São Paulo diminui déficit e melhora perfil da dívida em 2021, mas ainda tem um longo caminho pela frente para sanear suas contas
Clube conseguiu retomar parte da geração de receitas mas continua devendo para atletas que já não estão mais por lá e ainda depende muito da venda de jogadores

Vermelho é a cor da raça para a torcida do São Paulo. Mas é também a cor da dívida para o clube.
O torcedor são-paulino comemorou em 2021 o fim de um jejum de nove anos sem títulos relevantes no futebol.
O São Paulo também pôde celebrar no ano passado um aumento expressivo em termos de premiações financeiras em relação a 2020, ainda que resultante de um descasamento entre ano-calendário e ano esportivo.
Além disso, o perfil da dívida do clube mudou em 2021. Uma mudança para melhor. Entretanto, o tricolor paulista fechou mais um ano com déficit superior a R$ 100 milhões.
A análise do balanço do São Paulo Futebol Clube faz parte da série de reportagens do Seu Dinheiro sobre o desempenho financeiro dos principais times de futebol do Brasil.
Já analisamos este ano os seguintes balanços:
O que você vai ler a seguir é uma análise detalhada do balanço do São Paulo FC.
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São Paulo fecha 2021 no vermelho
À primeira vista pode parecer que a conquista do Campeonato Paulista de 2021, em cima do Palmeiras, transformou as finanças tricolores.
Afinal em 2020 o clube acumulou somente R$ 530 mil com premiações, em comparação a R$ 48,2 milhões em 2021.
Entretanto, a diferença abismal entre os valores resulta do descasamento entre o ano esportivo e o ano-calendário e deve ser interpretada com cuidado.
De todo modo, o São Paulo fechou mais um ano no vermelho. Em 2021, o déficit ficou em R$ 106,5 milhões, abaixo dos quase R$ 130 milhões de déficit em 2020.
Apesar disso, o clube foi capaz de aumentar a receita, explorando melhor alguns segmentos específicos. Também foram realizadas alterações consideráveis no perfil de sua dívida.
Dívidas com bancos
Quando se fala em dinheiro e futebol, a dívida dos clubes emerge como um dos primeiros assuntos em discussão, já que máxima “devo não nego, pago quando puder” é recorrente no mundo da bola.
Nesse aspecto, o São Paulo parece ter optado por dar uma atenção especial ao “quando”. O clube conseguiu renegociar sua dívida de maneira a mudar consideravelmente o perfil da sua dívida ao longo de 2021.
Isso teve um custo, já que a dívida com bancos cresceu 23% no ano passado, saindo de R$ 153,7 milhões em 2020 para R$ 189 milhões em 2021. Contudo, a principal diferença está no prazo desta dívida.
O montante que deve ser gasto dentro dos próximos 12 meses, que é contabilizado no passivo circulante, passou de R$ 125,8 milhões para R$ 66,8 milhões, uma redução de 46,9%.
A contrapartida está nas parcelas cujo vencimento ainda está a mais de um ano de distância. O montante era de R$ 27 milhões em 2020 e foi para R$ 122 milhões em 2021, um aumento de 339%.
Dívidas com o fisco
Outra mudança importante nos números tricolores se deu numa área que é considerada uma espécie de “caixa de pandora” do futebol brasileiro — a questão dos tributos.
Durante a pandemia, destituídos da receita com a venda de ingressos para os jogos, os clubes puderam aderir ao PERSE (Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos). Dessa forma, eles puderam honrar suas obrigações de maneira compatível com sua capacidade de geração de receitas.
Para se ter uma ideia do tamanho do estrago, o montante parcelado em programas de refinanciamento tributário aumentou 143% de 2020 para 2021, saltando de R$ 58,6 milhões para R$ 142,7 milhões no período.
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Contratações e Vendas
A situação financeira do São Paulo não é das mais confortáveis já há algum tempo e a pandemia acabou forçando o clube a mudar de estratégia rapidamente. A solução encontrada foi proporcionar mais espaço para jogadores formados na base e investir na contratação de atletas sem contrato ou ainda em início de carreira.
Isso fica bastante evidente quando falamos no custo das contratações do tricolor paulista. De 2019 para 2020 o clube reduziu esse gasto em 83%. Com a troca no comando do clube, a nova abordagem para a montagem do time permaneceu, mas o custo de contratação subiu consideravelmente, de R$ 24,8 milhões em 2020 para R$ 49,6 milhões em 2021, um aumento de quase 100%.
Daniel Alves, um passo maior que a perna para o São Paulo
No quesito contratações, o São Paulo ainda carrega uma “herança maldita”, fruto de alguns passos que se provaram maiores que as pernas do clube. O caso mais ilustrativo disso talvez seja o de Daniel Alves, para quem o clube ainda deve R$ 22,8 milhões. Outros nomes se destacam na lista, como Hernanes, para quem o São Paulo deve R$ 2,9 milhões, e Everton Felipe (R$ 1,4 milhão).
Do outro lado da moeda, quando se fala da liberação de atletas, as receitas tricolores diminuíram um pouco, mas seguem sendo importantes para a estrutura de receitas do clube por representarem quase um quarto de tudo que é arrecadado. Isso acontece porque em 2020 o clube recebeu quantias importantes referentes às negociações de Antony, David Neres e Gustavo Maia.
Em 2021, contudo, o grosso dos R$ 110 milhões arrecadados - montante 18% inferior ao de 2020 - veio da negociação de dois atletas: Brenner e Helinho. Juntos, eles foram responsáveis por 76% do valor.
Receitas de patrocínio em alta
Talvez o ponto alto dos números são-paulinos esteja justamente nas receitas de patrocínio. Apesar de o São Paulo não ter conquistado títulos no intervalo entre 2012 e 2021, o clube conseguiu valorizar consideravelmente sua marca e multiplicou por 27 as receitas com patrocínio de 2020 para o ano passado.
Ao final de 2020 o clube tinha a receber destes contratos quase R$ 2 milhões. Ao término de 2021 eram R$ 147,3 milhões, dos quais R$ 53,7 milhões devem entrar no caixa tricolor já nos próximos 12 meses.
Dentre os novos patrocinadores do clube, ganham destaque a casa de apostas Sportsbet.io e a exchange de criptomoedas Bitso, com vínculo até 2024, e a plataforma Socios.com, de criação e desenvolvimento de Fan Tokens, cujo vínculo vai até 2026.
E agora, São Paulo?
O São Paulo continua a registrar déficits de maneira recorrente, a última vez que o clube registrou superávit foi em 2018, quando depois de todas as despesas sobraram míseros R$ 7,2 milhões para o clube.
Se olharmos para o copo meio cheio, de 2020 para 2021 o déficit foi reduzido em 18%, ficando em R$ 106,5 milhões. Além disso, quando se fala em caixa, o clube também melhorou e terminou o ano com R$ 11 milhões a mais em suas contas bancárias.
Assim, é possível dizer que o clube melhorou, mas ainda paga o preço de decisões incompatíveis com a realidade do clube.
Resta saber agora qual será o ritmo e o perfil das contratações e qual será a estratégia de negociação de atletas, já que esses fatores são bastante significativos para o São Paulo.
Também é importante ficar de olho no que o clube vai fazer com a sua marca, e se vai conseguir aumentar o total de suas receitas, que está em R$ 465,3 milhões. Só para se ter uma idéia do abismo, o Palmeiras faturou no mesmo período R$ 910 milhões.
O torcedor tricolor até pode sonhar com dias melhores, mas é melhor não criar expectativas tão elevadas, já que a realidade financeira do clube demonstra que há de se percorrer um longo caminho antes de voltar a realizar investimentos vultuosos e contratações de peso.
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