A gasolina está cara e, na visão da Fitch Ratings, provavelmente vai continuar assim ao longo deste ano e no ano que vem, pelo menos se depender dos preços do petróleo.
A agência de risco aumentou a previsão para os preços da commodity para 2022 e 2023. De acordo com a Fitch, o petróleo do tipo WTI deve ficar em US$ 95 neste ano (antes era esperado US$ 67). Já em 2023, o barril deve ficar em US$ 76 (antes US$ 57).
A agência também elevou as estimativas para as cotações do petróleo tipo Brent, usado como referência pela Petrobras na política de preços dos combustíveis.
Nas estimativas da Fitch, o Brent deve ficar em US$ 100 (ante previsão anterior de US$ 70) o barril em 2022 e US$ 80 (antes era US$ 60) em 2023.
Segundo a agência de risco, as projeções de longo prazo permanecem inalteradas, refletindo o impacto da transição energética sobre a demanda e o custo marginal de produção.
Na previsão, a Fitch destacou que foram levados em conta os riscos significativamente maiores de interrupções no fornecimento de hidrocarbonetos russos após o conflito na Ucrânia.
A agência também mencionou a intenção da Europa e de alguns países não europeus de reduzir a dependência do combustível russo, aumentando a demanda por suprimentos em outros lugares e exacerbando o aperto do mercado.
O que pode aliviar as cotações do petróleo
No entanto, segundo a agência, existem várias fontes de suprimentos adicionais de petróleo que podem eventualmente aliviar o aperto ao longo do tempo.
"A Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos têm capacidade ociosa de cerca de 2 milhões e 1 milhão de barris por dia, respectivamente, embora não haja compromisso desses países em aumentar a produção para compensar potenciais perdas de petróleo russo. Além disso, há discussões para relaxar as sanções contra o Irã e a Venezuela", afirma.
Na tarde desta segunda-feira (21), o barril do petróleo tipo Brent é negociado a US$ 114,56, em alta de 6%. Já o óleo WTI opera na casa dos US$ 111, em alta de 6,43%.
A alta acontece em meio à possibilidade da União Europeia embargar o combustível russo, seguindo a decisão dos Estados Unidos no início de março, além de um ataque às instalações petrolíferas da Arábia Saudita no fim de semana.
Leia também:
- A Petrobras e a disparada do petróleo: fique por dentro das principais movimentações que buscam amenizar os efeitos da Guerra na Ucrânia no preço dos combustíveis
- Petróleo a 200 dólares? Como um novo choque de preços deve mudar a política da Petrobras (PETR4) para os combustíveis
*Com informações do Estadão Conteúdo e da CNBC