🔴 ONDE INVESTIR EM NOVEMBRO: AÇÕES, DIVIDENDOS, FIIS E CRIPTOMOEDAS – CONFIRA

Pior que a alta dos combustíveis! Entenda como o aumento dos preços dos alimentos ameaça a recuperação da economia global

Questões geopolíticas devem continuar pressionando as cadeias de fornecimento de alimentos existentes, sem uma solução fácil no curto prazo

5 de julho de 2022
6:27 - atualizado às 13:29
cesta de frutas
Guerra agravou a crise alimentar deflagrada pela pandemia. Imagem: Shutterstock

Talvez um dos eventos mais emblemáticos do século 21 venha sendo a Guerra Russo-Ucraniana, marcada mais recentemente pela invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022. A situação desencadeou uma série de efeitos ao redor do mundo em diferentes mercados, mas talvez o mais afetado seja justamente o segmento das commodities.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Muito se fala sobre o petróleo e o gás natural, mas um dos mais profundos desdobramentos do conflito, na verdade, se dá sobre o mercado de commodities agrícolas — a Rússia e a Ucrânia são grandes produtores de commodities agrícolas, tais como trigo e milho —, que já enfrentava problemas mesmo antes de a invasão começar.

Em 2021, por exemplo, o número de pessoas na fase três ou acima no parâmetro de insegurança alimentar atingiu um número recorde de quase 200 milhões, quase o dobro do total de 2016. Consequentemente, o percentual populacional analisado também apresentou considerável evolução no mesmo período (crescimento em termos absolutos e relativos).

Crise alimentar é mais grave na África e no Oriente Médio

Como podemos ver abaixo, os problemas se concentraram na África e no Oriente Médio.

De maneira geral, três fatores já justificavam a crise alimentar ao redor do mundo. A começar pelo choque energético causado pelo fim da pandemia e a reabertura econômica. Isso porque a realidade pós-pandêmica proporcionou uma considerável elevação da demanda em meio à fragmentada cadeia de suprimentos, pressionando os preços e prejudicando os agricultores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Em segundo lugar, o aperto monetário iniciado no ano passado em diferentes regiões do mundo e aprofundado em 2022 já deteriorava as condições creditícias globais, tornando mais difícil para agricultores e demais players do setor tomarem crédito de maneira consistente e saudável — falta de investimentos gera escassez de projetos de expansão da capacidade.

Leia Também

Por fim, convivemos com uma realidade na qual os problemas relacionados com a mudança climática já começam a afetar o cotidiano de diversas comunidades expostas aos climas extremos, como secas duradouras, chuvas extremas, geadas severas e assim por diante. Para ilustrar, grandes produtores de trigo já reportaram os piores rendimentos de colheita da história.

Juntas, Rússia e Ucrânia representam 12% das calorias exportadas

A invasão da Ucrânia, por sua vez, só piorou ainda mais as coisas. Juntas, a Rússia e a Ucrânia representam cerca de 12% de todas as calorias exportadas globalmente (estima-se que a Ucrânia seja capaz de prover calorias para 400 milhões de pessoas). Como não poderia deixar de ser, um movimento que afetasse as duas economias teria efeitos alimentares globais.

A seguir, analisamos a representatividade da Rússia e da Ucrânia no fornecimento de calorias.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O problema é que tais questões geopolíticas devem continuar a pressionar as cadeias de fornecimento de alimentos existentes, sem solução fácil de curto prazo. A Otan, por exemplo, declarou recentemente a probabilidade de o conflito se estender por anos, tornando difícil imaginar uma cadeia de suprimentos estável para commodities agrícolas.

Preços dos alimentos dispararam com a pandemia

Da mesma forma, é difícil prever o fim das sanções contra a Rússia, o que deve continuar a criar atritos para suas exportações de alimentos. Consequentemente, os preços devem continuar subindo — segundo dados da FAO, os preços dos alimentos aumentaram 66% desde o início da pandemia de Covid-19 e 12% desde o início da invasão russa à Ucrânia.

Se os preços dos alimentos continuarem a subir, o custo dos alimentos em alguns países africanos poderia saltar de 20% da renda disponível para 35% até 2023. Os números podem não ser tão ruins em outras regiões, mas ainda são preocupantes, com destaque para a América Latina, onde deverá chegar próximo de 20% da renda disponível em 2023.

Os riscos acarretados pela alta dos preços dos alimentos

Adicionalmente, o aumento dos preços dos alimentos representa riscos multifacetados, incluindo instabilidade política e social nos países mais pobres, sem falar no impacto econômico nos países mais ricos (inflação de alimentos reduz renda disponível para ser gasta em outros bens e serviços, pressionando potencial de crescimento econômico). Com isso, vejo o aumento dos preços dos alimentos como um risco para a recuperação econômica global.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No final do dia, a questão alimentar faz parte de um desafio secular ainda maior às cadeias de suprimentos, relacionado com questões geopolíticas. As tendências de inversão da globalização e a mudança para um mundo "multipolar" estão forçando possíveis mudanças drásticas na indústria, onde as empresas, por necessidade de segurança da cadeia de suprimentos e conformidade com políticas públicas, investirão na diversificação geográfica.

O que isso significa para o Brasil

Essas transições podem ser caras e ter consequências não intencionais à medida que evoluem, claro. Contudo, elas também geram oportunidades para as empresas e países que serão chamados a construir e abrigar novas cadeias de suprimentos.

Aliás, os impactos dos preços elevados dos alimentos são dramaticamente diferentes em nível internacional, com alguns países até se beneficiando, como Argentina e Brasil (em termos sociais, entretanto, o dano é predominantemente negativo para todos, uma vez que a inflação impede o consumo).

Como não poderia deixar de ser, o Brasil tem fundamental relevância para a dinâmica que começa a se formar, dado que o país é o terceiro maior exportador mundial de produtos do agronegócio, fornecendo de maneira regular e confiável alimentos para o mundo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Dessa forma, a longo prazo, será interessante se posicionar em nomes que se beneficiam do desenvolvimento da cadeia produtiva no país. Tudo isso, claro, feito sob o devido dimensionamento das posições, conforme seu perfil de risco, e a devida diversificação de carteira, com as respectivas proteções associadas.

Paralelamente, as fileiras de países profundamente dependentes da importação de alimentos estão crescendo. Assim, embora os preços dos alimentos tenham caído em relação aos recordes recentes, os preços ainda estão mais altos do que em qualquer outro momento desde 1974, gerando possíveis pressões econômicas e sociais para 2022 e 2023.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Shutdown nos EUA e bolsa brasileira estão quebrando recordes diariamente, mas só um pode estar prestes a acabar; veja o que mais mexe com o seu bolso hoje

11 de novembro de 2025 - 8:28

Temporada de balanços, movimentos internacionais e eleições do ano que vem podem impulsionar ainda mais a bolsa brasileira, que está em rali histórico de valorizações; Isa Energia (ISAE4) quer melhorar eficiência antes de aumentar dividendos

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Ibovespa imparável: até onde vai o rali da bolsa brasileira?

11 de novembro de 2025 - 7:28

No acumulado de 2025, o índice avança quase 30% em moeda local — e cerca de 50% em dólar. Esse desempenho é sustentado por três pilares centrais

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: Como era verde meu vale do silício

10 de novembro de 2025 - 19:57

Na semana passada, o mitológico investidor Howard Marks escreveu um de seus icônicos memorandos com o título “Baratas na mina de carvão” — uma referência ao alerta recente de Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, sobre o mercado de crédito

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Banco do Brasil (BBAS3) precisará provar que superou crise do agro, mercado está otimista com fim do shutdown nos EUA no horizonte, e o que mais você precisa saber sobre a bolsa hoje

10 de novembro de 2025 - 7:55

Analistas acreditam que o BB não conseguirá retomar a rentabilidade do passado, e que ROE de 20% ficou para trás; ata do Copom e dados de inflação também mexem com os mercados

TRILHAS DE CARREIRA

Promovido, e agora? Por que ser bom no que faz não te prepara para liderar pessoas

9 de novembro de 2025 - 8:00

Por que seguimos promovendo técnicos brilhantes e esperando que, por mágica, eles virem líderes preparados? Liderar é um ofício — e como todo ofício, exige aprendizado, preparo e prática

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Novo nome da Eletrobras em nada lembra mercado de energia; shutdown nos EUA e balanço da Petrobras também movem os mercados hoje

7 de novembro de 2025 - 8:14

Depois de rebranding, Axia Energia anuncia R$ 4 bilhões em dividendos; veja o que mais mexe com a bolsa, que bate recorde depois de recorde

SEXTOU COM O RUY

Eletrobras agora é Axia: nome questionável, dividendos indiscutíveis

7 de novembro de 2025 - 7:03

Mesmo com os gastos de rebranding, a empresa entregou bons resultados no 3T25 — e há espaço tanto para valorização das ações como para mais uma bolada em proventos até o fim do ano

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

FII escondido no seu dia a dia é campeão entre os mais recomendados e pode pagar dividendos; mercado também reflete decisão do Copom e aprovação da isenção de IR

6 de novembro de 2025 - 8:03

BTGLG11 é campeão no ranking de fundos imobiliários mais recomendados, Copom manteve Selic em 15% ao ano, e Senado aprovou isenção de Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil

FII DO MÊS

É bicampeão! FII BTLG11 volta ao topo do ranking dos fundos mais recomendados em novembro — e tem dividendos extraordinários no radar

6 de novembro de 2025 - 6:03

Pelo segundo mês consecutivo, o BTLG11 garantiu a vitória ao levar quatro recomendações das dez corretoras, casas de análise e bancos consultados pelo Seu Dinheiro

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Economista revela o que espera para a Selic em 2025, e ações ligadas à inteligência artificial sofrem lá fora; veja o que mais mexe com o mercado hoje

5 de novembro de 2025 - 8:04

Ibovespa renovou recorde antes de decisão do Copom, que deve manter a taxa básica de juros em 15% ao ano, e economista da Galapagos acredita que há espaço para cortes em dezembro; investidores acompanham ações de empresas de tecnologia e temporada de balanços

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O segredo do Copom, o reinado do Itaú e o que mais movimenta o seu bolso hoje

4 de novembro de 2025 - 7:50

O mercado acredita que o Banco Central irá manter a taxa Selic em 15% ao ano, mas estará atento à comunicação do banco sobre o início do ciclo de cortes; o Itaú irá divulgar seus resultados depois do fechamento e é uma das ações campeãs para o mês de novembro

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Política monetária não cede, e fiscal não ajuda: o que resta ao Copom é a comunicação

4 de novembro de 2025 - 7:10

Mesmo com a inflação em desaceleração, o mercado segue conservador em relação aos juros. Essa preferência traz um recado claro: o problema deriva da falta de credibilidade fiscal

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Inteligência artificial — Party like it’s 1998

3 de novembro de 2025 - 22:11

Estamos vivendo uma bolha tecnológica. Muitos investimentos serão mais direcionados, mas isso acontece em qualquer revolução tecnológica.

DÉCIMO ANDAR

Manter o carro na pista: a lição do rebalanceamento de carteira, mesmo para os fundos imobiliários

2 de novembro de 2025 - 8:00

Assim como um carro precisa de alinhamento, sua carteira também precisa de ajustes para seguir firme na estrada dos investimentos

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Petrobras (PETR4) pode surpreender com até R$ 10 bilhões em dividendos, Vale divulgou resultados, e o que mais mexe com seu bolso hoje

31 de outubro de 2025 - 7:58

A petroleira divulgou bons números de produção do 3° trimestre, e há espaço para dividendos bilionários; a Vale também divulgou lucro acima do projetado, e mercado ainda digere encontro de Trump e Xi

SEXTOU COM O RUY

Dividendos na casa de R$ 10 bilhões? Mesmo depois de uma ótima prévia, a Petrobras (PETR4) pode surpreender o mercado

31 de outubro de 2025 - 6:07

A visão positiva não vem apenas da prévia do terceiro trimestre — na verdade, o mercado pode estar subestimando o potencial de produção da companhia nos próximos anos, e olha que eu nem estou considerando a Margem Equatorial

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Vale puxa ferro, Trump se reúne com Xi, e bolsa bateu recordes: veja o que esperar do mercado hoje

30 de outubro de 2025 - 7:34

A mineradora divulga seus resultados hoje depois do fechamento do mercado; analistas também digerem encontro entre os presidentes dos EUA e da China, fala do presidente do Fed sobre juros e recordes na bolsa brasileira

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O silêncio entre as notas

29 de outubro de 2025 - 20:00

Vácuos acumulados funcionaram de maneira exemplar para apaziguar o ambiente doméstico, reforçando o contexto para um ciclo confiável de queda de juros a partir de 2026

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A corrida para investir em ouro, o resultado surpreendente do Santander, e o que mais mexe com os mercados hoje

29 de outubro de 2025 - 8:10

Especialistas avaliam os investimentos em ouro depois do apetite dos bancos centrais por aumentar suas reservas no metal, e resultado do Santander Brasil veio acima das expectativas; veja o que mais vai afetar a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

O que a motosserra de Milei significa para a América Latina, e o que mais mexe com seu bolso hoje

28 de outubro de 2025 - 7:50

A Argentina surpreendeu nesta semana ao dar vitória ao partido do presidente Milei nas eleições legislativas; resultado pode ser sinal de uma mudança política em rumo na América Latina, mais liberal e pró-mercado

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar