Durante a campanha eleitoral de 2018, o ministro Paulo Guedes recebeu do então candidato Jair Bolsonaro o apelido de "Posto Ipiranga", em uma referência à capacidade de resolver os diferentes problemas da economia. Pois agora a Rússia decidiu apelar ao brasileiro, em meio às sanções contra o país após a invasão da Ucrânia.
O governo de Vladimir Putin enviou um pedido de apoio ao Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), no Banco Mundial e no G20. O apelo foi do ministro das Finanças da Rússia, Anton Siluanov.
Em carta a Paulo Guedes, ele escreveu pedindo o “apoio do Brasil para evitar acusações políticas e tentativas de discriminação em instituições financeiras internacionais e fóruns multilaterais”. O documento foi obtido pela agência Reuters.
“Nos bastidores, há um trabalho em andamento no FMI e no Banco Mundial para limitar ou até expulsar a Rússia do processo de tomada de decisão”, escreveu Siluanov, segundo a CNN.
A carta tem data de 30 de março. O embaixador da Rússia foi o responsável por transmitir o documento a Guedes em Brasília na quarta-feira (14). O russo não menciona a guerra na Ucrânia no pedido de ajuda.
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A resposta de Paulo Guedes
Erivaldo Gomes, secretário de Assuntos Econômicos Internacionais do Ministério da Economia brasileiro, indicou que o governo brasileiro gostaria que a Rússia continuasse nas discussões em organismos multilaterais.
“Do ponto de vista do Brasil… manter o diálogo aberto é essencial”, disse o assessor de Paulo Guedes, em resposta ao questionamento sobre a carta da Rússia. “Nossas pontes são os órgãos internacionais e nossa avaliação é que essas pontes precisam ser preservadas”.
Quase metade das reservas internacionais da Rússia foram congeladas e as transações de comércio exterior estão sendo bloqueadas, incluindo aquelas com parceiros econômicos de mercados emergentes, afirmou Siluanov.
“Os Estados Unidos e seus aliados estão promovendo uma política de isolamento da Rússia da comunidade internacional”, acrescentou o ministro russo, ainda de acordo com a CNN.
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*Com informações da CNN