Marfrig (MRFG3) sobe forte e lidera ganhos do Ibovespa com recomendação de compra do Bank of America (BofA)
Banco acredita que preço da ação não reflete venda de ativos para a Minerva e nem e é mais baixo que a soma das partes da empresa
A Marfrig (MRFG3) brilha na bolsa nesta quarta-feira (22) após o Bank of America (BofA) elevar a recomendação da ação do frigorífico de neutro para compra, colocando-a como preferida do setor.
O preço-alvo do ativo também foi elevado, de R$ 8,50 para R$ 13, o que representa um potencial de alta de 54% em relação ao fechamento de ontem.
O banco americano vê uma melhor relação de risco-retorno para as ações da companhia neste momento e, em paralelo, baixou o preço-alvo de Minerva (BEEF3), mantendo a recomendação neutra, além de reiterar a recomendação underperform (equivalente a venda) para BRF (BRFS3).
Na opinião do BofA, a Marfrig vem sendo avaliada, na bolsa, a um valor inferior ao da soma das suas partes (como sua fatia na BRF), além de o preço de tela também não refletir a venda de ativos feita recentemente para a concorrente Minerva.
Como o resultado, os papéis MRFG3 avançavam 7,12% por volta das 14h40 e lideravam as maiores altas do Ibovespa. Acompanhe a nossa cobertura completa de mercados.
'BATALHA' ENTRE OZEMPIC E MCDONALDS: REMÉDIO DE EMAGRECIMENTO PODE DERRUBAR AS AÇÕES DO FAST FOOD?
Por que o BofA gosta de Marfrig (MRFG3)
Em relatório assinado pela analista Isabella Simonato, o BofA considera que a relação risco-retorno das ações da Marfrig se tornou mais favorável, na medida em que os papéis vêm apresentando uma performance inferior aos da BRF em 26% nos últimos três meses.
"Além do mais, na nossa visão, as ações não refletem a venda de cerca de 40% das operações de carne bovina da Marfrig na América do Sul para a Minerva, que deve destravar valor significativo", diz Simonato no relatório.
Na visão da analista, tal venda é chave para o frigorífico baixar seu endividamento da relação atual de 5,3 vezes dívida líquida/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) para 4,3 vezes até o quarto trimestre de 2024.
A Marfrig detém hoje uma fatia de 47,3% da BRF. Assim, diz Simonato, assumindo-se 1) uma relação EV/Ebitda (valor da firma sobre Ebitda) de 5 vezes para o negócio de carne bovina da Marfrig (em linha com o valor histórico) e 2) um Ebitda projetado de R$ 4,1 bilhões a R$ 4,2 bilhões após a venda da divisão para a Minerva, o valor da Marfrig, sem a BRF, deveria ser de R$ 1,5 bilhão.
Isso significa, na opinião do BofA, que a ação reflete hoje um valor, para a empresa, 37% menor do que deveria, contra um desconto médio de apenas 8% desde maio de 2022. Em outras palavras, a Marfrig está valendo menos na bolsa do que a soma das suas partes, nos cálculos do banco americano.
"Na nossa visão, o desconto parece elevado e pode se reduzir, na medida em que 1) acreditamos que a Marfrig pode estar mais perto de alcançar sua fatia final na BRF, dada a sua posição de alavancagem, reduzindo, assim, a incerteza quanto à alocação de capital; 2) a venda de ativos da Marfrig e seu fluxo de caixa recorrente devem ajudar a desalavancar a companhia e destravar valor; e 3) Marfrig tem sido mais ativa em fazer recompras de ações, com um novo programa anunciado hoje", justifica o relatório.
Minerva e BRF: outros frigoríficos não se destacam
A visão do BofA para as outras empresas do setor já não é tão positiva. O banco reiterou a recomendação neutra para Minerva, apesar da performance 50% inferior a seus pares desde agosto, em razão dos riscos associados ao negócio com a Marfrig.
O preço-alvo de BEEF3 foi cortado de R$ 12 para R$ 9,30, o que ainda marca, porém, uma expectativa de alta de quase 34% em relação ao fechamento de ontem.
Para a analista Isabella Simonato, os motivos são a aquisição das plantas da Marfrig e o custo de capital mais alto. O BofA acredita que o negócio saiu caro para a Minerva e não consegue ver claras sinergias comerciais, apesar da maior escala. Além disso, a aquisição possivelmente manterá o endividamento da companhia elevado, acima de 3 vezes a relação dívida líquida/Ebitda até 2025.
Quanto à BRF, o banco não vê potencial de alta para as ações, apesar da expectativa de melhora nos lucros. Além disso, há riscos relacionados aos preços internacionais do frango e dos custos de alimentação em 2024.
O preço-alvo dos papéis BRFS3 até foi ligeiramente elevado, de R$ 11 para R$ 11,60, para incorporar os resultados do terceiro trimestre, mas a recomendação foi mantida em underperform (equivalente a venda).
O dólar já era? Campos Neto diz quem vence a disputa como moeda da vez no mundo — e não é quem você pensa
O presidente do BC brasileiros avaliou a possibilidade de o yuan substituir a moeda norte-americana e sugere qual caminho o mundo vai escolher daqui para frente
Agrogalaxy (AGXY3) aprova aumento de capital de até R$ 277 milhões com preferência para atuais acionistas; veja como participar
Acionistas do bloco de controle garantiram a subscrição de R$ 150 milhões em novas ações; saiba quem terá direito à preferência
Teve de tudo em Nova York hoje: o sobe e desce das bolsas na carona dos juros e do Fed
A virada dos principais índices de ações dos EUA foi proporcionada pelas declarações de Jerome Powell, mas não durou muito tempo
As horas que precedem o Fed: bolsas em Nova York em compasso de espera de um sinal sobre os juros
O cenário corporativo está movimentado lá fora, com ações de algumas empresas que divulgaram balanço recuando quase 20%; indicadores importantes também foram publicados nesta quarta-feira (1)
Futuros de Nova York operam em baixa com cautela pré-Fed em dia cheio de indicadores econômicos no exterior
A bolsa brasileira permanece fechada, assim como vários outros mercados ao redor do mundo, mas Wall Street opera normalmente e está de olho na decisão de juros
Bolsa hoje: Na véspera do Fed, Ibovespa recua e acumula queda de quase 2% em abril; dólar avança 3,5% no mês
RESUMO DO DIA: Na véspera do feriado do Dia do Trabalho e da decisão sobre os juros nos Estados Unidos, a aversão ao risco permaneceu nos mercados e pressionou o desempenho do principal índice da bolsa brasileira. O Ibovespa terminou o dia em baixa de 1,12%, aos 125.924,19 pontos. No mês, o índice acumulou queda […]
Fundos imobiliários sentem o “efeito Campos Neto” e Fed nos juros, mas queda abre oportunidade para comprar FIIs com desconto
O IFIX iniciou o segundo trimestre da forma exatamente oposta à que começou o ano: o índice registra queda de 1% em abril
Quando a bolha da inteligência artificial vai estourar? Esta consultoria britânica tem uma previsão
Há quem diga que o entusiasmo dos investidores com a inteligência artificial tenha levado à formação de mais uma bolha no mercado de ações — e ela já está com prazo contado para estourar
Bolsa hoje: Ibovespa fecha na máxima do dia, aos 127.351 mil pontos; Casas Bahia (BHIA3) é destaque, mas VALE (VALE3) puxa índice; dólar cai a R$ 5,11
RESUMO DO DIA: A semana começou agitada e, enquanto o feriado de quarta-feira (1º) não chega, o cenário corporativo roubou a cena e atraiu a atenção dos investidores. O Ibovespa fechou com alta de 0,65%, aos 127.351 pontos, na máxima do dia. Já o dólar terminou a sessão próximo da estabilidade, com recuo de 0,02%, […]
Agenda econômica: Decisão de política monetária nos EUA no dia do feriado movimentam semana; veja o que esperar nos próximos dias
Além disso, as atenções ainda se voltam para o relatório de produção e vendas da Petrobras (PETR4)
Leia Também
-
Agrogalaxy (AGXY3) aprova aumento de capital de até R$ 277 milhões com preferência para atuais acionistas; veja como participar
-
Teve de tudo em Nova York hoje: o sobe e desce das bolsas na carona dos juros e do Fed
-
As horas que precedem o Fed: bolsas em Nova York em compasso de espera de um sinal sobre os juros
Mais lidas
-
1
O dólar já era? Campos Neto diz quem vence a disputa como moeda da vez no mundo — e não é quem você pensa
-
2
Subsidiária da Oi (OIBR3) anuncia emissão de 14,9 bilhões de ações a um preço total de R$ 4; operação renderá economia de R$ 1,78 bi à tele
-
3
O futuro dos juros no Brasil: o que Campos Neto pensa sobre possíveis cenários, inflação, crescimento e questão fiscal