Pelas dificuldades, aos astros: uma pequena amostra de como todos podem ganhar com a alta da bolsa
Quando o Ibovespa ou as small-caps caem, ninguém ganha de verdade. Ou você está tingido de vermelho, ou está ganhando menos do que poderia

Espectadores acostumados com o roteiro clichê do astronauta solitário perambulando pelo cosmos se surpreendem ao saber que poucas experiências proporcionam uma aula tão humanitária de psicologia social.
Na vida real, após retornar do espaço, astronautas se tornam menos interessados em passar tempo sozinhos. Abrem mão de conquistas individuais e metas hedonistas e passam a priorizar o bem-estar coletivo.
Edgar Mitchell, da Apollo 14, resume bem o salto de percepção que ocorre depois de contemplarmos a abóbada celeste à devida distância, em sua completude.
"Lá da Lua, as políticas internacionais parecem muito mesquinhas. Você quer agarrar um político pelo pescoço, arrastá-lo até uns 400 quilômetros de distância e dizer: olha só pra isso, seu filho da puta".
‘Overview effect’
O nome científico do fenômeno é "overview effect".
A visão total do Planeta Terra a partir do espaço induz a uma constatação que deveria ser óbvia: todos os seres humanos moram embaixo do mesmo teto, e compartilham de uma mesma identidade.
Leia Também
Rodolfo Amstalden: Seu frouxo, eu mando te demitir, mas nunca falei nada disso
Rodolfo Amstalden: Escute as feras
As melhores decisões para o futuro da humanidade deveriam levar o unitarismo em primeira consideração.
O mesmo vale para o ambiente de investimento em ativos de risco.
Ninguém ganha de verdade
Um ou outro investidor (mentiroso) poderia se gabar de ter lucrado +180,5% com EMBR3 em 2021, ou de ter acertado em cheio BRKM3 (+176,3%).
A verdade, porém, é que, em tempos nos quais o IBOV cai e o SMAL derrete, ninguém ganha de verdade. Ou você está tingido de vermelho, ou está ganhando menos do que poderia.
Os grandes episódios de enriquecimento com ações ou fundos imobiliários são ditados por aquilo que Mandelbrot chamou de "co-movimento" — cada pequena história própria deixa suas especificidades de lado para que o mercado suba como um todo.
Que todos subam
É exatamente o que aconteceu nos pregões de terça-feira e de ontem; ainda em pequena amostra, mas já suficiente para retomar a boa lembrança de ver uma tela inteira pintada de verde.
Aliás, qual é o problema do Verde ter caído em 2021? Stuhba não é também um ser humano habitando o Planeta Terra? Jornais criam heróis e depois tentam enterrá-los vivos.
De minha parte, tomara que o Verde suba muito em 2022.
Tomara que você suba muito, e que eu suba muito.
Tem oxigênio de sobra nessa atmosfera, para cada investidor do mundo respirar a plenos pulmões.
Felipe Miranda: Dedo no gatilho
Não dá pra saber exatamente quando vai se dar o movimento. O que temos de informação neste momento é que há uma enorme demanda reprimida por Brasil. E essa talvez seja uma informação suficiente.
Rodolfo Amstalden: As expectativas de conflação estão desancoradas
A principal dificuldade epistemológica de se tentar adiantar os próximos passos do mercado financeiro não se limita à já (quase impossível) tarefa de adivinhar o que está por vir
Felipe Miranda: Vale a pena investir em ações no Brasil?
Dado que a renda variável carrega, ao menos a princípio, mais risco do que a renda fixa, para se justificar o investimento em ações, elas precisariam pagar mais nessa comparação
Rodolfo Amstalden: Para um período de transição, até que está durando bastante
Ainda que a maior parte de Wall Street continue sendo pró Trump, há um problema de ordem semântica no “período de transição”: seu falsacionismo não é nada trivial
Tony Volpon: As três surpresas de Donald Trump
Quem estudou seu primeiro governo ou analisou seu discurso de campanha não foi muito eficiente em prever o que ele faria no cargo, em pelo menos três dimensões relevantes
Dinheiro é assunto de mulher? A independência feminina depende disso
O primeiro passo para investir com inteligência é justamente buscar informação. Nesse sentido, é essencial quebrar paradigmas sociais e colocar na cabeça de mulheres de todas as idades, casadas, solteiras, viúvas ou divorciadas, que dinheiro é assunto delas.
Rodolfo Amstalden: Na esperança de marcar o 2º gol antes do 1º
Se você abre os jornais, encontra manchetes diárias sobre os ataques de Donald Trump contra a China e contra a Europa, seja por meio de tarifas ou de afrontas a acordos prévios de cooperação
Rodolfo Amstalden: Um Brasil na mira de Trump
Temos razões para crer que o Governo brasileiro está prestes a receber um recado mais contundente de Donald Trump
Rodolfo Amstalden: Eu gostaria de arriscar um palpite irresponsável
Vai demorar para termos certeza de que o último período de mazelas foi superado; quando soubermos, porém, não restará mais tanto dinheiro bom na mesa
Rodolfo Amstalden: Tenha muito do óbvio, e um pouco do não óbvio
Em um histórico dos últimos cinco anos, estamos simplesmente no patamar mais barato da relação entre preço e valor patrimonial para fundos imobiliários com mandatos de FoFs e Multiestratégias
Felipe Miranda: Isso não é 2015, nem 1808
A economia brasileira cresce acima de seu potencial. Se a procura por camisetas sobe e a oferta não acompanha, o preço das camisetas se eleva ou passamos a importar mais. Não há milagre da multiplicação das camisetas.
Tony Volpon: O paradoxo DeepSeek
Se uma relativamente pequena empresa chinesa pode desafiar as grandes empresas do setor, isso será muito bom para todos – mesmo se isso acabar impactando negativamente a precificação das atuais gigantes do setor
Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?
Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares
Rodolfo Amstalden: Um ano mais fácil (de analisar) à frente
Não restam esperanças domésticas para 2025 – e é justamente essa ausência que o torna um ano bem mais fácil de analisar
Rodolfo Amstalden: Às vésperas da dominância fiscal
Até mesmo os principais especialistas em macro brasileira são incapazes de chegar a um consenso sobre se estamos ou não em dominância fiscal, embora praticamente todos concordem que a política monetária perdeu eficácia, na margem
Rodolfo Amstalden: Precisamos sobre viver o “modo sobrevivência”
Não me parece que o modo sobrevivência seja a melhor postura a se adotar agora, já que ela pode assumir contornos excessivamente conservadores
Rodolfo Amstalden: Banda fiscal no centro do palco é sinal de que o show começou
Sequestrada pela política fiscal, nossa política monetária desenvolveu laços emocionais profundos com seus captores, e acabou por assimilar e reproduzir alguns de seus traços mais viciosos
Felipe Miranda: O Brasil (ainda não) voltou — mas isso vai acontecer
Depois de anos alijados do interesse da comunidade internacional, voltamos a ser destaque na imprensa especializada. Para o lado negativo, claro
Felipe Miranda: Não estamos no México, nem no Dilma 2
Embora algumas analogias de fato possam ser feitas, sobretudo porque a direção guarda alguma semelhança, a comparação parece bastante imprecisa
Rodolfo Amstalden: Brasil com grau de investimento: falta apenas um passo, mas não qualquer passo
A Moody’s deixa bem claro qual é o passo que precisamos satisfazer para o Brasil retomar o grau de investimento: responsabilidade fiscal