Copa do Mundo e bolsa: a seleção ideal para a sua carteira de ações
Futebol e bolsa se confundem quando o assunto é composição de um elenco vencedor. Uma carteira de ações, assim como um time, somente será vencedora se conseguir atingir um equilíbrio.

Era domingo, dia 30 de junho de 2002. O país inteiro estava em festa, porque horas antes a seleção brasileira havia conquistado o seu quinto título mundial de futebol.
E foi em um dos vários programas de mesa-redonda esportivos que assisti naquele dia que eu aprendi uma das maiores lições sobre o mercado financeiro que teria na vida.
Em uma certa altura da discussão, os participantes tentavam eleger o "grande herói" do penta. Aquele que despontou como o maior responsável pelo título.
Ronaldo Fenômeno vencia com folga a votação, até que um dos comentaristas protestou: "Gente, eu me recuso a votar em um jogador. Não há sentido em tentar eleger um único herói. O Ronaldo pode até ser o melhor do time, mas 11 Ronaldos em campo não teriam vencido um jogo sequer".
A partir desse dia, comecei a enxergar o futebol de outra maneira.
Equilíbrio no futebol e na carteira de ações
O Ronaldo era indiscutivelmente um atacante genial, mas ele nunca precisou marcar, porque metade dos seus companheiros faziam isso por ele.
Leia Também
O mapa da mina: Ibovespa repercute balanço do Banco do Brasil e fusão entre BRF e Marfrig
O Fenômeno podia ser a grande estrela naquela seleção ou em qualquer outro time que tenha jogado, mas ele nunca teria sido campeão de torneio algum sem companheiros que trouxessem equilíbrio defensivo ao time.
É interessante como futebol e bolsa se confundem quando o assunto é composição de um "elenco" vencedor. Uma carteira de ações, assim como um time de futebol, somente será vencedora se conseguir atingir um equilíbrio.
Uma parte do portfólio deve ser composta por papéis ofensivos, com beta elevado, e que pegam na veia a melhora das condições macroeconômicas. Nessa categoria estão empresas normalmente endividadas, com alto potencial de crescimento e que dependem fortemente da queda de juros e do crescimento da economia para verem seus resultados melhorarem.
Essas são as ações que se multiplicam por duas, quatro ou dez vezes quando as condições se tornam favoráveis (queda da Selic e crescimento do PIB). São exatamente essas as ações que mais vão ajudar a multiplicar o seu patrimônio no longo prazo.
Mas tem um grande problema. A esse maior potencial de valorização está associado um maior potencial de perdas também. Essas ações "ofensivas" são as que mais vão se desvalorizar caso o cenário piore.
Ataque…
Por exemplo, com a piora que temos observado nas condições de mercado nos últimos meses, a Cyrela (que depende bastante de uma economia forte e de taxas de juros baixas) despencou, enquanto a Hypera, do estável segmento farmacêutico, subiu.

As ações da Cyrela já chegaram a ser cotadas por preços quase 3 vezes maiores do que os atuais. E se as condições futuras voltarem a ficar favoráveis, com queda de juros e retomada da economia, CYRE3 pode voltar a tal patamar.
No entanto, se todos os "jogadores" da sua carteira fossem ações da Cyrela, você estaria enfrentando enormes perdas nas últimas semanas.
…e defesa
Por isso, todo bom portfólio precisa ter ações defensivas também. Aquelas que podem não ter um potencial de dobrar ou triplicar de valor em 12 meses, mas que são capazes de "aguentar o tranco" quando a situação piora.
A própria Hypera é um ótimo exemplo. Ela atua no setor farmacêutico, que depende pouco da economia e que tem crescido bem mais do que o PIB nos últimos 10 anos. A companhia gera bastante caixa, o que faz dela menos dependente da oscilação dos juros, e tem um pipeline extenso de lançamentos, que devem garantir um bom crescimento de receita para os próximos 5 anos.
Esse tipo de estabilidade de resultados faz com que as ações oscilem menos em períodos turbulentos, podendo até se valorizar em alguns casos, quando a procura por ativos defensivos cresce muito em um curto espaço de tempo.
Um rebanho de ações campeãs
Na série Vacas Leiteiras, montamos nosso portfólio pensando justamente nesse equilíbrio, o que tem nos ajudado bastante no ano de 2022, mesmo com toda a piora do sentimento que temos vivido nas últimas semanas.

Nesse rebanho campeão, a Hypera é titular absoluta da defesa, enquanto a Cyrela é a nossa atacante preferida. Mas nessa altura você já deve ter entendido que elas precisam uma da outra para que o investimento faça sentido.
Há outras peças importantes que compõem esse elenco, que vem superando com folga o Ibovespa em 2022. Se quiser conferir todas elas, deixo aqui o convite.
Um grande abraço e até a semana que vem!
Ruy
Agronegócio não dá trégua: Banco do Brasil (BBAS3) frustra expectativas com lucro 20% menor e ROE de 16,7% no 1T25
Um “fantasma” já conhecido do mercado continuou a fazer peso nas finanças do BB no primeiro trimestre: os calotes no setor de agronegócio. Veja os destaques do balanço
Americanas (AMER3): prejuízo de R$ 496 milhões azeda humor e ação cai mais de 8%; CEO pede ‘voto de confiança’
A varejista, que enfrenta uma recuperação judicial na esteira do rombo bilionário, acabou revertendo um lucro de R$ 453 milhões obtido no primeiro trimestre de 2024
Ação da Oi chega a subir mais de 20% e surge entre as maiores altas da bolsa. O que o mercado gostou tanto no balanço do 1T25?
A operadora de telefonia ainda está em recuperação judicial, mas recebeu uma ajudinha para reverter as perdas em um lucro bilionário nos primeiros três meses do ano
Exclusivo: Disputa bilionária da Bradespar (BRAP4) com fundos de pensão chega a momento decisivo
Holding do Bradesco, a Bradespar classifica a causa, que pode chegar a R$ 3 bilhões, como uma perda “possível” em seu balanço e não tem provisão
Banco Pine (PINE4) supera rentabilidade (ROE) do Itaú e entrega lucro recorde no 1T25, mas provisões quadruplicam no trimestre
O banco anunciou um lucro líquido recorde de R$ 73,5 milhões no primeiro trimestre; confira os destaques do resultado
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China
Queda de 90% desde o IPO: o que levou ao fracasso das novatas do e-commerce na B3 — e o que esperar das ações
Ações de varejistas online que abriram capital após brilharem na pandemia, como Westwing, Mobly, Enjoei, Sequoia e Infracommerce, viraram pó desde o IPO; há salvação para elas?
Serena (SRNA3) de saída da B3: Actis e GIC anunciam oferta para fechar o capital da empresa de energia renovável; ações sobem forte
A oferta pública de aquisição vem em meio ao processo de redução de dívidas da empresa, que atingiu um pico na alavancagem de 6,8 vezes a dívida líquida/Ebitda
Ação da Casas Bahia (BHIA3) sobe forte antes de balanço, ajudada por vitória judicial que poderá render mais R$ 600 milhões de volta aos cofres
Vitória judicial ajuda a impulsionar os papéis BHIA3, mas olhos continuam voltados para o balanço do 1T25, que será divulgado hoje, após o fechamento dos mercados
Balanço do Nubank desagradou? O que fazer com as ações após resultado do 1T25
O lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, um salto de 74% na comparação anual, foi ofuscado por uma reação negativa do mercado. Veja o que dizem os analistas
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo
Depois de negociar ações de pequenas e médias empresas brasileiras, BEE4 quer estrear na renda fixa no segundo semestre
Conhecida como ‘bolsa das PMEs’, startup busca investidores para levantar capital para empresas que faturam até R$ 500 milhões ao ano
Nubank (ROXO34) atinge lucro líquido de US$ 557,2 milhões no 1T25, enquanto rentabilidade (ROE) vai a 27%; ações caem após resultados
O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) do banco digital do cartão roxo atingiu a marca de 27%; veja os destaques do balanço
Com bolsa em alta, diretor do BTG Pactual vê novos follow-ons e M&As no radar — e até IPOs podem voltar
Para Renato Hermann Cohn, diretor financeiro (CFO) do banco, com a bolsa voltando aos trilhos, o cenário começa a mudar para o mercado de ofertas de ações
Sabesp (SBSP3) tropeça na receita, mas agrada com corte de custos; saiba se é hora de comprar
BTG Pactual destacou que o Ebitda veio 4% abaixo das estimativas, mas elogiou o controle de custos e a perspectiva positiva para a entrega de investimentos nos próximos trimestres
Yduqs no vermelho: Mercado deixa ações de recuperação após balanço fraco. Ainda vale a pena ter YDUQ3 na carteira?
Para os analistas, a Yduqs (YDUQ3) apresentou resultados mistos no 1T25. O que fazer com os papéis agora?
Hapvida (HAPV3) dispara na B3 com balanço mais forte que o esperado, mas perda de beneficiários acende sinal de alerta. Vale a pena comprar as ações?
A companhia entregou resultado acima do esperado e mostrou alívio na judicialização, crescimento da base de clientes ainda patina. Veja o que dizem os analistas
Elo, agora em 3 fatias iguais: Bradesco, Banco do Brasil e Caixa querem voltar a dividir a empresa de pagamentos igualmente
Trio de gigantes ressuscita modelo de 2011 e redefine sociedade na bandeira de cartões Elo de olho nos dividendos; entenda a operação
Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA
Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido
Comprado em Brasil: as ações escolhidas pelo Bank of America para investir no Ibovespa hoje
O banco projeta corte de juros ainda neste ano e uma Selic menor do que o mercado para 2026 — nesse cenário, as ações podem ter um desempenho melhor na bolsa no curto prazo