A guerra entre Rússia e Ucrânia pode estar perto do fim, mas existe uma longa trincheira entre o conflito e a paz. Pensando nisso, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky assinou uma lei que legaliza as criptomoedas e o bitcoin (BTC) em todo território nacional.
O país tem recebido apoio internacional com a ajuda das criptomoedas, chegando até mesmo a emitir NFTs, os certificados digitais, para financiar o exército. E, com a medida anunciada hoje, corretoras de criptomoedas (exchanges) poderão operar legalmente no país.
Desde o início da guerra, em 24 de fevereiro, a Ucrânia já recebeu cerca de US$ 100 milhões em doações em bitcoin e ethereum (ETH), além da venda de NFTs.
Ucrânia, bitcoin e criptomoedas
O corte de parte das operações russas do chamado swift, o sistema de pagamentos internacional, intensificou o uso de criptomoedas tanto na Rússia quanto na Ucrânia.
Existia ainda a expectativa de que a Rússia migrasse integralmente para o uso de criptomoedas, rumor que foi praticamente dissipado com o convite da China para que o país fizesse parte do “swift chinês”.
Enquanto uns choram, outros vendem lenço
Enquanto a Rússia tenta escapar das sanções econômicas, a Ucrânia busca recursos. Já a população tem abraçado cada vez mais as criptomoedas — com a guerra, cresce a desconfiança quanto à solidez das instituições financeiras internacionais.
Isso se reflete no uso de moedas digitais desde o início da invasão: houve um crescimento de 107% no volume negociado em criptomoedas na Ucrânia. A população do país já é uma das maiores do mundo que aderiu aos ativos digitais, com cerca de 12% dos ucraniados usando criptomoedas.
Europa e EUA de olho nas criptomoedas
Tanto os Estados Unidos quanto a Europa perceberam o problema de excluir a Rússia do swift, mas permitir o uso de criptomoedas.
Pensando nisso, a União Europeia preparou uma série de medidas para conter o uso de moedas digitais em pagamentos ao bloco. A própria Lei Biden contém um parágrafo — que passou despercebido por boa parte do mercado — que permite represálias quanto ao uso de criptomoedas por países sancionados.