Depois de provocar alvoroço ao anunciar a compra do Twitter (TWTR34) na segunda-feira (25), Elon Musk decidiu vender o equivalente a US$ 4 bilhões em ações da Tesla (TSLA34) durante esta semana.
A venda das ações foi efetuada entre terça (26) e quarta-feira (27), mas o registro só entrou na Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos EUA) no final da noite de ontem (28).
Vale lembrar que o negócio com o Twitter foi avaliado em US$ 44 bilhões, ou US$ 54,20 por ação.
Desse montante, o CEO da Tesla garantiu que US$ 21 bilhões viriam da sua própria fortuna, o que provocou especulações de que ele teria de vender uma parcela significativa da sua participação na empresa.
Isso porque o final do ano passado, Musk vendeu o equivalente a US$ 16 bilhões em ações da Tesla para ajudar a pagar uma conta de US$ 11 bilhões em impostos.
A especulação levou os papéis da Tesla a amargarem perdas durante a semana. Nesta sexta-feira (29), no entanto, as ações da companhia sobem mais de 5%.
Desde o começo do ano até agora, as ações da Tesla acumulam queda de 26,8%, mas têm alta de 29,6% em 12 meses.
Ao comentar a notícia no Twitter, Musk garantiu que não há mais vendas programadas das ações da Tesla depois de hoje.
No further TSLA sales planned after today
— Elon Musk (@elonmusk) April 29, 2022
Fim dos robôs no Twitter?
Dentre as promessas de mudanças no Twitter feitas por Musk, uma delas se sobressai: a de aniquilação dos robôs de spam. A rede social é conhecida por conter uma série de contas operadas por algoritmos configurados para fazer propaganda, aplicar golpes e disseminar informações falsas.
Musk também prometeu "autenticar todos os humanos reais", o que dá a entender que as contas falsas no Twitter podem estar com os dias contados.
And authenticate all real humans
— Elon Musk (@elonmusk) April 21, 2022
O que tem se especulado agora é como isso será feito. Talvez uma expansão do programa já existente de verificação de contas, que dá o desejado selo azul? Ou então uma ligação com um meio de pagamento, como cartão de crédito? E se for por meio de biometria facial?
De acordo com o CNN Business, qualquer maneira de autenticar as contas passará por desafios ligados a acesso ou privacidade.
Do ponto de vista do acesso, caso haja um sistema que ligue as contas a cartões de crédito, por exemplo, o Twitter correria o risco de excluir quem não tem acesso a esse produto, como pessoas mais jovens ou que estão com o nome sujo na praça.
Já na parte da privacidade, os usuários teriam de confiar que a plataforma não utilizaria suas informações pessoais para benefício próprio. Além disso, seria um prato cheio para governos autoritários e um alvo para hackers que queiram fraudar identidade.
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