O bitcoin (BTC) entrou na noite desta terça-feira (12) operando em queda, na casa dos US$ 19 mil, no momento em que o tom de cautela impera entre os ativos de risco, entre eles as ações e as criptomoedas.
E tudo por que a inflação vem aí. Na quarta-feira (13) pela manhã, os investidores devem acompanhar com atenção o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI, na sigla em inglês) de junho.
A expectativa em torno do número é saber se ele vai confirmar que a inflação, que atingiu o maior nível em 40 anos nos EUA, ainda não atingiu o pico.
Se isso acontecer, as chances das ações e das criptomoedas como o bitcoin sentirem o peso do dado é grande.
Por volta de 20h15, o bitcoin operavam em queda de 2,75%, cotado a US$ 19.406,72. Confira a cotação de algumas das principais criptomoedas do mundo:
Nome | Preço | 24h % | 7d % |
---|---|---|---|
Bitcoin (BTC) | US$ 19.406,72 | -2,75% | -4,67% |
Ethereum (ETH) | US$ 1.044,61 | -4,83% | -8,85% |
Tether (USDT) | US$ 0,9993 | +0,01% | +0,02% |
USD Coin (USDC) | US$ 1,00 | 0,00% | +0,02% |
BNB (BNB) | US$ 222,44 | -1,49% | -4,39% |
E por que a inflação importa para o bitcoin?
O questionamento que os investidores mais se fazem é se as criptomoedas são uma tese resistente à crise — o “não” está claro, tendo em vista a queda de mais de 70% desde as máximas históricas.
O dinheiro que costumamos usar no dia a dia, emitido pelo Banco Central, tem a emissão infinita. Isso significa que não precisa existir um lastro correspondente para o papel que nós chamamos de real por aqui, por exemplo — a mesma regra se aplica ao dólar e ao euro.
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No caso do bitcoin, existe um número limitado de tokens (criptomoedas) BTC: cerca de 21 milhões.
Ou seja, em aproximadamente 119 anos, o último bitcoin da rede será descoberto pelos mineradores de cripto e não haverá mais BTCs para serem colocados em rede.
Assim, o bitcoin pode ser considerado um ativo escasso e deflacionário devido a sua alta valorização, diferentemente das chamadas moedas fiduciárias (fiat, emitidas pelo Banco Central).
Entenda aqui:
Mas as criptomoedas de modo geral — o bitcoin inclusive — têm se comportado muito mais como ações de tecnologia do que propriamente como um mercado à parte.
Falando com sinceridade, o mercado de criptomoedas ainda não adquiriu sua própria dinâmica e acaba reagindo pelas mesmas métricas que movimentam o setor tech.
Por isso, a inflação dos EUA tem influência — ainda que indireta — nas cotações das criptomoedas, derrubando os preços.
E tem mais!
Além de toda essa dinâmica, tem um outro fator que não pode ser ignorando: inflação fora de controle é sinônimo de aperto monetário.
O Federal Reserve (Fed) já cansou de dizer que não medirá esforços para conter o aumento dos preços nos EUA e, para isso, vem sendo agressivo no aumento da taxa de juros — a ferramenta primária de qualquer BC no controle da inflação.
Juro alto nos EUA, fuga de investidor de ativos de risco como as criptomoedas. Por isso, se o CPI de junho vier pior do que o Fed e o mercado esperavam, o bitcoin e outros ativos digitais devem enfrentar uma nova rodada de quedas.