“Não temos mais um mar de oportunidades em fundos imobiliários, é preciso ser mais seletivo”: especialistas e gestores de FIIs discutem as perspectivas para a indústria
Com a inversão do cenário macroeconômico, a grande “liquidação” das cotas dos fundos terminou, mas especialistas indicam que ainda é possível encontrar oportunidades no mercado

Nos últimos anos, “oportunidade” foi uma das palavras mais ditas pelos especialistas em fundos imobiliários. Com a alta dos juros e da inflação, a indústria — especialmente os FIIs de tijolo, que investem em ativos reais — acumulou descontos generosos que abriram pontos de entrada atrativos para os investidores.
Agora que o cenário macroeconômico começou a inverter-se — o ciclo de corte da taxa Selic está em curso e a alta nos preços arrefece —, a grande “liquidação” das cotas dos fundos negociadas na B3 terminou.
Ainda é possível encontrar algumas promoções no mercado, mas Marcos Baroni, professor e analista chefe de FIIs da Suno Research, faz um alerta: “Não temos mais um mar de oportunidades, então é preciso ser seletivo.”
O especialista, mais conhecido pela alcunha de professor Baroni, abriu nesta quinta-feira (21) a terceira edição do FII Experience — evento que reúne gestores, analistas e investidores de fundos — com uma retrospectiva sobre a indústria.
O analista relembrou que os FIIs de papel, que investem em títulos de crédito ligados ao setor imobiliário, ganharam muita exposição nos últimos anos graças ao ambiente macro desafiador e que favoreceu os dividendos da categoria.
Mas o professor Baroni acredita que, daqui para frente, a dinâmica entre papel e tijolo tende a se reequilibrar.
Leia Também
Ataque hacker e criptomoedas: por que boa parte do dinheiro levado no “roubo do século” pode ter se perdido para sempre
Eve, subsidiária da Embraer (EMBR3), lança programa de BDRs na B3; saiba como vai funcionar
FUNDO IMOBILIÁRIO (FII) NA FARIA LIMA: DIVIDENDOS DE ATÉ IPCA + 6%, COTA BARATA E ALTA QUALIDADE
Ainda é hora de investir em fundos imobiliários atrelados à inflação?
Isso não significa que os investidores devam correr para os ativos reais e esquecer o crédito imobiliário, na visão de Rodrigo Possenti, head de FIIs do Fator Ore.
Possenti diz que, mesmo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) mostrando o arrefecimento dos preços, é preciso pensar no histórico do indicador, que sempre inspira a necessidade de proteção, e manter os fundos atrelados à inflação na mira.
“Se olharmos apenas para o dividend yield [medida de retorno de um ativo a partir do pagamento de proventos] caímos na armadilha de desejar que a inflação seja sempre alta. Mas isso não é bom para os investidores pois eles ganham dividendos, mas perdem o poder de compra”, argumenta o especialista.
Vitor Duarte, CIO da Suno Asset, relembra ainda que o controle do IPCA também ajuda na redução de custo das dívidas das empresas, um dos fatores mais importantes para o controle da inadimplência nos portfólios dos fundos imobiliários.
“O papel é uma classe defensiva e saiu muito fortalecido da pandemia, mas agora que a economia melhorou é natural que os investidores aceitem tomar mais risco e busquem mais o tijolo”, ponderou Brunno Bagnariolli, sócio da Jive e CIO dos Fundos Mauá.
A DINHEIRISTA - Ajudei minha namorada a abrir um negócio, ela pegou meu dinheiro e ‘me deixou'
Alavancagem é um risco para os fundos imobiliários de tijolo?
Por falar no tijolo, gestores de grandes fundos desse tipo também compareceram ao evento organizado pela Suno para discutir as perspectivas para os principais segmentos da classe.
Luiz Amaral, sócio da TRX Investimentos, declarou que, quando se trata de imóveis reais, é no momento da aquisição de um ativo que o gestor mostra sua competência. “Tem que comprar no momento certo. Se acertar o ponto de entrada, em algum momento irá realizar lucro com a venda.”
Amaral, que é um dos fundadores da gestora responsável pelo TRX Real Estate (TRXF11), também comentou sobre a alavancagem financeira, uma das ferramentas da indústria que permite que os fundos comprem imóveis sem ter dinheiro em caixa, mas assusta os cotistas pelo custo da dívida.
“Se for bem feita, invariavelmente a alavancagem gera valor. É preciso, no entanto, entender qual é o tipo de dívida contraída e se a receita do ativo é suficiente para pagar a despesa financeira e prover resultados.”
Rodrigo Abbud, sócio fundador da VBI Real Estate, concorda que a ferramenta pode ser boa e indica que o segredo está no equilíbrio da carteira: “A alavancagem é como um remédio, na dose certa ela ajuda, mas se passar do ponto pode matar um ativo.”
Smart Fit (SMFT3) falha na série: B3 questiona queda brusca das ações; papéis se recuperam com alta de 1,73%
Na quarta-feira (2), os ativos chegaram a cair 7% e a operadora da bolsa brasileira quis entender os gatilhos para a queda; descubra também o que aconteceu
Ibovespa vale a pena, mas vá com calma: por que o UBS recomenda aumento de posição gradual em ações brasileiras
Banco suíço acredita que a bolsa brasileira tem espaço para mais valorização, mas cita um risco como limitante para alta e adota cautela
Da B3 para as telinhas: Globo fecha o capital da Eletromidia (ELMD3) e companhia deixa a bolsa brasileira
Para investidores que ainda possuem ações da companhia, ainda é possível se desfazer delas antes que seja tarde; saiba como
Os gringos investiram pesado no Brasil no primeiro semestre e B3 tem a maior entrada de capital estrangeiro desde 2022
Entre janeiro e junho deste ano, os gringos aportaram cerca de R$ 26,5 bilhões na nossa bolsa — o que impulsionou o Ibovespa no período
As nove ações para comprar em busca de dividendos no segundo semestre — e o novo normal da Petrobras (PETR4). Veja onde investir
Bruno Henriques, analista sênior do BTG Pactual, e Ruy Hungria, analista da Empiricus Research, contam quais são os papéis mais indicados para buscar dividendos no evento Onde Investir no Segundo Semestre, do Seu Dinheiro
Ibovespa faz história e chega aos 141 mil pontos pela primeira vez na esteira dos recordes em Nova York; dólar cai a R$ 5,4050
O Ibovespa acabou terminando o dia aos 140.927,86 pontos depois de renovar recorde durante a sessão
Banco do Brasil (BBAS3): enquanto apostas contra as ações crescem no mercado, agência de risco dá novo voto de confiança para o banco
A aposta da S&P Global Ratings é que, dadas as atividades comerciais diversificadas, o BB conseguirá manter o ritmo de lucratividade e a estabilidade do balanço patrimonial
Na contramão do Ibovespa, Petrobras (PETR4), Prio (PRIO3) e Brava (BRAV3) garantem ganhos no dia; saiba o que ajudou
A commodity está em alta desde o início da semana, impulsionado por tensões no Oriente Médio — mas não é só isso que ajuda no avanço das petroleiras
S&P 500 e Nasdaq renovam máximas históricas, mas um dado impede a bolsa de Nova York de disparar; Ibovespa e dólar caem
No mercado de câmbio, o dólar à vista continuou operando em queda e renovando mínimas depois de se manter no zero a zero na manhã desta quarta-feira (2)
Onde investir: as 4 ações favoritas para enfrentar turbulências e lucrar com a bolsa no 2º semestre — e outras 3 teses fora do radar do mercado
Com volatilidade e emoção previstas para a segunda metade do ano, os especialistas Gustavo Heilberg, da HIX Capital, Larissa Quaresma, da Empiricus Research, e Lucas Stella, da Santander Asset Management, revelam as apostas em ações na bolsa brasileira
Bresco Logística (BRCO11) diz adeus a mais um inquilino, cotas reagem em queda, mas nem tudo está perdido
O contrato entre o FII e a WestRock tinha sete anos de vigência, que venceria apenas em setembro de 2029
Gestora lança na B3 ETF que replica o Bloomberg US Billionaires e acompanha o desempenho das 50 principais empresas listadas nos EUA
Fundo de índice gerido pela Buena Vista Capital tem aplicação inicial de R$ 30 e taxa de administração de 0,55% ao ano
Ibovespa em 150 mil: os gatilhos para o principal índice da bolsa brasileira chegar a essa marca, segundo a XP
A corretora começa o segundo semestre com novos nomes em carteira; confira quem entrou e as maiores exposições
Ibovespa fecha primeiro semestre de 2025 com extremos: ações de educação e consumo sobem, saúde e energia caem
Entre os destaques positivos estão a Cogna (COGN3), o Assaí (ASAI3) e a Yduqs (YDUQ3); Já na outra ponta estão RaiaDrogasil (RADL3), PetroRecôncavo (BRAV3) e São Martinho (SMTO3)
XP Log (XPLG11) vai às compras e adiciona oito ativos logísticos na carteira por até R$ 1,54 bilhão; FIIs envolvidos disparam na B3
Após a operação, o XPLG11 passará a ter R$ 8 bilhões em ativos logísticos e industriais no Brasil
É hoje! Onde Investir no Segundo Semestre traz a visão de grandes nomes do mercado para a bolsa, dólar, dividendos e bitcoin; veja como participar
Organizado pelo Seu Dinheiro, o evento totalmente online e gratuito, traz grandes nomes do mercado para falar de ações, criptomoedas, FIIs, renda fixa, investimentos no exterior e outros temas que mexem com o seu bolso
“Não é liderança só pela liderança”: Rodrigo Abbud, sócio do Patria Investimentos, conta como a gestora atingiu R$ 28 bilhões em FIIs — e o que está no radar a partir de agora
Com uma estratégia de expansão traçada ainda em 2021, a gestora voltou a chamar a atenção do mercado ao adicionar a Genial Investimentos e a Vectis Gestão no portfólio
Nada de ouro ou renda fixa: Ibovespa foi o melhor investimento do primeiro semestre; confira os outros que completam o pódio
Os primeiros seis meses do ano foram marcados pelo retorno dos estrangeiros à bolsa brasileira — movimento que levou o Ibovespa a se valorizar 15,44% no período
Bolsas nas máximas e dólar na mínima: Ibovespa consegue romper os 139 mil pontos e S&P 500 renova recorde
A esperança de que novos acordos comerciais com os EUA sejam fechados nos próximos dias ajudou a impulsionar os ganhos na última sessão do mês de junho e do semestre
É possível investir nas ações do Banco do Brasil (BBAS3) sem correr tanto risco de perdas estrondosas, diz CIO da Empiricus
Apesar das recomendações de cautela, muitos investidores se veem tentados a investir nas ações BBAS3 — e o especialista explica uma forma de capturar o potencial de alta das ações com menos riscos