pode entregar um retorno de dois dígitos praticamente sem risco colocando a maior parte do dinheiro no Tesouro Selic?
Quer saber o que eu penso sobre isso? Que você deveria fazer o mesmo! Mas com um pouco mais de inteligência.
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Quem não arrisca, não petisca
Faz sentido a indústria de fundos reduzir a alocação em ações para aproveitar os juros elevados atuais da renda fixa.
O problema é que se concentrar muito em renda fixa pode até te ajudar se o mercado continuar ruim, mas vai atrapalhar muito a sua rentabilidade caso as coisas comecem a melhorar.
Já pensou se você vende todas as suas ações e a bolsa sobe +97% em 2023, assim como aconteceu no primeiro ano do primeiro mandato de Lula como presidente, em 2003?
Obviamente, eu não estou dizendo que é isso que vai acontecer. Mas os múltiplos descontados atuais combinados com algum gatilho positivo relevante (como um compromisso fiscal mais contundente) poderiam fazer as ações se recuperarem rapidamente.

Ficar de fora da bolsa em um cenário como esse pode custar caro.
Apenas para exemplificar o raciocínio, coloquei abaixo o retorno de três carteiras diferentes de 2003 a 2007.
A primeira totalmente investida no Tesouro Selic (linha preta). A segunda totalmente investida no Ibovespa (linha verde). A terceira com metade do portfólio investido em bolsa, e o restante em Selic.

Não é preciso ter uma alocação maluca, nem se alavancar em ações para obter retornos elevados quando as coisas vão bem.
Por outro lado, ter uma exposição muito pequena em bolsa nesse cenário pode fazer você perder a grande chance de multiplicação de capital dos próximos dez anos.
Equilíbrio
Não vejo problema algum se você quer ter 50%, 60% ou até 80% do seu patrimônio investido em renda fixa neste momento. Tudo depende do seu apetite por risco.
Mas abrir mão de ter ações na carteira só porque os últimos trimestres não têm sido favoráveis pode atrapalhar bastante os seus objetivos financeiros de longo prazo.
Se você quer investir em ações sem arriscar tanto assim, pode preencher essa parcela do portfólio com papéis de empresas geradoras de caixa e pagadoras de dividendos, como as que compõem a série Vacas Leiteiras — melhor carteira da Empiricus em 2022, com um retorno de +16%.
Se quiser dar uma olhada no rebanho, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
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