Como a Rússia, mesmo com mais de US$ 600 bilhões em reservas, parece ter pouco ou quase nada a fazer para evitar o calote de sua dívida
Sanções internacionais mantêm Rússia às voltas com a possibilidade de seu primeiro calote de dívida em moeda estrangeira em mais de um século

Faz pouco mais de um mês que o governo da Rússia divulgou pela última vez os dados referentes a suas reservas internacionais. Os números expunham uma situação financeira robusta. A Rússia informava dispor de US$ 643,2 bilhões em reservas internacionais. Nada sugeria que, apenas algumas semanas depois, Moscou estivesse na iminência de assistir ao primeiro calote de sua dívida em moeda estrangeiras em mais de um século.
A última vez que a Rússia deixou de honrar seus compromissos com os credores foi em 1998. Na ocasião, porém, a crise que levou à maxidesvalorização do rublo desencadeou um calote em moeda local. Em moeda estrangeira, o último calote da dívida russa data de 1918, na esteira da Revolução Bolchevique.
Guerra e sanções contra a Rússia
Ocorreu então a invasão da Ucrânia. Em reação à ofensiva militar russa, os Estados Unidos e seus principais aliados impuseram uma série de sanções econômicas e financeiras contra o governo de Vladimir Putin.
Além de desconectar a Rússia do sistema Swift, as sanções fizeram com que Moscou perdesse o acesso à maior parte de suas imensas reservas internacionais, que incluem moedas fortes, títulos de dívida, a participação russa no Fundo Monetário Internacional (FMI) e uns bons milhares de toneladas de ouro.
Rússia tem primeiro grande teste
O primeiro grande teste à nova situação ocorreu ontem, no vencimento de um cupom de US$ 117 milhões.
Mesmo sem acesso ao sistema financeiro internacional, o Ministério das Finanças da Rússia informou ter encaminhado ao Citibank de Londres a ordem para o depósito dos juros sobre os dois eurobônus denominados em dólares.
Leia Também
O ministro das Finanças, Anton Siluanov, disse que a Rússia entregou o pagamento e agora cabe aos Estados Unidos decidirem se os credores receberão o dinheiro ou não.
O que ainda precisa ser esclarecido
Não ficou imediatamente claro se a ordem de pagamento foi emitida em dólares em meio a especulações de que a Rússia poderia tentar pagar em rublos.
Procurado pela CNBC, o Citi não se pronunciou sobre o assunto.
A agência de classificação de crédito Fitch alertou no início desta semana que o pagamento em uma moeda diferente do dólar constituiria default.
Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, disse que qualquer eventual calote por parte da Rússia seria “totalmente artificial”, uma vez que o país dispõe dos recursos necessários para cumprir com suas obrigações de dívida externa.
Caso o dinheiro não tenha sido repassado aos credores, passa a valer um período de carência de 30 dias antes que a Rússia entre em default técnico.
Vai ter calote ou não vai?
Seja como for, o pagamento do cupom desses eurobônus é apenas o primeiro de uma série de vencimentos com os quais a Rússia terá de lidar num futuro próximo.
Calcula-se que a Rússia deva atualmente deve cerca de US$ 40 bilhões em dívida soberana denominada em euros e dólares. Aproximadamente a metade encontra-se em mãos de credores estrangeiros.
Uma série de parcelas de pagamentos de principal e cupom está prevista para os próximos meses - e o desfecho dessa situação depende de a solução tentada pela Rússia para quitar os cupons vencidos ontem ser aceita pelos credores.
O Brasil pode escapar dos impactos das tarifas de Trump: economista-chefe da ARX revela estratégias — e diz por que a retaliação não é uma delas
Segundo Gabriel Barros, Lula teria uma série de opções estratégicas para mitigar os efeitos negativos dessa medida sobre a economia; confira a visão do especialista
Tarifa de Trump sobre produtos do Brasil acirra guerra política: PT mira Eduardo Bolsonaro, e oposição culpa Lula e STF
Sobretaxa de 50% vira munição em Brasília; governo estuda retaliação e Eduardo, nos EUA, celebra medida como resposta ao ‘autoritarismo do STF’
Trump cortou as asinhas do Brasil? Os efeitos escondidos da tarifa de 50% chegam até as eleições de 2026
A taxação dos EUA não mexe apenas com o volume de exportações brasileiras, mas com o cenário macroeconômico e político do país
Dólar disparou, alerta de inflação acendeu: tarifa de Trump é cavalo de troia que Copom terá que enfrentar
Depois de meses de desvalorização frente ao real, o dólar voltou a subir diante dos novos riscos comerciais para o Brasil e tende a pressionar os preços novamente, revertendo o alívio anterior
Meta de inflação de 3% é plausível para o Brasil? Veja o que dizem economistas sobre os preços que não cedem no país
Com juros nas alturas e IPCA a 5,35%, o Banco Central se prepara para mais uma explicação oficial, sem a meta de 3% no horizonte próximo
Lotofácil, Quina e Dupla Sena dividem os holofotes com 8 novos milionários (e um quase)
Enquanto isso, começa a valer hoje o reajuste dos preços para as apostas na Lotofácil, na Quina, na Mega-Sena e em outras loterias da Caixa
De Lula aos representantes das indústrias: as reações à tarifa de 50% de Trump sobre o Brasil
O presidente brasileiro promete acionar a lei de reciprocidade brasileira para responder à taxa extra dos EUA, que deve entrar em vigor em 1 de agosto
Tarifa de 50% de Trump contra o Brasil vem aí, derruba a bolsa, faz juros dispararem e provoca reação do governo Lula
O Ibovespa futuro passou a cair mais de 2,5%, enquanto o dólar para agosto renovou máxima a R$ 5,603, subindo mais de 2%
Não adianta criticar os juros e pedir para BC ignorar a meta, diz Galípolo: “inflação ainda incomoda bastante”
O presidente do Banco Central participou de uma audiência pública na Câmara dos Deputados e ressaltou que a inflação na meta é objetivo indiscutível
Lotofácil deixa duas pessoas mais próximas do primeiro milhão; Mega-Sena e Quina acumulam
Como hoje só é feriado no Estado de São Paulo, a Lotofácil, a Quina e outras loterias da Caixa terão novos sorteios hoje
Horário de verão pode voltar para evitar apagão; ONS explica o que deve acontecer agora
Déficit estrutural se aprofunda e governo pode decidir em agosto sobre retorno da medida extinta em 2019
Galípolo diz que dorme tranquilo com Selic em 15% e que o importante é perseguir a meta da inflação
Com os maiores juros desde 2026, Galípolo dispensa faixa e flores: “dificilmente vamos ganhar o torneio de Miss Simpatia no ano de 2025”
Investidores sacam R$ 38 bilhões de fundos no ano, e perdem a oportunidade de uma rentabilidade de até 35,8% em uma classe
Dados da Anbima mostram que a sangria dos multimercados continua, mas pelo menos a rentabilidade foi recuperada, superando o CDI com folga
Cury (CURY3): ações sobem na bolsa depois da prévia operacional do segundo trimestre; bancos dizem o que fazer com os papéis
Na visão do Itaú BBA, os resultados vieram neutros com algumas linhas do balanço vindo abaixo das expectativas. O BTG Pactual também não viu nada de muito extraordinário
Bolsa, dólar ou juros? A estratégia para vencer o CDI com os juros a 15% ao ano
No Touros e Ursos desta semana, Paula Moreno, sócia e co-CIO da Armor Capital, fala sobre a estratégia da casa para ter um retorno maior do que o do benchmark
Lotofácil inicia a semana com um novo milionário; Quina acumula e Mega-Sena corre hoje valendo uma fortuna
O ganhador ou a ganhadora do concurso 3436 da Lotofácil efetuou sua aposta em uma casa lotérica nos arredores de São Luís do Maranhão
Cruzar do Atlântico ao Pacífico de trem? Brasil e China dão primeiro passo para criar a ferrovia bioceânica; entenda o projeto
O projeto pretende unir as ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul (FNS) ao recém-inaugurado porto de Chancay, no Peru.
Primeira classe só para Haddad: Fazenda suspende gastos em 2025; confira a lista de cortes da pasta
A medida acontece em meio à dificuldade do governo de fechar as contas públicas dentro da meta fiscal estabelecida para o ano
Bolsa, bancos, Correios e INSS: o que abre e fecha no feriado de 9 de julho em São Paulo
A pausa pela Revolução Constitucionalista de 1932 não é geral; saiba como funciona a Faria Lima, os bancos e mais
Agenda econômica: IPCA, ata do Fed e as tarifas de Trump; confira o que deve mexer com os mercados nos próximos dias
Semana marcada pelo fim do prazo para as tarifas dos EUA em 9 de julho, divulgação das atas do Fed e do BoE, feriado em São Paulo e uma série de indicadores-chave para orientar os mercados no Brasil e no mundo