O resgate de Fernando Haddad, as mudanças na Lei das Estatais e o fim da recuperação judicial da Oi; confira os destaques do dia

O mercado financeiro brasileiro acordou com uma surpresa desagradável, em uma espécie de ‘efeito Cinderela’ — com as 12 badaladas à meia-noite, a percepção de que a Câmara dos Deputados iria blindar qualquer tentativa de mudanças na Lei das Estatais se desfez e um portal para a intervenção governamental nas empresas públicas foi criado.
Os deputados reduziram o tempo de quarentena para que atuantes em campanhas políticas sejam indicados para cargos em estatais, abrindo caminho para Aloizio Mercadante tomar posse como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e ampliando os temores de um governo que busque um “crescimento artificial” da economia.
No início da tarde, Fernando Haddad saiu em busca de tentar encaixar o sapatinho de cristal novamente nos pés do ‘Sr. Mercado’.
Em entrevista à GloboNews, o futuro ministro da Fazenda falou em defesa do equilíbrio das contas públicas, comprometeu-se com o desenho de um novo arcabouço fiscal já no início de 2023 e sinalizou que o papel do BNDES no próximo governo deve ser diferente do visto nas últimas gestões do PT — Haddad foi firme ao dizer que aumento de gastos não é o caminho para a economia crescer.
Apesar de a Petrobras (PETR4) ter tombado quase 10%, o Ibovespa conseguiu sair do vermelho, com o mercado vendo um compromisso mais claro com o equilíbrio fiscal — ainda que as incertezas sobre o futuro das estatais siga pesando e o governo eleito tenha que provar esse discurso.
O principal índice da bolsa brasileira encerrou a sessão em alta de 0,20%, aos 103.745 pontos. O dólar à vista caiu 0,27%, aos R$ 5,3010.
Leia Também
Felipe Miranda: O fim do Dollar Smile?
A alta só não foi mais expressiva porque Wall Street não colaborou. Apesar de o Federal Reserve ter reduzido o ritmo do aperto monetário, não há sinais de que o ajuste na taxa básica de juros deve terminar tão cedo — o que desagradou os investidores.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quarta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
Confira outras notícias que mexem com o seu dinheiro
WALL STREET X FARIA LIMA
Investidor estrangeiro ainda “faz o L” e entra com R$ 7 bilhões na bolsa brasileira desde a vitória de Lula. No acumulado do ano, o saldo de compras e vendas de ações na B3 pelos gringos já chega a R$ 91 bilhões.
SEIS ANOS DEPOIS
Recuperação judicial da Oi (OIBR3) está oficialmente encerrada: veja como a companhia venceu a batalha contra bancos que pediam a prorrogação do processo. Segundo informações do Broadcast, o juiz responsável pelo caso decretou hoje que a empresa cumpriu todas as obrigações assumidas no plano.
AGORA VAI
Depois de contestação da concorrência, fusão entre Rede D’Or (RDOR3) e SulAmérica (SULA11) é aprovada pelo Cade. Liberação do negócio entre as duas empresas só depende agora da aprovação da ANS.
MONEY TIMES
BNDES desiste de vender ações da Eletrobras (ELET3) em 2022. De acordo com duas fontes próximas ao assunto ouvidas pela agência Reuters, a falta de tempo para a realização de uma cogitada operação ainda em 2022 e a piora no cenário macroeconômico explicam a decisão.
INVESTIDORES EM FESTA
BTG Pactual (BPAC11) vai pagar R$ 750 milhões em dividendos; acionistas da Eternit (ETER3) também receberão proventos. A empresa de materiais para construção distribuirá R$ 10,57 milhões na forma de juros sobre o capital próprio, relativos ao quarto trimestre de 2022.
Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje
Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio
Construtoras avançam com nova faixa do Minha Casa, e guerra comercial entre China e EUA esfria
Seu Dinheiro entrevistou o CEO da Direcional (DIRR3), que falou sobre os planos da empresa; e mercados globais aguardam detalhes do acordo entre as duas maiores potências
Pesou o clima: medidas que substituem alta do IOF serão apresentadas a Lula nesta terça (10); mercados repercutem IPCA e negociação EUA-China
Entre as propostas do governo figuram o fim da isenção de IR dos investimentos incentivados, a unificação das alíquotas de tributação de aplicações financeiras e a elevação do imposto sobre JCP
Felipe Miranda: Para quem não sabe para onde ir, qualquer caminho serve
O anúncio do pacote alternativo ao IOF é mais um reforço à máxima de que somos o país que não perde uma oportunidade de perder uma oportunidade. Insistimos num ajuste fiscal centrado na receita, sem anúncios de corte de gastos.
Celebrando a colheita do milho nas festas juninas e na SLC Agrícola, e o que esperar dos mercados hoje
No cenário global, investidores aguardam as negociações entre EUA e China; por aqui, estão de olho no pacote alternativo ao aumento do IOF
Azul (AZUL4) no vermelho: por que o negócio da aérea não deu samba?
A Azul executou seu plano com excelência. Alcançou 150 destinos no Brasil e opera sozinha em 80% das rotas. Conseguiu entrar em Congonhas. Chegou até a cair nas graças da Faria Lima por um tempo. Mesmo assim, não escapou da crise financeira.
A seleção com Ancelotti, e uma empresa em baixa para ficar de olho na bolsa; veja também o que esperar para os mercados hoje
Assim como a seleção brasileira, a Gerdau não passa pela sua melhor fase, mas sua ação pode trazer um bom retorno, destaca o colunista Ruy Hungria
A ação que disparou e deixa claro que mesmo empresas em mau momento podem ser ótimos investimentos
Às vezes o valuation fica tão barato que vale a pena comprar a ação mesmo que a empresa não esteja em seus melhores dias — mas é preciso critério
Apesar da Selic, Tenda celebra MCMV, e FII do mês é de tijolo. E mais: mercado aguarda juros na Europa e comentários do Fed nos EUA
Nas reportagens desta quinta, mostramos que, apesar dos juros nas alturas, construtoras disparam na bolsa, e tem fundo imobiliário de galpões como sugestão para junho
Rodolfo Amstalden: Aprofundando os casos de anomalia polimórfica
Na janela de cinco anos podemos dizer que existe uma proporcionalidade razoável entre o IFIX e o Ibovespa. Para todas as outras, o retorno ajustado ao risco oferecido pelo IFIX se mostra vantajoso
Vanessa Rangel e Frank Sinatra embalam a ação do mês; veja também o que embala os mercados hoje
Guerra comercial de Trump, dados dos EUA e expectativa em relação ao IOF no Brasil estão na mira dos investidores nesta quarta-feira
O Brasil precisa seguir as ‘recomendações médicas’: o diagnóstico da Moody’s e o que esperar dos mercados hoje
Tarifas de Trump seguem no radar internacional; no cenário local, mercado aguarda negociações de Haddad com líderes do Congresso sobre alternativas ao IOF
Crônica de uma ruína anunciada: a Moody’s apenas confirmou o que já era evidente
Três reformas estruturais se impõem como inevitáveis — e cada dia de atraso só agrava o diagnóstico
Tony Volpon: O “Taco Trade” salva o mercado
A percepção, de que a reação de Trump a qualquer mexida no mercado o leva a recuar, é uma das principais razões pelas quais estamos basicamente no zero a zero no S&P 500 neste ano, com uma pequena alta no Nasdaq
O copo meio… cheio: a visão da Bradesco Asset para a bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje
Com feriado na China e fala de Powell nos EUA, mercados reagem a tarifas de Trump (de novo!) e ofensiva russa contra Ucrânia
Você já ouviu falar em boreout? Quando o trabalho é pouco demais: o outro lado do burnout
O boreout pode ser traiçoeiro justamente por não parecer um problema “grave”, mas há uma armadilha emocional em estar confortável demais
De hoje não passa: Ibovespa tenta recuperação em dia de PIB no Brasil e índice favorito do Fed nos EUA
Resultado do PIB brasileiro no primeiro trimestre será conhecido hoje; Wall Street reage ao PCE (inflação de gastos com consumo)
A Petrobras (PETR4) está bem mais próxima de perfurar a Margem Equatorial. Mas o que isso significa?
Estimativas apontam para uma reserva de 30 bilhões de barris, o que é comparável ao campo de Búzios, o maior do mundo em águas ultraprofundas — não à toa a região é chamada de o “novo pré-sal”
Prevenir é melhor que remediar: Ibovespa repercute decisão judicial contra tarifaço, PIB dos EUA e desemprego no Brasil
Um tribunal norte-americano suspendeu o tarifaço de Donald Trump contra o resto do mundo; decisão anima as bolsas