O último reajuste do óleo diesel de 8,9% reacendeu os debates sobre a política de preços da Petrobras (PETR4). A paridade internacional fez com que os preços disparam e com eles, as críticas do presidente da República, Jair Bolsonaro.
Neste sábado (14), a estatal enviou um comunicado ao mercado, informando que não há debate sobre a mudança na política de preços da Petrobras. Leia a carta na íntegra:
“Rio de Janeiro, 14 de maio de 2022 – A Petróleo Brasileiro S.A Petrobras), em relação às notícias veiculadas na mídia, esclarece que não está discutindo mudanças em sua política de preços com o Ministério de Minas e Energia.
A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, acompanhando as variações para cima e para baixo, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato da volatilidade para os preços internos.”
Bolsonaro contra Petrobras
Após a apresentação de resultados da estatal, que registrou lucro líquido de R$ 44,5 bilhões no primeiro trimestre — resultado 38 vezes maior do que o obtido no mesmo período do ano passado —, o presidente da República voltou a questionar os ganhos da empresa.
Em sua live semanal, Bolsonaro afirmou aos gritos que o lucro da estatal "é um estupro, um absurdo". "Muitas petroleiras mundo afora reduziram o preço, baixaram a margem de lucro. Se fosse estatal, eu teria decidido reduzir a margem de lucro".
Entretanto, dados compilados pelo Estadão apontam que a estatal pagou R$ 447 bilhões ao governo federal desde o início do mandato de Bolsonaro, em janeiro de 2019. No mesmo período, a Petrobras lucrou cerca de R$ 200 bilhões.
E a chapa esquenta…
Este sábado (14) marca um mês da chegada de José Mauro Ferreira Coelho ao comando da Petrobras, mas esse pode ser o único aniversário dele no comando.
Segundo fontes próximas ao presidente ouvidas pelo Estadão, Ferreira Coelho está sob pressão após um novo aumento no preço do diesel.
O jornal apurou que, com a troca de comando no Ministério de Minas e Energia, o cargo de presidente da petroleira também está na mira da dança das cadeiras.
Relembre os presidentes da estatal
Quando Bolsonaro entrou na presidência, Roberto Castello Branco assumiu em 3 de janeiro de 2019 e permaneceu no cargo até 13 de abril de 2021, o maior tempo de chefia desde o início do governo, com um ano e três meses à frente da estatal.
O desgaste com o reajuste de combustíveis culminou com a troca dele pelo general Joaquim Silva e Luna, que permaneceu um ano à frente da estatal — e caiu pelos mesmos motivos que Castello Branco. Ele ficou pouco menos de um ano, de 16 de abril de 2021 a 13 de abril de 2022.
Por fim, o atual chefe da Petrobras assumiu em 14 de abril e faz “mêsversário” neste sábado.