Petróleo a US$ 150? O que precisa acontecer para que o barril dispare nos mercados internacionais
Banco Mundial traça três cenários possíveis para a escalada no valor da commodity, que hoje opera na casa dos US$ 87
Considerado um dos termômetros da economia mundial, o petróleo é capaz de absorver — de maneira quase imediata — a cautela ou o apetite ao risco dos investidores no cenário internacional.
O comportamento da commodity ganhou ainda mais importância com a guerra entre Ucrânia e Rússia, um dos maiores produtores globais, e o conflito entre Israel e o Hamas.
Em setembro, o petróleo tipo Brent — usado como referência no mercado internacional, inclusive pela Petrobras (PETR4) — atingiu US$ 95, o maior nível desde novembro de 2022 — acendendo um “alerta” para as principais economias do mundo.
Isso porque a alta do petróleo provoca, em linhas gerais, um efeito-cascata: o reajuste dos preços dos combustíveis e energia e, consequentemente, a aceleração da inflação que já segue em níveis elevados.
E, embora as cotações tenham perdido ímpeto, para o Banco Mundial, o preço do petróleo em níveis recordes pode ser (novamente) uma realidade em breve.
No último relatório, divulgado nesta semana, a instituição afirmou que com uma possível escalada da guerra entre o grupo extremista Hamas e Israel, o barril pode disparar para além de US$ 150.
Leia Também
Segundo o Banco Mundial, os preços do petróleo já subiram cerca de 6% desde o início do conflito.
Vale lembrar que, embora a produção do petróleo em Israel seja pouco significativa para o mercado internacional, a guerra Israel-Hamas acontece em uma região próxima aos maiores produtores de óleo no mundo — entre eles, Irã e Arábia Saudita.
Nesta terça-feira (31), os contratos do petróleo tipo Brent para janeiro de 2024 encerram a sessão em queda de 1,54%, com o barril cotado a US$ 85,02 na Intercontinental Exchange (ICE). Acompanhe a cobertura de mercados.
1973 outra vez?
O relatório do Banco Mundial traça três cenários baseados em conflitos desde a década de 1970 e que podem resultar no forte avanço da cotação do petróleo.
Em primeiro momento, pode se desenhar o cenário de “pequena interrupção” da produção —semelhante à redução de oferta durante a guerra civil na Líbia em 2011 — com corte de 500 mil a 2 milhões de barris por dia.
Nesse caso, o barril do petróleo poderia ser negociado a uma faixa entre US$ 93 e US$ 102 — o que seria mais factível até o final deste ano.
No segundo cenário, o de “pertubação média”, a redução na produção de petróleo seria entre 3 e 5 milhões de barris por dia, o que levaria os preços a um intervalo de US$ 109 e US$ 121. A situação se assemelharia ao contexto da guerra do Iraque em 2003.
Por fim, o Banco Mundial não descarta uma realidade equivalente ao choque de preços ocorrido em 1973, até o final de 2023.
Na ocasião, Síria, Egito e Israel entraram em um conflito no Oriente Médio, que resultou em um embargo, comandado pela Organização dos Países Árabes Exportadores de Petróleo (Opaep), aos Estados Unidos, tradicional aliado de Israel, e a outros países ocidentais.
Esse seria o pior dos cenários e se assemelharia ao efeito da entrada de outros países na guerra entre Israel e Hamas.
Para o Banco Mundial, nessa situação, o petróleo poderia ter uma alta de até 75%, com os preços na faixa de US$ 140 a US$ 157 o barril e a redução entre 6 e 8 milhões de barris por dia.
“Os preços mais elevados do petróleo, se forem sustentados, significam inevitavelmente preços mais elevados dos alimentos”, afirmou Ayhan Kose, economista-chefe adjunto do Banco Mundial.
"Se um grave choque nos preços do petróleo se materializar, elevaria a inflação dos preços dos alimentos, que já foi elevada em muitos países em desenvolvimento."
Petróleo acima de US$ 100
A última vez que o petróleo foi acima dos US$ 100 foi em março de 2022, com as sanções à Rússia em razão do conflito com a Ucrânia.
Ao longo do dia 6 de março, o barril do petróleo tipo Brent ultrapassou os US$ 139, com alta de 18%. O maior nível desde o recorde de US$ 147,50 de julho de 2008.
Uma luz no fim do túnel
Por fim, o Banco Mundial prevê que os preços do barril do petróleo deverão atingir uma média de 90 dólares ainda neste trimestre. Contudo, as cotações devem “aliviar” em 2024.
Segundo a instituição, o barril pode voltar aos US$ 81, à medida que a desaceleração do crescimento reduz a procura pela commodity.
No gráfico a seguir, confira a cotação dos futuros do Brent um dia antes do início do conflito entre Israel e Hamas ( 6 de outubro) na comparação com o último dia de análise do órgão, em 23 do mesmo mês:
Cada um tem seu momento: Ibovespa reage a decisões de política monetária no Brasil e nos EUA
Enquanto o Fed começou a cortar os juros nos EUA, o Copom subiu a taxa Selic pela primeira vez em dois anos por aqui
Copom eleva a Selic pela primeira vez em mais de dois anos, para 10,75%; Campos Neto e diretores do BC indicam que podem acelerar o aperto nos juros
A alta ocorre a despeito da deflação registrada pelo IPCA de agosto, mas já era antecipada pelo mercado após a deterioração das expectativas para a inflação
A euforia durou pouco: o que Powell (não) disse e desanimou as bolsas mesmo após o corte de 0,50 ponto porcentual dos juros pelo Fed
Bolsas chegaram a subir depois da decisão de juros do Fed, mas firmaram-se em queda depois da coletiva de Powell
Ações da Cosan (CSAN3) despencam 31% no ano e BTG corta preço-alvo por ‘trajetória turbulenta’ – ainda vale investir?
Analistas do banco destacaram três fatores que têm jogado contra as ações da Cosan; preço-alvo foi reduzido em 23%
AgroGalaxy (AGXY3) pede recuperação judicial na esteira de debandada do CEO e derrocada de 90% das ações na B3 desde o IPO
Conselho de administração aprovou em caráter de urgência o envio do pedido de recuperação judicial, que corre em segredo de justiça
Esta ação do setor elétrico está com valuation atraente e pode pagar bons dividendos no curto prazo, segundo o Itaú BBA — e não é a Taesa (TAEE11)
Para os analistas, existe um nome no setor de energia que tem espaço para pagar dividend yield próximo dos dois dígitos: a Isa Cteep (TRPL4)
Fed inicia primeiro ciclo de alívio monetário em 4 anos nos EUA com corte de 0,50 ponto porcentual nos juros
O início de um ciclo de corte de juros em 2024 nos EUA vinha sendo antecipado pelos participantes do mercado desde o fim do ano passado
Com processo de fusão em andamento, acionistas da Cobasi compram ações da Petz (PETZ3) e papéis engatam alta
Enquanto a fusão entre a Petz e Cobasi aguarda avanços, a família Nassar e a Kinea compraram 5,8% das ações PETZ3
Debandada na AgroGalaxy (AGXY3): CEO e mais 5 conselheiros deixam a empresa em meio a queda acumulada de 68% nas ações e prejuízos nos resultados em 2024
Companhia do varejo de insumos agrícolas elegeu Eron Martins como presidente-executivo após renúncia de Axel Jorge Labourt
Rodolfo Amstalden: Qual é a exata distância entre 25 e 50 bps?
Em mais uma Super Quarta, os bancos centrais do Brasil e dos EUA anunciam hoje o futuro das taxas básicas de juros
CSN (CSNA3) prorroga exclusividade na compra da InterCement — mas acordo depende da recuperação extrajudicial
As empresas e a controladora da InterCement chegaram a um acordo para prorrogar até 16 de outubro o direito de exclusividade para a negociação de uma potencial aquisição
Na mira de Luiz Barsi: Megainvestidor aumenta o “calibre” e atinge 10% das ações da Taurus (TASA4)
O bilionário elevou a participação na fabricante brasileira de armas, cujas ações acumulam queda de mais de 25% no ano
Dia de uma super decisão: bolsas amanhecem voláteis em meio à espera das decisões sobre juros no Brasil e EUA
Enquanto as apostas de um corte maior crescem nos Estados Unidos, por aqui o Banco Central está dividido entre manter ou elevar a Selic
Inflação vai “explodir” e Selic voltar a 13,50% se Banco Central optar por ajuste gradual, diz Felipe Guerra, da Legacy
Responsável pela gestão de R$ 20 bilhões, sócio-fundador da Legacy defende ajuste maior da Selic, mas espera alta de 0,25 ponto pelo Copom hoje
Não é a Nvidia: Amazon fecha parceria multibilionária com outra gigante para a fabricação de chips de IA
Parceria da Amazon Web Services (AWS) com esta outra big tech pode transformar um estado dos EUA em uma potência de inteligência artificial
Como a decisão de juros do Fed nos EUA pode tirar o bitcoin (BTC) da faixa do “zero a zero” após o halving — e ainda iniciar novo rali das criptomoedas
As decisões do Fed sobre os juros impactam diretamente o cenário macroeconômico, que influencia o desempenho dos ativos de risco
É o fim da Tupperware? Ação da “rainha dos potes” desaba 57% em Nova York em meio a rumores de falência
Segundo a Bloomberg, a companhia estaria se preparando para pedir falência nos Estados Unidos ainda nesta semana após acumular mais de US$ 700 milhões em dívidas
JBS (JBSS3) com fome: ações sobem após empresa divulgar novas projeções para os resultados; hora de comprar?
As ações da produtora de alimentos subiram quase 3% em reação ao novo guidance para 2024 e ficaram entre as maiores altas do Ibovespa
É hora de vender São Martinho (SMTO3)? Morgan Stanley rebaixa ação na B3 — mas não é por causa das queimadas
Os analistas ainda cortaram o preço-alvo das ações de R$ 35 para R$ 26, o que implica em uma leve desvalorização de 1,6% em relação ao último fechamento
Investidores da Microsoft em festa? Gigante da tecnologia eleva dividendos em 10% e vai abocanhar até US$ 60 bilhões em ações
A big tech declarou um provento trimestral de US$ 0,83 por ação, um aumento de 8 centavos em relação à remuneração paga aos investidores no trimestre anterior