Oceanpact (OPCT3) vence batalha milionária na Justiça contra a Petrobras (PETR4); o que isso significa para as ações?
Depois de dois anos de disputa na justiça, a prestadora de serviços marinhos ganhou, por unanimidade, o processo — e a estatal terá que pagar à companhia um montante milionário

A noite de quarta-feira foi de vitória para a Oceanpact (OPCT3), tanto na Justiça quanto na bolsa de valores. Após se consagrar vencedora na batalha legal travada contra a Petrobras (PETR4), as ações da prestadora de serviços marinhos dispararam na B3 no último pregão. E não à toa.
Há mais de dois anos, a empresa cobra a petroleira legalmente para que arque com o descumprimento das regras de circulação de bandeira estrangeira ligadas ao navio Up Coral — e apenas ontem a companhia ganhou a disputa. Vale destacar que a decisão ainda não é final, e a Petrobras pode entrar com novos recursos.
Os papéis OPCT3 encerraram a sessão de ontem em alta de 11,07%, negociados a R$ 2,91. Ao mesmo tempo, as ações da estatal tiveram uma derrocada na bolsa. Os papéis PETR3 caíram 9,8% ontem, enquanto as ações PETR4 desabaram 7,93%.
O movimento da empresa marinha se entendeu para o pregão de hoje, ainda que com menor intensidade. Por volta das 11h20 desta quarta-feira, as ações da Oceanpact avançavam 0,69%, a R$ 2,93. Já PETR3 e PETR4 voltaram para o campo positivo, com valorização de 2,68% e 2,75%, respectivamente, a R$ 24,94 e R$ 22,06.
Apesar da boa reação à vitória na Justiça, os papéis da Oceanpact seguem muito abaixo da “linha d'água”. Desde o IPO, em fevereiro de 2021, a empresa perdeu 73,7% de valor de mercado na B3.
A briga entre a Oceanpact (OPCT3) e a Petrobras (PETR4)
A disputa entre a Oceanpact e a Petrobras começou em 2017, quando a estatal contratou por licitação o aluguel da embarcação de suporte PSV — normalmente usada para conectar plataformas a sistemas de produção de petróleo —, com prazo de vigência de seis anos, que poderiam ser estendidos por mais seis anos.
Leia Também
Então, cabia à petroleira pagar as taxas diárias do afretamento do navio e conseguir as licenças com o órgão responsável, que duravam 12 meses, e renová-las após o vencimento.
Porém, depois do período de um ano, a Petrobras não renovou a licença por “impossibilidade” e deu por encerrados os contratos — apesar de a embarcação estar disponível para uso, de acordo com a Oceanpact.
Sentença milionária para a Petrobras
Depois de dois anos de disputa legal, foi somente ontem que a Oceanpact venceu, por unanimidade, o processo na Justiça.
O juiz considerou que a Petrobras rescindiu o contrato de forma indevida, e a estatal será condenada a pagar à companhia um montante milionário.
A princípio, a sentença não estipulou os valores que a Petrobras deverá pagar à companhia, apenas detalhou o que será cobrado e como o montante será corrigido.
Segundo a ação judicial, a soma inclui:
- O valor de 93 taxas diárias, que foi o período em que a embarcação permaneceu disponível, armada e tripulada, mas sem pagar à empresa;
- A quantia de diárias referentes ao afretamento da embarcação Up Coral UP desde 11 de junho de 2018 até o fim do contrato, em 03 de agosto de 2021;
- O montante de 45 diárias, correspondentes ao período de aviso prévio.
Os valores ainda serão corrigidos pelo INPC e juros de 1% ao mês, contando da data de vencimento de cada pagamento mensal.
Caberá ainda à estatal arcar com as custas do processo e dos honorários advocatícios, que serão equivalentes a 10% do valor final da condenação.
A definição da bolada deverá acontecer nas próximas etapas do processo, que ainda está sujeito a recursos da petroleira.
Leia também:
- Gafisa (GFSA3) sofre revés em disputa judicial com fundo sobre emissão de debêntures; acionista e incorporadora também têm embate em outras frentes — entenda
- Marfrig (MRFG3) pagará R$ 600 milhões em dividendos (e você ainda pode ter direito a receber)
- Bolsa agora: Ibovespa ensaia alta com recuperação de Petrobras (PETR4), mas olho de na PEC de Transição; dólar avança
O que dizem os analistas
Porém, segundo informações do InfoMoney e do Bradesco BBI, os valores devem chegar a cerca de R$ 400 milhões, equivalente a 68% do valor de mercado da empresa de serviços marinhos nesta quinta-feira.
Na visão do banco, a vitória legal da Oceanpact pode gerar um acréscimo de R$ 2 por ação para a companhia.
“Se a Oceanpact vencer até o último estágio de apelação, isso seria uma boa notícia para a empresa”, disse a casa, em relatório.
“Acreditamos que a Oceanpact poderia usar os recursos de caixa para gestão de passivos, já que as taxas de CDI nos níveis atuais de dívida estão consumindo praticamente todo o fluxo de caixa da empresa após os investimentos.”
Na hipótese de a Petrobras aceitar a decisão judicial e não entrar com recurso, o Bradesco projeta que a petroleira seja capaz de gerar fluxo de caixa já no segundo semestre do ano que vem, caso use todos os recursos para pagar as dívidas.
CVM manda a Marisa (AMAR3) refazer os balanços dos últimos 3 anos — e ações caem 4% na B3
CVM determinou que a varejista de moda refizesse as demonstrações financeiras anuais de 2022 a 2024 e os formulários trimestrais até 2025
A Ambipar (AMBP3) não vai parar de cair? Ações derretem quase 60% enquanto mercado tenta rastrear onde está o caixa da empresa
Enquanto tenta reestruturar as finanças em crise sem recorrer à recuperação judicial, a Ambipar enfrenta uma onda de desconfiança no mercado
Minerva (BEEF3) sob a lupa de BTG, XP e BofA: analistas avaliam “janela de oportunidade” descrita pelo CEO, mas mantêm cautela
Bancos citam expansão em novos mercados e potencial de desalavancagem, mas alertam para riscos para o fluxo de caixa livre
Alívio para o BRB (BSLI4): com polêmica compra do Master fora do jogo, Moody’s retira alerta de rebaixamento
Com o sinal vermelho do BC para a aquisição de ativos do Master pelo BRB, a Moody’s confirmou as notas de crédito e estabeleceu uma perspectiva estável para o Banco de Brasília
SLC Agrícola (SLCE3) divulga novo guidance e projeta forte expansão na produção — mas BTG não vê gatilhos no horizonte de curto prazo
Apesar do guidance não ter animado os analistas, o banco ainda mantém a recomendação de compra para os papéis
Ações da Santos Brasil (STBP3) dão adeus para a bolsa brasileira nesta sexta-feira (3)
A despedida das ações acontece após a conclusão de compra pela francesa CMA Terminals
OpenAI, dona do ChatGPT, atinge valor de US$ 500 bilhões após venda de ações para empresas conhecidas; veja quais
Funcionários antigos e atuais da dona do ChatGPT venderam quase US$ 6,6 bilhões em ações
Mercado Livre (MELI34) é o e-commerce favorito dos brasileiros, segundo UBS BB; Shopee supera Amazon (AMZO34) e fica em segundo lugar
Reputação e segurança, custos de frete, preços, velocidade de entrega e variedade de produtos foram os critérios avaliados pelos entrevistados
‘Novo Ozempic’ chega ao Brasil graças a parceira entre farmacêuticas
Novo Nordisk e Eurofarma se unem para lançar no Brasil o Poviztra e o Extensior, versões injetáveis da semaglutida voltadas ao tratamento da obesidade
Ambipar (AMBP3) volta a desabar e chega a cair mais de 65%; entenda o que está por trás da queda
Desde segunda-feira (29), a ação já perdeu quase 60% no valor. Com isso, o papel, uma das grandes estrelas em 2024, quando disparou mais de 1.000%, voltou ao patamar de um ano atrás
Banco do Brasil alerta para golpes em meio a notícias sobre possível concurso
Comunicado oficial alerta candidatos, mas expectativa por novo concurso cresce — mesmo sem previsão confirmada pelo banco
De São Paulo a Wall Street: Aura Minerals (AURA33) anuncia programa de conversão de BDRs em ações na Nasdaq
Segundo a empresa, o programa faz parte da estratégia de consolidar e aumentar a negociação de suas ações na bolsa de Nova York
Oncoclínicas (ONCO3) traça planos para restaurar caixa e sair da crise financeira. Mercado vai dar novo voto de confiança?
Oncoclínicas divulgou prévias e projeções financeiras para os próximos anos. Veja o que esperar da rede de tratamentos oncológicos
Mais uma derrota para a Oi (OIBR3): Justiça nega encerrar Chapter 15 nos EUA. O que isso significa para a tele?
Para a juíza responsável pelo caso, o encerramento do processo “não maximizará necessariamente o valor nem facilitará o resgate da companhia”; entenda a situação
Oi (OIBR3) falha na tentativa de reverter intervenção na alta gestão, mas Justiça abre ‘brecha’ para transição
A decisão judicial confirma afastamento de diretores da empresa de telecomunicações, mas abre espaço para ajustes estratégico
Retorno da Petrobras (PETR3, PETR4) à distribuição é ‘volta a passado não glorioso’ e melhor saída é a privatização, defende Adriano Pires
Especialista no setor de energia que quase assumiu o comando da petroleira na gestão Bolsonaro critica demora para explorar a Margem Equatorial e as MPs editadas pelo governo para tentar atrair data centers ao país
Diretora revela os planos do Bradesco (BBDC4) para atingir 1 milhão de clientes de alta renda no Principal até 2026
Ao Seu Dinheiro, Daniela de Castro, diretora do Principal, detalhou os pilares da estratégia de crescimento do banco no segmento de alta renda
WEG (WEGE3) vive momento sombrio, com queda de 32% em 2025 e descrença de analistas; é hora de vender?
Valorização do real, tarifas de Trump e baixa demanda levam bancos a cortarem preços-alvos das ações da WEG
A Oi (OIBR3) vai falir? Decisão inédita no Brasil pôs a tele de cara com a falência, mas é bastante polêmica; a empresa recorreu
A decisão que afastou a diretoria da empresa e a colocou prestes a falir é inédita no Brasil e tem como base atualização na Lei das Falências; a Oi já recorreu
Azul (AZUL4) apresenta números mais fracos em agosto, com queda na receita líquida e no resultado operacional; entenda o que aconteceu
A companhia aérea, que enfrenta uma recuperação judicial nos Estados Unidos, encerrou agosto com R$ 1,671 bilhão no caixa