Selic perto de 14% e dólar a R$ 5,20. A visão do gestor da Armor Capital para o Brasil no fim de 2022 — se a eleição não bagunçar tudo
Ex-tesoureiro do Bradesco, Alfredo Menezes avalia que a inflação não permitirá que o BC encerre o ciclo de aperto na Selic na quarta (4).
Nem os 40 anos de experiência com operações de risco puderam preparar Alfredo Menezes, sócio-fundador da gestora de fundos Armor Capital, para o susto que levou em março deste ano.
Mas não foi a queda repentina do dólar ou a alta da bolsa naquele momento que abalaram o experiente gestor e ex-tesoureiro do Bradesco. Foi uma moto aquática.
O veículo que pilotava simplesmente explodiu e enviou Menezes diretamente para o hospital, onde teve de passar por uma cirurgia na bacia.
Em recuperação desde então, o gestor responsável por mais de R$ 300 milhões em recursos já voltou a analisar o mercado diretamente da Armor, no Jardim Europa, em São Paulo.
E o que ele tem visto não é exatamente bom.
Pensa em nascer de novo. Isso era uma Yamaha shvo. Deus me protegeu muito. pic.twitter.com/3562uYGoPK
Leia Também
— Alfredo Menezes (@AlfredoMenezes6) March 23, 2022
Apesar do Banco Central ter sinalizado que o aumento de 1 ponto percentual na Selic previsto para a reunião desta semana — que levaria a taxa básica de juros para 12,75% ao ano — será o fim do ciclo de alta, Alfredo não está convencido disso.
Isso porque a expectativa de inflação vem se deteriorando a cada nova divulgação de indicadores da alta de preços — apesar do relativo alívio com o IPCA-15 de abril.
“A inflação não tem mostrado grande alívio. A gente pode ver a Selic mais próxima de 14%”, diz Alfredo, em entrevista ao Seu Dinheiro.
Inflação continua bombando
Na semana passada, dois índices de inflação mostraram que a alta de preços ainda continua forte.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) avançou 1,73% em abril. Embora tenha fica pouco abaixo das expectativas do mercado, trata-se da maior alta para o mês desde 1995.
Já o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) desacelerou de 1,74% em março para 1,41% em abril.
Tudo isso indica para Menezes que, além da alta de 1 p.p. na quarta-feira (4), o BC deve elevar a Selic em mais 1 p.p. nas próximas reuniões.
A dose, de acordo com o gestor, deve se dividir em duas altas de 0,5 p.p. Assim, a Selic chegaria ao fim do ciclo de alta a 13,75% em vez dos 12,75% previstos.
Dólar não deve voltar a cair
Outra questão que deve adicionar pressão sobre o BC é a disparada recente do dólar. Em poucos pregões, a moeda americana apagou boa parte das perdas que vinha acumulando desde o início do ano.
Durante o carnaval fora de época da semana retrasada, veio o primeiro golpe: uma alta de 4% na ponte de feriado, mesmo com intervenção do Banco Central.
Entre os analistas, houve quem arriscou dizer que chegou ao fim o ciclo de queda da moeda americana — e quem viu o dólar continuar a trajetória de alta na semana passada teve certeza disso.
“O dólar já ajudou [na inflação] o que tinha para ajudar”, diz Menezes.
Para o gestor, a moeda deve encerrar 2022 próximo de R$ 5,20, principalmente porque no final do ano o fluxo de estrangeiros piora.
A previsão do sócio da Armor está acima da visão do mercado refletida no Relatório Focus, que na semana passada previa o dólar a R$ 5,00 no final deste e do próximo ano.
Eleições podem mudar tudo
Se tem algo que pode mudar as projeções do ex-tesoureiro do Bradesco são as eleições presidenciais de outubro. Não por uma eventual vitória de Lula ou Bolsonaro, mas sim pelo nome do escolhido para ocupar o cargo de ministro da Economia pelo vencedor.
“Acho que o mercado não se assusta mais com Lula nem Bolsonaro. O que pode assustar, caso Lula seja eleito, é ele ter um ministro mais à la Guido Mantega”, afirma.
- MUDANÇAS NO IR 2022: baixe o guia gratuito sobre o Imposto de Renda deste ano e evite problemas com a Receita Federal
Ele frisa que ambos os candidatos à presidência têm um viés populista e, na atual situação fiscal, seria impossível cumprir promessas populistas sem aumentar a carga tributária dos brasileiros.
Assim, o mais indicado, na visão do gestor, seria um ministro mais aos moldes de Henrique Meirelles, que presidiu o BC nos anos Lula e assumiu o comando da economia no governo Temer.
Posição dos fundos
Em meio a esse contexto de Selic e inflação altas, os fundos da Armor estão com exposição zerada na bolsa norte-americana e com uma posição reduzida na B3, comprados em alguns setores, como saúde e logística.
“Não estamos animados com bolsa. Até achamos que tem empresas muito baratas, mas o carrego está caro demais”, diz.
Assim, as principais fontes de ganhos estão nas posições em moedas e juros curtos, de menos de um ano.
“Estamos short [posição vendida] em peso mexicano e uma operação interessante agora é ficar long [comprado] em real”, diz Alfredo.
O Armor Axe, principal fundo da casa, está com rentabilidade acumulada de 21,85% em 12 meses até 27 de abril, contra 7,05% do CDI (indicador de referência) no mesmo período. Em março, a maior contribuição para os ganhos do mês foi justamente do livro de moedas.
Leia também:
- Fundos multimercados têm trimestre arrasador e deixam CDI no chinelo. Ainda dá tempo de pegar essa onda?
- Muita coisa mudou na pesquisa Focus durante a greve dos servidores do Banco Central. Confira a evolução das projeções para a inflação e a Selic
- Agro é pop, agro é bolsa: SLC (SLCE3) é confirmada na nova carteira do Ibovespa; índice terá 92 ações
Banco Central desiste de criar regras para o Pix Parcelado; entenda como isso afeta quem usa a ferramenta
O Pix parcelado permite que o consumidor parcele um pagamento instantâneo, recebendo o valor integral no ato, enquanto o cliente arca com juros
FII com dividendos de 9%, gigante de shoppings e uma big tech: onde investir em dezembro para fechar o ano com o portfólio turbinado
Para te ajudar a reforçar a carteira, os analistas da Empiricus Research destrincham os melhores investimentos para este mês; confira
Quina faz um novo milionário; Lotofácil e Dia de Sorte também têm ganhadores
Enquanto a Quina, a Lotofácil e a Dia de Sorte fizeram a festa dos apostadores, a Mega-Sena e a Timemania acumularam nos sorteios da noite de quinta-feira (4).
Mercado aposta em corte da Selic em janeiro, mas sinais do Copom indicam outra direção, diz Marilia Fontes, da Nord
Para a sócia da Nord, o BC deve manter a postura cautelosa e dar sinais mais claros antes de fazer qualquer ajuste
Fundos de pensão que investiram em títulos do Banco Master entram na mira da Justiça em meio a irregularidades nos investimentos
Investigações apontam para aplicações financeiras fora dos protocolos adequados nos casos dos fundos Amazonprev, Rioprevidência e Maceió Previdência
Time sensação do Campeonato Brasileiro, Mirassol arrecada o equivalente a um terço do orçamento municipal
Sensação do Brasileirão, o Mirassol arrecadou cerca de um terço do orçamento municipal e levou a pequena cidade paulista ao cenário internacional com a vaga na Libertadores
Joesley Batista viajou para a Venezuela para pedir renúncia de Maduro: qual o interesse da JBS e da J&F no país?
Joesley Batista tem relações com o presidente Donald Trump e pediu pelo fim das tarifas sobre a carne. A JBS também tem negócios nos Estados Unidos
Lotomania e Super Sete aproveitam bola dividida na Lotofácil e pagam os maiores prêmios da noite nas loterias da Caixa
Lotofácil manteve a fama de loteria “menos difícil” da Caixa, mas cedeu os holofotes a outras modalidades sorteadas na noite de quarta-feira (3).
Alerta Selic: o que pode impedir o BC de cortar os juros, segundo Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual
A projeção do banco é que a Selic encerre 2025 em 15% e que os cortes comecem de forma gradual em janeiro, alcançando 12% ao final de 2026
Ibovespa a 300 mil pontos? ASA vê a bolsa brasileira nas alturas, mas há uma âncora à vista
Em um cenário dúbio para 2026, os executivos da instituição financeira avaliam o melhor investimento para surfar um possível rali e ainda conseguir se proteger em um ambiente negativo
Segundo carro elétrico mais vendido do Brasil atinge marca histórica de vendas no mundo
Hatch elétrico chinês atinge marca histórica em apenas quatro anos e reforça a estratégia global da BYD no mercado de veículos eletrificados
Retrospectiva Spotify 2025: Bad Bunny lidera o mundo e dupla sertaneja domina o Brasil (de novo); veja como acessar o seu Wrapped
Plataforma divulga artistas, álbuns e músicas mais ouvidos do ano e libera função Wrapped para todos os usuários
De bailarina a bilionária mais jovem do mundo: a trajetória da brasileira que construiu uma fortuna aos 29 anos sem ser herdeira
A ascensão de Luana Lopes Lara à frente da Kalshi mostra como a ex-bailarina transformou formação técnica e visão de mercado em uma fortuna bilionária
Daniel Vorcaro — da ostentação imobiliária à prisão: o caso da mansão de R$ 460 milhões em Miami
A mansão de R$ 460 milhões comprada por Daniel Vorcaro em Miami virou símbolo da ascensão e queda do dono do Banco Master, hoje investigado por fraudes
Lotofácil 3552 faz os primeiros milionários de dezembro nas loterias da Caixa; Mega-Sena e Timemania encalham
A Lotofácil não foi a única loteria a ter ganhadores na faixa principal na noite de terça-feira (2). A Dia de Sorte saiu para um bolão na região Sul do Brasil.
Banco Master: Ministério Público quer Daniel Vorcaro de volta à prisão e TRF-1 marca julgamento do empresário
Uma decisão de sábado soltou Vorcaro e outros quatro presos na investigação do Banco Master
Qual signo manda na B3? Câncer investe mais, Libra investe melhor — e a astrologia invade o pregão
Levantamento da B3 revela que cancerianos são os que mais investem em ações, mas quem domina o valor investido são os librianos
BC Protege+: Como funciona a nova ferramenta do Banco Central que impede a abertura de contas não autorizadas
Nova ferramenta do Banco Central permite bloquear a abertura de contas em nome do usuário e promete reduzir fraudes com identidades falsas no sistema financeiro
CNH sem autoescola: com proposta aprovada, quanto vai custar para tirar a habilitação
Com a proposta da CNH sem autoescola aprovada, o custo para tirar a habilitação pode cair até 80% em todo o país
A palavra do ano no dicionário Oxford que diz muito sobre os dias de hoje
Eleita Palavra do Ano pela Oxford, a expressão “rage bait” revela como a internet passou a usar a raiva como estratégia de engajamento e manipulação emocional
