Por que a alíquota zero de imposto do etanol não deve conter a alta dos combustíveis
A decisão de zerar tributo de importação do etanol e dos alimentos tem maior impacto eleitoral do que econômico, segundo especialistas

A decisão do governo de zerar o imposto de importação de etanol, produzido a partir do milho, acontece em meio à pressão política para criar um subsídio para os combustíveis. A medida, porém, não deve conter a alta dos preços da gasolina e nem a escalada da inflação, segundo especialistas.
A redução do tributo deve contemplar também os alimentos. Café, margarina, queijo, macarrão e óleo de soja, por exemplo. Além disso, o governo deve reduzir em 10% as alíquotas de importação sobre itens de informática e bens de capital.
Contudo, a decisão de corte dos impostos terá impacto limitado para conter a alta de preços e segurar a inflação, segundo economistas ouvidos pelo Estadão. Também, deve ter pouco efeito sobre o orçamento familiar.
Apesar disso, os especialistas mantêm as previsões para o ano do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) na faixa de 7%.
Na prática, a zeragem do imposto tem muito mais um caráter populista, no sentido de o governo demonstrar preocupação com a inflação em ano eleitoral, do que equacionar a forte pressão inflacionária, que mantém os índices em 12 meses em dois dígitos.
Pouco efeito do etanol no orçamento familiar
Nas contas de André Braz, coordenador de índices de preços do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV/Ibre), o etanol e os alimentos, cujas alíquotas estão zeradas até o final do ano, representam menos de 3% do orçamento familiar.
Leia Também
Horário de verão em 2025? Governo Lula toma decisão inapelável
"Eles pesam menos do que a conta de luz, que responde por 5% do IPCA", compara. Além de o peso desse grupo de itens ser pequeno na inflação, como os preços são livres e o momento atual é de muita volatilidade, a isenção do imposto não necessariamente se traduz em preços menores ao consumidor, diz o economista.
A decisão pode, no máximo, impedir um aumento maior no preço final, observa. O motivo é que as cotações das commodities, como soja, trigo, milho, petróleo, seguem muito pressionadas no mercado internacional por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.
"Parece que essa decisão está na conta de medidas em torno das eleições, do interesse do governo de se posicionar melhor na corrida eleitoral."
Maior impacto eleitoral
O economista Fábio Silveira, sócio da consultoria MacroSector, concorda com Braz. "O anúncio desse pacote tem um caráter populista e eleitoreiro." Ele diz que a desaceleração da inflação no segundo semestre já é prevista por causa de outros fatores e que o efeito da zeragem do imposto é muito pequeno.
"Não é isso que vai conter preços." Entre os fatores que devem levar a uma desaceleração da inflação no segundo semestre, apesar de a sua projeção do IPCA para o ano continuar na faixa de 7% por causa da disparada de preços do primeiro semestre, o economista aponta a alta dos juros no mundo, especialmente nos Estados Unidos.
"A subida dos juros dos títulos do Tesouro americano reduz os movimentos especulativos de fundos que apostam em commodities e impulsionam os preços", explica.
Outro fator apontado por Silveira é a entrada, no segundo semestre, das safras de grãos no mercado internacional, o que amplia a oferta de produtos e segura os preços. Além disso, a valorização do dólar em relação ao real deve limitar a alta da inflação no Brasil.
Câmbio é mais importante que imposto sobre etanol
"Se o câmbio continuar se valorizando, ele terá impacto muito mais importante para segurar a inflação do que essas reduções de impostos" sobre o etanol e os alimentos, afirma o economista Guilherme Moreira, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe.
Moreira pondera que toda a redução de imposto é bem-vinda, mas destaca que o problema da inflação neste momento é muito maior do que no etanol e dos alimentos, os quais o governo decidiu zerar o imposto de importação.
"A inflação está muito espalhada." No Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, o último dado disponível, 74,8% dos 377 itens que compõem o indicador registraram aumento de preços, um recorde histórico, aponta levantamento da LCA Consultores.
Fabio Romão, economista da LCA, diz que a decisão do governo de zerar o imposto de importação sobre o etanol pouco vai influir na inflação. No caso do etanol, ele observa que o produto importado respondeu por apenas 3,8% da oferta no mercado interno no ano passado. "É muito pouco, não tem oferta", argumenta.
Além disso, o etanol importado é produzido a partir do milho, que está em alta no mercado internacional. "Não deve ter um efeito relevante para o preço da gasolina", afirma. O economista não alterou a previsão de alta de 10% para a gasolina neste ano e de um IPCA de 6,7%.
Leia também
- Gasolina está cara e deve continuar assim. Fitch eleva previsão de preços de petróleo para 2022 e 2023
- Vilões da inflação: alimentos e combustíveis são os itens que mais pesam no bolso do brasileiro, diz pesquisa
*Com informações de Estadão Conteúdo
Grupo SBF (SBFG3) está ‘subavaliado e ignorado’? Bradesco BBI vê potencial de 45% para a ação da dona da Centauro
Os analistas acreditam que os preços atuais não refletem a maior visibilidade do crescimento do lucro da empresa
Não é cidade nem campo: o lugar com maior taxa de ocupação de trabalhadores do Brasil é um paraíso litorâneo
Entre os 5.570 municípios do país, apenas um superou a taxa de ocupação 80% da população no Censo 2022. Veja onde fica esse paraíso.
CNH sem autoescola: Governo divulga o passo a passo para obter a habilitação
Governo detalha o novo passo a passo para tirar a CNH sem autoescola obrigatória: EAD liberado, instrutor credenciado e promessa de custo até 80% menor
Pix Automático: está no ar a funcionalidade que pretende tornar mais simples o pagamento das contas do mês
Nova funcionalidade do Pix, desenvolvido pelo Banco Central, torna o pagamento de contas recorrentes automático entre bancos diferentes
Ele foi internado em clínicas psiquiátricas e recebeu até eletrochoques, mas nada disso o impediu de chegar ao Nobel de Economia
Diagnosticado com esquizofrenia paranoide, o criador do “equilíbrio de Nash” superou o isolamento e voltou à razão para, enfim, receber o Nobel.
Agenda da semana tem reunião do FMI, IBC-Br no Brasil, Livro Bege e temporada de balanços nos EUA; confira os destaques dos próximos dias
Em meio à segunda semana de shutdown nos EUA, a agenda econômica também conta com o relatório mensal da Opep, balança comercial do Reino Unido, da Zona do Euro e da China, enquanto o Japão curte um feriado nacional
Ressaca pós-prêmio: loterias da Caixa voltam à cena hoje — e o maior prêmio da noite não está na Lotofácil nem na Quina
Quase todas as loterias da Caixa tiveram ganhadores em sorteios recentes. Com isso, o maior prêmio em jogo nesta segunda-feira está em uma modalidade que não costuma ganhar os holofotes.
Como as brigas de Trump fizeram o Brasil virar uma superpotência da soja, segundo a Economist
Enquanto os produtores de soja nos Estados Unidos estão “miseráveis”, com a China se recusando a comprar deles devido às tarifas de Trump, os agricultores brasileiros estão eufóricos
‘Marota’, contraditória e catastrófica: o que o ex-BC Arminio Fraga acha da política de isenção de IR para alguns investimentos
Em artigo publicado no jornal “O Globo” deste domingo (12), o economista defende o fim do benefício fiscal para títulos como LCI, LCA e debêntures
Município com mais ricos, BlueBank à venda e FII do mês: o que bombou no Seu Dinheiro na semana
Veja quais foram as matérias de maior audiência na última semana
Mega-Sena acumula, mas Espírito Santo ganha novos milionários com a +Milionária e a Lotofácil; confira os resultados
Duas apostas iguais feitas na pequena Santa Maria de Jetiba, cidade de pouco mais de 40 mil habitantes no interior do Espírito Santo, levaram mais de R$ 86 milhões cada uma
Será que é hoje? Mega-Sena tem prêmio estimado em R$ 27 milhões neste sábado (11), mas outros sorteios podem pagar ainda mais
Apostadores também têm outras chances de ficarem milionários com os sorteios de hoje; apostas estão abertas até as 19h nas lotéricas, no site e também no aplicativo Loterias Caixa
Felizardo do Rio de Janeiro acerta cinco dezenas da Quina e leva R$ 33 milhões para casa; veja outros resultados dos últimos sorteios
Também tem milionário novo no pedação em São José dos Pinhais, no Paraná, onde um apostador acertou as dezenas da Dupla Sena
Esse paraíso dos ricos e bilionários já pertenceu ao Brasil e está mais próximo do que você pensa
O país vizinho ao Brasil combina incentivos fiscais e qualidade de vida, atraindo cada vez mais bilionários.
Hora de comprar uma casa própria? Caixa voltará a financiar 80% do valor dos imóveis
Antes do anúncio do novo modelo de crédito imobiliário, limite de financiamento era 70%
Mais crédito imobiliário à vista: Governo lança novo modelo de financiamento para famílias com renda acima de R$ 12 mil
Projeto muda regras da poupança que “travavam” parte dos depósitos no Banco Central e deve liberar mais recursos para o financiamento imobiliário
Como um dos maiores pacifistas de todos os tempos tornou-se a grande omissão da história do Nobel da Paz
O líder da não-violência e da resistência pacífica foi indicado cinco vezes ao Nobel da Paz, mas o comitê hesitou
Loterias acumuladas: Mega-Sena, Lotofácil e Quina deixam apostadores a ver navios, mas inflam prêmios
Acumulada há 14 concursos, a Quina ainda está pagando mais do que a Mega-Sena; Lotofácil não paga prêmio principal pela primeira vez em outubro; veja também as loterias programadas para hoje
Brasil x Coreia do Sul: Onde assistir e horário
Confira onde e quando assistir ao amistoso entre Brasil x Coreia do Sul, que faz parte da preparação da Seleção Brasileira para a Copa do Mundo de 2026
Não está em SP nem no Rio: Município com maior concentração de ricos do Brasil tem renda superior a R$ 6 mil
Cidade mineira conta com a maior concentração de ricos do país e lidera o ranking de municípios com as maiores rendas do Brasil; veja o que impulsiona a economia da cidade