Efeito dobradinha Lula-Haddad? Por que o dólar voltou para baixo dos R$ 5,00 pela primeira vez em quase nove meses?
Diversos fatores influenciam na pressão sobre a divisa: incertezas políticas, cenário macroeconômico e juros nos Estados Unidos

Parece um sonho brasileiro, mas não é: pela primeira vez desde 10 de junho de 2022 o dólar americano ficou abaixo dos R$ 5,00 durante o pregão regular. A moeda norte-americana recua 1,60% nesta quinta-feira (02), sendo negociada a R$ 4,9727.
Diversos fatores influenciam na pressão sobre a divisa, mas o principal deles apareceu na tarde de ontem (1º). O Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) elevou a taxa de juros em 0,25 ponto percentual mais uma vez — na faixa de 4,50% a 4,75% ao ano.
O aperto monetário em si não é o grande problema. Afinal, o Fed precisa correr atrás do prejuízo de uma inflação nada temporária.
Porém, seus efeitos podem ser devastadores na economia estadunidense — que já está em recessão técnica após recuo do PIB por dois trimestres consecutivos. A elevação dos juros tem como objetivo frear o consumo como forma de garantir um maior controle da meta de inflação.
E para alcançar os 2% desejados, o Fed está disposto a deixar os juros em patamar restritivo por algum tempo. Assim, o enfraquecimento da economia dos EUA tende a enfraquecer uma divisa como dólar.
“Na esteira da reabertura da China, após política de covid zero, a informação de que o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos deve permanecer por mais tempo elevou as expectativas dos investidores no exterior”, afirma Marcos Almeida, diretor da WIT Exchange, ao justificar o alívio visto hoje no câmbio.
Leia Também
VEJA TAMBÉM - Mercado está pegando pesado demais com Lula? Veja se os atos são tão terríveis assim
Além dos Estados Unidos: mais dólares no Brasil
Outro ponto importante que contribuiu para o recuo do dólar por aqui foi o fluxo de capital estrangeiro para dentro do país.
É verdade que recentemente o Banco Central precisou revisar os números de 2022 — o resultado que era positivo inverteu o sinal em US$ 12 bilhões. Entretanto, segundo dados disponíveis no site do Banco Central, o fluxo cambial de janeiro foi positivo em US$ 4,198 bilhões.
O mercado também repercute a decisão do BC local de manter os juros em 13,75%. Apesar da estabilidade, a Selic deve continuar nessa faixa alta por mais tempo, segundo o comunicado da autarquia.
O fluxo de dinheiro gringo entrando no país também coincide com a chegada de Luiz Inácio Lula da Silva ao Planalto — apesar dos maiores receios dos investidores locais, o mercado internacional é mais simpático ao novo governo, principalmente com relação à agenda ambiental e de reabertura diplomática e econômica para o mundo.
- DIÁRIO DOS 100 DIAS: Receba as notícias mais atualizadas sobre o Lula 3 – e como as decisões do presidente podem afetar seu bolso e sua carteira de investimentos. Clique aqui para acompanhar a nossa cobertura completa.
Efeito Lula-Haddad no dólar?
Por último, vale ressaltar que os investidores correm para o dólar em momentos de incerteza com o futuro — a moeda estadunidense é um porto seguro nessas situações.
O contrário pode acontecer, mas o peso dos fatores econômicos citados anteriormente foi sem dúvidas maior.
- RENDA SEMANAL EM DÓLARES: estratégia permite ganhos de US$ 100, US$ 200, até US$ 500 ou mais. Sem precisar de experiência prévia no mercado financeiro. Saiba mais aqui.
A reeleição dos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), abre agora o caminho para o início da votação da pauta econômica.
Ainda que os planos de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nem sempre agradem o mercado, as tão esperadas reforma tributária e nova âncora fiscal, que substituiria o teto de gastos, podem sair do papel.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pretende que ambas caminhem ao mesmo tempo nas Casas Legislativas. No entanto, até mesmo integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) não acreditam nessa possibilidade.
Essa maior clareza para o estabelecimento de pautas governamentais deixa o caminho mais claro para analistas e investidores ajustarem suas posições. Em outras palavras, reduz as incertezas no curto e médio prazo.
Dólar fraco, ouro forte e bolsas em queda: combo China, EUA e Powell ditam o ritmo — Ibovespa cai junto com S&P 500 e Nasdaq
A expectativa por novos cortes de juros nos EUA e novos desdobramentos da tensão comercial entre as duas maiores economias do mundo mexeram com os negócios aqui e lá fora nesta terça-feira (14)
IPO reverso tem sido atalho das empresas para estrear na bolsa durante seca de IPOs; entenda do que se trata e quais os riscos para o investidor
Velocidade do processo é uma vantagem, mas o fato de a estreante não precisar passar pelo crivo da CVM levanta questões sobre a governança e a transparência de sua atuação
Ainda mais preciosos: ouro atinge novo recorde e prata dispara para máxima em décadas
Tensões fiscais e desconfiança em moedas fortes como o dólar levam investidores a buscar ouro e prata
Sparta mantém posição em debêntures da Braskem (BRKM5), mas fecha fundos isentos para não prejudicar retorno
Gestora de crédito privado encerra captação em fundos incentivados devido ao excesso de demanda
Bolsa ainda está barata, mas nem tanto — e gringos se animam sem pôr a ‘mão no fogo’: a visão dos gestores sobre o mercado brasileiro
Pesquisa da Empiricus mostra que o otimismo dos gestores com a bolsa brasileira segue firme, mas perdeu força — e o investidor estrangeiro ainda não vem em peso
Bitcoin (BTC) recupera os US$ 114 mil após ‘flash crash’ do mercado com Donald Trump. O que mexe com as criptomoedas hoje?
A maior criptomoeda do mundo voltou a subir nesta manhã, impulsionando a performance de outros ativos digitais; entenda a movimentação
Bolsa fecha terceira semana no vermelho, com perdas de 2,44%; veja os papéis que mais caíram e os que mais subiram
Para Bruna Sene, analista de renda variável na Rico, “a tão esperada correção do Ibovespa chegou” após uma sequência de recordes históricos
Dólar avança mais de 3% na semana e volta ao patamar de R$ 5,50, em meio a aversão ao risco
A preocupação com uma escalada populista do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o real apresentar de longe o pior desempenho entre divisas emergentes e de países exportadores de commodities
Dólar destoa do movimento externo, sobe mais de 2% e fecha em R$ 5,50; entenda o que está por trás
Na máxima do dia, divisa chegou a encostar nos R$ 5,52, mas se desvalorizou ante outras moedas fortes
FII RBVA11 avança na diversificação e troca Santander por nova locatária; entenda a movimentação
O FII nasceu como um fundo imobiliário 100% de agências bancárias, mas vem focando na sua nova meta de diversificação
O mercado de ações dos EUA vive uma bolha especulativa? CEO do banco JP Morgan diz que sim
Jamie Dimon afirma que muitas pessoas perderão dinheiro investindo no setor de inteligência artificial
O que fez a Ambipar (AMBP3) saltar mais de 30% hoje — e por que você não deveria se animar tanto com isso
As ações AMBP3 protagonizam a lista de maiores altas da B3 desde o início do pregão, mas o motivo não é tão inspirador assim
Ação do Assaí (ASAI3) ainda está barata mesmo após pernada em 2025? BB-BI revela se é hora de comprar
Os analistas do banco decidiram elevar o preço-alvo das ações ASAI3 para R$ 14 por ação; saiba o que fazer com os papéis
O que esperar dos mercados em 2026: juros, eleições e outros pilares vão mexer com o bolso do investidor nos próximos meses, aponta economista-chefe da Lifetime
Enquanto o cenário global se estabiliza em ritmo lento, o país surge como refúgio — mas só se esses dois fatores não saírem do trilho
Tempestade à vista para a Bolsa e o dólar: entenda o risco eleitoral que o mercado ignora
Os meses finais do ano devem marcar uma virada no tempo nos mercados, segundo Ricardo Campos, CEO e CIO da Reach Capital
FII BMLC11 leva calote da Ambipar (AMBP3) — e investidores vão sentir os impactos no bolso; cotas caem na B3
A Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado, e a crise atinge em cheio os dividendos do FII
Ouro ultrapassa o nível de US$ 4 mil pela primeira vez por causa de incertezas no cenário global; o metal vai conseguir subir mais?
Shutdown nos EUA e crise na França levam ouro a bater recorde histórico de preço
Fundos de ações e multimercados entregam 21% de retorno no ano, mas investidores ficam nos 11% da renda fixa, diz Anbima
Mesmo com rentabilidade inferior, segurança da renda fixa mantém investidores estagnados, com saídas ainda bilionárias das estratégias de risco
MXRF11 mira captação recorde com nova emissão de até R$ 1,25 bilhão
Com uma base de 1,32 milhão de cotistas e patrimônio líquido de mais de R$ 4 bilhões, o FII mira sua maior emissão
O que foi tão ruim na prévia operacional da MRV (MRVE3) para as ações estarem desabando?
Com repasses travados na Caixa e lançamentos fracos, MRV&Co (MRVE3) decepciona no terceiro trimestre