Onde há fumaça há fogo. E não foi diferente no caso do Ponta Sul - fundo gerido por Flávio Gondim - e do Banco Inter (BIDI11).
Toda vez que as ações do Inter apresentam uma trajetória incomum, as atenções do mercado se voltam para o fundo de Gondim, também conhecido como “Monstro do Leblon”. E, por isso, os investidores estavam de olho nessa relação, já que, só em janeiro, os papéis do banco digital acumulam queda de 11,5%.
Após uma forte venda de ações na semana passada, o "Monstro do Leblon" ressurgiu, fazendo a participação do Ponta Sul no Inter cair de forma significativa: passou de 12% no fim do ano de 2021 para 7,37% agora, segundo informou o banco digital nesta terça-feira (11).
O leilão que deu origem a tudo
Para estancar as perdas de um mercado em baixa - os papéis do Inter recuam 40% em 12 meses - o "Monstro do Leblon" foi forçado a se desfazer de suas ações.
Só de units, o Ponta Sul tinha 93 milhões de ações do Banco Inter, mas na semana passada, em leilão na B3 que movimentou quase R$ 800 milhões, vendeu 30 milhões delas.
No comunicado divulgado de hoje, o Inter informa que a Ponta Sul, negociar os papéis, "tem por objetivo a mera realização de operações financeiras".
Banco Inter e o “Monstro do Leblon”
Gondim ganhou o apelido de “Monstro do Leblon” pela forma agressiva como opera no mercado, com posições bastante alavancadas — maiores que o patrimônio do fundo.
O Ponta Sul entrou em 2021 com R$ 3,3 bilhões, mas, no dia 6, o patrimônio da carteira chegou a cair para R$ 788 milhões, uma desvalorização de 76% em 12 meses, de acordo com dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Além das ações e units, o fundo do "Monstro" detinha posições a termo, um derivativo no qual o investidor define um preço de compra para uma ação em uma data futura.
Junto com o Softbank, com 15%, o Ponta Sul era um dos maiores investidores minoritários do Inter e tinha 304 milhões de papéis (12%).