A semana que antecede a decisão de juros do Federal Reserve assim como do Banco Central brasileiro traz os efeitos do discurso hawkish de Jerome Powell na bolsa de valores e no câmbio.
Hoje, o cenário vai se concretizando para um aumento de meio ponto percentual na próxima reunião do Fed e de um ponto para a Selic.
Neste cenário, a agenda da última semana de abril está cheia para a economia brasileira, com dados do mercado de trabalho, como o Caged e a Pnad, além dos dados externos e dos gastos públicos.
Ademais, a principal informação será o IPCA-15, na quarta-feira e o IGP-M na quinta-feira, ambos que poderão mexer com as expectativas do mercado para a decisão da Selic, que ocorre na primeira semana de maio.
No cenário externo, as principais informações macroeconômicas estão no âmbito do PIB e da Inflação, tanto para os EUA, com o PCE quanto para a Zona do Euro, através do CPI.
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Inflação no Brasil
Os dados do IPCA-15 que serão divulgados na quarta-feira, poderão mexer com as expectativas do mercado, pois ainda se pode verificar os impactos das questões geopolíticas nos preços das commodities, em especial no preço do petróleo.
Hoje, a estimativa do mercado é um aumento de 1.80% da inflação em abril frente ao mês anterior, chegando a expectativa de 12% no acumulado de doze meses.
Esse é sem dúvida um patamar assustador na comparação aos últimos anos. Porém, a principal informação será verificar como os choques dos preços das commodities estão contaminando todos os demais preços, fato este que deverá impactar na postergação da taxa terminal de juros.
EUA e Zona do Euro
Ainda sobre a inflação, nesta semana teremos a divulgação do PCE, o índice de Preços para Gastos de Consumo Pessoal americano, o indicador que o Fed, banco central americano, baseia os próximos passos da condução da sua política maneira.
Neste sentido, o PCE será divulgado na sexta-feira, e a projeção do mercado é de uma desaceleração na taxa mensal, do qual, valores acima das expectativas poderão concretizar a expectativa de juros maiores na economia americana nos próximos meses.
Além da inflação americana, será divulgado o CPI da zona do euro, indicador de preços ao consumidor, que ainda trará os efeitos da guerra na cesta de preços do europeu, ainda que, o mercado já começa a precificar o início do ciclo de alta dos juros após os dados positivos dos PMIs, tanto para o setor de serviços quanto para a indústria.
Ademais, os olhares estarão para os dados de atividade, com a divulgação do PIB do primeiro trimestre, em que ambos veremos os impactos das medidas de isolamento social assim como do conflito entre Rússia e Ucrânia.
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