Ibovespa afunda com a ressaca pós ata do Fed, acionista vende mais de 20 milhões de ações do Inter e outros destaques do dia
Ata foi além do que os investidores esperavam e mostrou que não só os dirigentes da instituição já falam em acelerar o processo de elevação de juros, mas também de encerrar completamente o programa de compra de ativos
Falar que a pandemia do coronavírus foi um evento sem precedentes em janeiro de 2022 pode até parecer chover no molhado, mas é um fato que não pode ser ignorado enquanto o mundo lida com uma tentativa de volta à normalidade.
Para lidar com os sintomas do vírus na economia, os bancos centrais ao redor do mundo agiram com rapidez para tentar estancar a sangria, com programas de compras de ativos e taxas de juros nas mínimas históricas, o que levou o mercado financeiro a viver quase dois anos de uma liquidez abundante.
É difícil falar em previsibilidade diante de uma pandemia, mas novas variantes e gargalos no processo de vacinação deixaram o cenário ainda mais complicado de ser analisado.
Nos Estados Unidos, com uma inflação que deixou de ser transitória, mas indicadores de atividade mistos, ficou complicado cravar quando a injeção de trilhões do Federal Reserve teria um fim, mas já é seguro afirmar que será antes do que se esperava.
Primeiro veio a redução do ritmo de compra de ativos. Depois, a sinalização de que a taxa de juros deve subir já em 2022, que veio na última reunião. Com o temor de um tom mais duro do Fed, a cautela tomou conta dos mercados nesta quarta-feira, antes da divulgação da ata do último encontro do comitê de política monetária da instituição.
O documento, no entanto, foi além do que os investidores esperavam e mostrou que não só os dirigentes da instituição já falam em acelerar o processo de elevação de juros, mas também de encerrar completamente o programa de compra de ativos. A Carolina Gama conta todos os detalhes nesta matéria.
Leia Também
Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje
Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?
A reação do mercado foi intensa. Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano dispararam, e as bolsas em Nova York tiveram um dia de perdas significativas, com destaque para o Nasdaq, que recuou mais de 3%.
Mais instáveis e incertos, os mercados emergentes tendem a ser os primeiros afetados pela redução de liquidez no mundo e a busca por ativos mais seguros. Mesmo entre aqueles que topam o risco, investir no Brasil dificilmente aparecerá como primeira opção.
Comparado até mesmo com os seus pares emergentes, investir no Brasil é arriscado. A crise político-fiscal que se arrasta há anos gera incertezas, a inimiga número um dos investidores. O próprio pano de fundo atual não é nada convidativo. Novos riscos ameaçam o teto de gastos.
Juros em disparada, futuro incerto e o mau humor generalizado que se instalou hoje nos mercados foram os elementos que levaram o Ibovespa a encerrar o dia em queda de 2,42%, aos 101.006 pontos, nível mais baixo desde novembro de 2021. O dólar à vista, que operou em queda na primeira etapa do pregão, subiu 0,39%, aos R$ 5,7351.
O compasso de espera não interrompeu o noticiário corporativo, que seguiu agitado. Confira os destaques:
- Credit Suisse elevou recomendação de BRF (BRFS3) para compra, mesmo com desafios no caminho. O banco suíço também apontou a melhor escolha entre CCR e EcoRodovias na bolsa;
- Inter (BIDI11) chega a cair mais de 20% em três pregões e mercado se volta para o “Monstro do Leblon”.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta quarta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
GESTORES
Inter (BIDI11) chega a cair mais de 20% em três pregões e mercado se volta para o “Monstro do Leblon”. Toda vez que as ações do Inter apresentam uma trajetória incomum as atenções se voltam para o Ponta Sul, fundo que detém uma posição grande no banco digital.
PISTA LIVRE
CCR (CCRO3) ou EcoRodovias (ECOR3)? O Credit Suisse aponta qual a via mais rápida para o lucro na bolsa. O banco suíço tem recomendação de compra para ambas as empresas e vê potencial de alta de mais de 40% para as ações. Mas o portfólio de uma delas é visto como mais sólido no momento.
ULTRAPASSADO
Bitcoin ficou pra trás: confira as 125 ações do S&P 500 que superam os retornos da criptomoeda. A valorização de 44,2% do bitcoin em 12 meses não foi o suficiente para garantir seu primeiro lugar no coração dos investidores, com Tesla e Google rendendo mais retorno nas carteiras.
ESPECIAIS SD
Onde investir em 2022: Metaverso virou a palavra do momento, mas vale a pena investir em criptomoedas de um projeto que ninguém entende direito? O metaverso é uma palavra nova e que empolga, mas é uma boa opção de investimento no mundo das criptomoedas?
VÍDEO
Ação do Banco do Brasil (BBAS3) pode disparar 70% no longo prazo; descubra se vale a pena investir. No quadro 'De Olho no Gráfico', o trader e head de educação da Vitreo, Rogério Araújo, analisa a situação dos papéis dos bancos e mostra como se proteger de eventuais quedas.
Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje
Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde
Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis
Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano
FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR
BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil
É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar
Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro
Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje
Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços
O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje
O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro
Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação
Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal
Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998
Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.
Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários
Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos
Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi
Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado
A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial
Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje
A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira
Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas
Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026
A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje
Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje
O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje
A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado
A maré liberal avança: Milei consolida poder e reacende o espírito pró-mercado na América do Sul
Mais do que um evento isolado, o avanço de Milei se insere em um movimento mais amplo de realinhamento político na região
Os balanços dos bancos vêm aí, e mercado quer saber se BB pode cair mais; veja o que mais mexe com a bolsa hoje
Santander e Bradesco divulgam resultados nesta semana, e mercado aguarda números do BB para saber se há um alçapão no fundo do poço
Só um susto: as ações desta small cap foram do céu ao inferno e voltaram em 3 dias, mas este analista vê motivos para otimismo
Entenda o que aconteceu com os papéis da Desktop (DESK3) e por que eles ainda podem subir mais; veja ainda o que mexe com os mercados hoje
Por que o tombo de Desktop (DESK3) foi exagerado — e ainda vejo boas chances de o negócio com a Claro sair do papel
Nesta semana os acionistas tomaram um baita susto: as ações DESK3 desabaram 26% após a divulgação de um estudo da Anatel, sugerindo que a compra da Desktop pela Claro levaria a concentração de mercado para níveis “moderadamente elevados”. Eu discordo dessa interpretação, e mostro o motivo.
Títulos de Ambipar, Braskem e Raízen “foram de Americanas”? Como crises abalam mercado de crédito, e o que mais movimenta a bolsa hoje
Com crises das companhias, investir em títulos de dívidas de empresas ficou mais complexo; veja o que pode acontecer com quem mantém o título até o vencimento