🔴 +30 RECOMENDAÇÕES DE ONDE INVESTIR EM DEZEMBRO – VEJA AQUI

Coisas estranhas acontecem com a Netflix. Vale a pena investir em NFLX34 após a queda de quase 60% das ações?

Resultado trimestral da Netflix deixa claro aos investidores que é preciso diferenciar um bom produto de um bom investimento

28 de abril de 2022
6:18 - atualizado às 13:10
Stranger Things, série da Netflix
Cena da série 'Stranger Things', um dos sucessos da Netflix. - Imagem: Reprodução/Netflix

Olá, seja bem-vindo à Estrada do Futuro, onde conversamos semanalmente sobre a intersecção entre investimentos e tecnologia. Na terça-feira passada (20), a Netflix divulgou seus resultados do 1T22. No dia seguinte, suas ações chegaram a cair mais de 35%.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Naturalmente, recebi vários e-mails de leitores interessados em entender melhor o que aconteceu, em compreender se essa queda é uma oportunidade. Atendendo aos pedidos, a coluna de hoje será focada nos resultados e incertezas envolvendo a ação da Netflix, cujos BDRs são negociados na B3 sob o ticker NFLX34.

O que é preciso saber

Nos EUA, as negociações não param quando o pregão se encerra. No aftermarket, uma espécie de "pregão depois do pregão", negociam-se ações como se o jogo ainda estivesse rolando.

Essa cultura cria um tipo de incentivo muito particular: no instante em que os resultados são divulgados, investidores e algoritmos escaneiam os demonstrativos em busca de duas ou três variáveis chaves.

Essas variáveis (geralmente as mesmas trimestre após trimestre), são comparadas com as "estimativas dos analistas".

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Nesse jogo há apenas duas possibilidades: superar ou não as estimativas.

Leia Também

Equilíbrio binário desatou reações extremas contra a Netflix

Um equilíbrio binário como esse é o responsável pelas reações extremas do mercado, como o que aconteceu com as ações da Netflix.

Segundos após a divulgação dos números, investidores e algoritmos se debruçaram sobre o número de novos usuários - e não gostaram do que viram.

A Netflix perdeu 500 mil assinantes no 1T22; os analistas e o mercado esperavam um crescimento de 2,5 milhões de usuários.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Essa é a primeira vez, desde 2011, que a Netflix apresenta um trimestre com queda de base.

Agora, perceba o impacto: no consolidado, a Netflix possui mais de 220 milhões de usuários. Perder menos de 1% deles foi o suficiente para derrubar em 35% a ação.

Precisamos nos perguntar o porquê.

Em mais detalhes

Nos EUA e no Canadá, a Netflix teve um saldo negativo de 600 mil usuários; esse saldo também foi em 300 mil em EMEA (Europa, Oriente Médio e África) e em 400 mil na América Latina.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A única região a contribuir positivamente foi a Ásia, com 1,1 milhão de novos usuários adicionados.

Um detalhe particular é a Rússia: o Netflix perdeu cerca de 2 milhões de usuários ao encerrar sua operação no país.

Ninguém esperaria que os executivos, ao estimarem um acréscimo de 2,5 milhões, considerassem a possibilidade de descontinuar completamente a operação num país, de forma tão abrupta.

Caso não tivesse saído da Rússia, a Netflix teria adicionado 500 mil assinantes, ainda muito abaixo das expectativas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Capacidade em dúvida

Na carta aos acionistas, o management escreveu que "o crescimento da receita desacelerou consideravelmente".

No trimestre, a Netflix promoveu uma rodada de aumento de preços e viu aumentar também a sua taxa de cancelamento.

Isso levou muitos investidores a se perguntarem se eles possuem de fato a capacidade de seguirem subindo preços.

Essa variável é importante pois, desde de 2015, o único ano em que o Netflix não apresentou uma queima de caixa bilionária foi em 2020, quando seu investimento em novos filmes e séries diminuiu por limitação da pandemia.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
Elaboração: Autor | Fonte: Koyfin

Algo a que se apegar

É relativamente simples entender como a Netflix dilui custos: o custo de produzir uma série não depende de quantas pessoas irão assisti-la.

Estima-se, por exemplo, que cada episódio de "Stranger Things" custe entre US$ 6 milhões e US$ 8 milhões de dólares à Netflix.

Esse custo seria proibitivo se poucas pessoas assistissem ao conteúdo; definitivamente não é o caso, pois centenas de milhões de pessoas assistem à série.

Um detalhe que a Netflix sempre soube, mas pôde crescer ignorando, é o de que parte desse milhões consomem os conteúdos compartilhando senhas de maneira indevida.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Senhas compartilhadas

A Netflix estima em mais de 100 milhões o número total de famílias consumindo seus serviços com contas compartilhadas indevidamente.

Com o crescimento de novos usuários desacelerando, eles irão em breve direcionar esforços para implementar uma cobrança adicional. 

Se você, por exemplo, compartilha a senha com a sua irmã que mora em outra residência, em breve receberá um e-mail da Netflix dizendo "olha, amigo, a gente sabe, e está tudo bem. Mas vamos cobrar R$ X a mais por mês, beleza?"

Assumindo que esse "a mais" seja uma média de US$ 5 por mês e que a Netflix consiga converter uns 20% dessa base, temos algo como US$ 1,2 bilhão em receita potencial, um crescimento modesto frente aos mais de US$ 29 bilhões em receitas do ano passado.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Netflix com anúncios?

Outra possibilidade veiculado por Reed Hastings, fundador e CEO da Netflix, é a implementação de um novo tipo de assinatura, mais barato porém com veiculação de anúncios na programação.

Há alguns anos, essa era uma possibilidade fora da mesa de negociações.

Como eu escrevi na semana passada, "connected TV" é um segmento em ascensão, e a Netflix é provavelmente um dos players com maior capacidade de implementar e executar um produto nessa linha.

Neste momento, porém, tudo são ideias e os investidores não sabem exatamente como avaliar essa iniciativa.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Comprar ou não comprar?

Neste momento, eu permaneceria de fora das ações e BDRs da Netflix. 

Como mencionei, os investidores não sabem como avaliar a mudança na estratégia da Netflix.

Por exemplo, em carta aos acionistas, o investidor Bill Ackman comunicou ter zerado sua posição na Netflix após o resultado.

Detalhe: Bill, que é um dos lendários investidores de Wall Street, havia anunciado essa posição há apenas 3 meses, no final de janeiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mesmo com a queda, a NFLX ainda negocia a um múltiplo preços sobre vendas estimadas para os próximos 12 meses pouco abaixo do histórico dos últimos anos e em linha com o passado.

Elaboração: Autor | Fonte: Koyfin

Com a sua escala, os investidores precisam passar a precificar Netflix com base em métricas de rentabilidade. O que não está claro é qual será o seu perfil de rentabilidade caso o cancelamento cresça e a inflação faça subir desproporcionalmente o seu custo de produzir novos shows.

Como investidores, não podemos cair no erro de confundir um bom produto com um bom investimento. Infelizmente, aos preços atuais, acredito que Netflix se encaixe nesta categoria.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

O suposto balão de ensaio do clã Bolsonaro que furou o mercado: como fica o cenário eleitoral agora?

9 de dezembro de 2025 - 7:25

Ainda que o processo eleitoral esteja longe de qualquer definição, a reação ao anúncio da candidatura de Flávio Bolsonaro deixou claro que o caminho até 2026 tende a ser marcado por tensão e volatilidade

RALI, RUÍDO E POLÍTICA

Felipe Miranda: Os últimos passos de um homem — ou, compre na fraqueza

8 de dezembro de 2025 - 19:58

A reação do mercado à possível candidatura de Flávio Bolsonaro reacende memórias do Joesley Day, mas há oportunidade

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Bolha nas ações de IA, app da B3, e definições de juros: veja o que você precisa saber para investir hoje

8 de dezembro de 2025 - 8:14

Veja o que especialista de gestora com mais de US$ 1,5 trilhão em ativos diz sobre a alta das ações de tecnologia e qual é o impacto para o mercado brasileiro. Acompanhe também a agenda da semana

TRILHAS DE CARREIRA

É o fim da pirâmide corporativa? Como a IA muda a base do trabalho, ameaça os cargos de entrada e reescreve a carreira

7 de dezembro de 2025 - 8:00

As ofertas de emprego para posições de entrada tiveram fortes quedas desde 2024 em razão da adoção da IA. Como os novos trabalhadores vão aprender?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As dicas para quem quer receber dividendos de Natal, e por que Gerdau (GGBR4) e Direcional (DIRR3) são boas apostas

5 de dezembro de 2025 - 8:05

O que o investidor deve olhar antes de investir em uma empresa de olho dos proventos, segundo o colunista do Seu Dinheiro

SEXTOU COM O RUY

Tsunami de dividendos extraordinários: como a taxação abre uma janela rara para os amantes de proventos

5 de dezembro de 2025 - 6:02

Ainda que a antecipação seja muito vantajosa em algumas circunstâncias, é preciso analisar caso a caso e não se animar com qualquer anúncio de dividendo extraordinário

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quais são os FIIs campeões de dezembro, divulgação do PIB e da balança comercial e o que mais o mercado espera para hoje

4 de dezembro de 2025 - 8:29

Sete FIIs disputam a liderança no mês de dezembro; veja o que mais você precisa saber hoje antes de investir

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Copel (CPLE3) é a ação do mês, Ibovespa bate novo recorde, e o que mais movimenta os mercados hoje

3 de dezembro de 2025 - 8:24

Empresa de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, a Copel é a favorita para investir em dezembro. Veja o que mais você precisa saber sobre os mercados hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Mais empresas no nó do Master e Vorcaro, a escolha do Fed e o que move as bolsas hoje

2 de dezembro de 2025 - 8:16

Titan Capital surge como peça-chave no emaranhado de negócios de Daniel Vorcaro, envolvendo mais de 30 empresas; qual o risco da perda da independência do Fed, e o que mais o investidor precisa saber hoje

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

A sucessão no Fed: o risco silencioso por trás da queda dos juros

2 de dezembro de 2025 - 7:08

A simples possibilidade de mudança no comando do BC dos EUA já começou a mexer na curva de juros, refletindo a percepção de que o “jogo” da política monetária em 2026 será bem diferente do atual

EXILE ON WALL STREET

Tony Volpon: Bolhas não acabam assim

1 de dezembro de 2025 - 19:55

Wall Street vivencia hoje uma bolha especulativa no mercado de ações? Entenda o que está acontecendo nas bolsas norte-americanas, e o que a inteligência artificial tem a ver com isso

DÉCIMO ANDAR

As lições da Black Friday para o universo dos fundos imobiliários e uma indicação de FII que realmente vale a pena agora

30 de novembro de 2025 - 8:00

Descontos na bolsa, retorno com dividendos elevados, movimentos de consolidação: que tipo de investimento realmente compensa na Black Friday dos FIIs?

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os futuros dividendos da Estapar (ALPK3), o plano da Petrobras (PETR3), as falas de Galípolo e o que mais move o mercado

28 de novembro de 2025 - 8:25

Com mudanças contábeis, Estapar antecipa pagamentos de dividendos. Petrobras divulga seu plano estratégico, e presidente do BC se mantém duro em sua política de juros

SEXTOU COM O RUY

Jogada de mestre: proposta da Estapar (ALPK3) reduz a espera por dividendos em até 8 anos, ações disparam e esse pode ser só o começo

28 de novembro de 2025 - 6:01

A companhia possui um prejuízo acumulado bilionário e precisaria de mais 8 anos para conseguir zerar esse saldo para distribuir dividendos. Essa espera, porém, pode cair drasticamente se duas propostas forem aprovadas na AGE de dezembro.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

A decisão de Natal do Fed, os títulos incentivados e o que mais move o mercado hoje

27 de novembro de 2025 - 8:23

Veja qual o impacto da decisão de dezembro do banco central dos EUA para os mercados brasileiros e o que deve acontecer com as debêntures incentivadas, isentas de IR

INSIGHTS ASSIMÉTRICOS

Corte de juros em dezembro? O Fed diz talvez, o mercado jura que sim

27 de novembro de 2025 - 7:49

Embora a maioria do mercado espere um corte de 25 pontos-base, as declarações do Fed revelam divisão interna: há quem considere a inflação o maior risco e há quem veja a fragilidade do mercado de trabalho como a principal preocupação

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: O mercado realmente subestima a Selic?

26 de novembro de 2025 - 19:30

Dentro do arcabouço de metas de inflação, nosso Bacen dá mais cavalos de pau do que a média global. E o custo de se voltar atrás para um formulador de política monetária é quase que proibitivo. Logo, faz sentido para o mercado cobrar um seguro diante de viradas possíveis.

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

As projeções para a economia em 2026, inflação no Brasil e o que mais move os mercados hoje

26 de novembro de 2025 - 8:36

Seu Dinheiro mostra as projeções do Itaú para os juros, inflação e dólar para 2026; veja o que você precisa saber sobre a bolsa hoje

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Os planos e dividendos da Petrobras (PETR3), a guerra entre Rússia e Ucrânia, acordo entre Mercosul e UE e o que mais move o mercado

25 de novembro de 2025 - 8:20

Seu Dinheiro conversou com analistas para entender o que esperar do novo plano de investimentos da Petrobras; a bolsa brasileira também reflete notícias do cenário econômico internacional

EXILE ON WALL STREET

Felipe Miranda: O paradoxo do banqueiro central

24 de novembro de 2025 - 19:59

Se você é explicitamente “o menino de ouro” do presidente da República e próximo ao ministério da Fazenda, é natural desconfiar de sua eventual subserviência ao poder Executivo

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar