Quem não se lembra das imagens de caos que tomaram conta dos aeroportos depois que a Itapemirim suspendeu todos os voos da ITA, sua companhia aérea, pouco antes do Natal? Na ocasião, a crise chegou às linhas rodoviárias, fazendo a Viação Itapemirim paralisar e suprimir algumas de suas rotas de ônibus.
Essa história ganhou um novo capítulo nesta quinta-feira (27), com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) acatando o pedido da Itapemirim para manter os serviços da viação de ônibus em operação.
“A Agência Nacional de Transportes Terrestres informa que, após tratativas com a empresa Itapemirim, responsável por operar linhas do transporte interestadual de passageiros, aprovou o pedido de cancelamento do requerimento de paralisação, ou seja, os serviços que seriam interrompidos a pedido da empresa continuam operando e à disposição dos usuários”, diz a nota.
Itapemirim: recordar é viver
No dia 30 de dezembro do ano passado, a Viação Itapemirim informou que iria paralisar 18 rotas de ônibus e suprimir outras 16 a partir desta quinta-feira. Confira as linhas que seriam afetadas, mas que seguirão em operação após a decisão de hoje.
Na ocasião, o Grupo Itapemirim citava um plano de reestruturação logístico e operacional, com o objetivo de reduzir custos e maximizar os resultados financeiros em suas rotas de longa distância.
Há uma recuperação judicial no meio do caminho
O Grupo Itapemirim está em recuperação judicial desde março de 2016. Com débitos que se aproximam de R$ 2 bilhões, ganhou destaque nacional ao paralisar todas as operações da Itapemirim Transportes Aéreos, a ITA, no dia 17 de dezembro.
A empresa chegou a firmar um acordo com o Procon-SP para reembolsar integralmente todos os consumidores que registrassem reclamação no site do órgão por conta do caos gerado com o cancelamento dos voos.
A ITA começou a operar em julho deste ano, mas antes mesmo do voo inaugural o empreendimento gerava dúvidas, não só pelo processo de recuperação judicial pelo qual o Grupo Itapemirim passa, mas também pelo momento do setor aéreo, fortemente afetado pelas restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus.