Esquenta dos mercados: Medo da inflação pesa e bolsas estrangeiras iniciam a semana em queda generalizada
Expectativa em relação aos dados da inflação nos Estados Unidos pressiona as principais bolsas de valores do mundo nesta segunda-feira

Um enorme dragão desponta no horizonte e quem olha de baixo procura por abrigo. Poderia ser uma cena de Game of Thrones, mas são apenas os investidores se preparando para os números da inflação nos Estados Unidos em junho. Temores relacionados ao avanço do índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI) pressionam as bolsas nesta segunda-feira (11).
A inflação nos Estados Unidos encontra-se nos níveis mais elevados em 40 anos. Em maio, o CPI avançou 8,6% no acumulado em 12 meses. A expectativa dos analistas é de que a leitura referente a junho venha ainda mais elevada.
O pessimismo com uma ação mais agressiva do Federal Reserve, o Banco Central americano, também é sustentado pelos dados do payroll da semana passada. O relatório de emprego dos EUA mostrou um crescimento do número de vagas maior do que o esperado.
Isso dá sinal verde para o Fed de que a situação do emprego norte-americana é confortável, o que dá margem para um aumento de juros mais intenso e por mais tempo.
A reação das bolsas não poderia ser diferente: os índices da Europa e futuro dos EUA operam em queda nas primeiras horas desta segunda-feira. As praças asiáticas também encerraram o pregão em queda, mas por outros motivos.
A alta de casos de covid na China pressionou as bolsas por lá. Estima-se que a nova onda de casos seja em virtude de uma subvariante altamente contagiosa da ômicron em Xangai, o que retira o apetite de risco por lá.
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Investidores temem postura mais agressiva do Fed
Ao mesmo tempo em que os dados sobre o mercado de trabalho divulgados na semana passada foram considerados positivos para a economia, analistas agora temem que a conjunção dos fatores encoraje o Fed a adotar uma postura mais agressiva no combate à alta dos preços.
De acordo com o departamento de trabalho dos EUA, foram criados 372 mil vagas de emprego, acima das previsões de 275 mil.
Na agenda das bolsas
As atenções do mundo agora se voltam para a inflação nos EUA. É possível que a cautela não predomine apenas na sessão de hoje, pois a divulgação do CPI de junho está prevista apenas para a quarta-feira (13).
Ainda nesse mesmo dia, o Federal Reserve publicará o Livro Bege, com estimativas do maior BC do mundo para a maior economia do planeta.
Todos esses indicadores servirão como uma bússola para os investidores e analistas calibrarem suas estimativas sobre um aperto monetário mais intenso e duradouro.
Vem aí a temporada de balanços — preparem as bolsas!
A semana que se inicia hoje também dá início à temporada de resultados corporativos nos Estados Unidos.
Como de hábito, os grandes bancos norte-americanos puxarão a fila. O JP Morgan Chase abre a temporada na quinta-feira, antes da abertura do mercado. Na sexta-feira será a vez de o Wells Fargo e do Citigroup divulgarem os resultados referentes ao segundo trimestre de 2022.
Riscos políticos no ar
O dragão da inflação que assusta os mercados de ações esta semana voa envolto em uma espessa nuvem de riscos políticos.
Enquanto o mundo assimila o assassinato do ex-primeiro-ministro japonês Shinzo Abe, o Reino Unido está às voltas com a sucessão de Boris Johnson, que renunciou à chefia do governo na semana passada.
No Brasil, a atenção volta-se às possíveis repercussões do assassinato do guarda municipal Marcelo Arruda pelo agente penitenciário Jorge José da Rocha Guaranho em Foz do Iguaçu na noite de sábado.
Filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT), Arruda celebrava seu aniversário de 50 anos com motivos petistas quando Guaranho invadiu o local da festa e atirou no aniversariante aos gritos de “aqui é Bolsonaro”. Ao reagir, o guarda municipal também baleou o agente penitenciário.
Arruda chegou a ser socorrido, mas morreu no hospital. Guaranho também foi socorrido, mas não há informações claras sobre seu estado de saúde.
Líderes de diversos partidos políticos manifestaram temores de que o assassinato signifique o prenúncio de violência na campanha presidencial brasileira.
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Agenda fraca no Brasil
Por aqui, a agenda de indicadores é fraca e não há balanços previstos para esta semana. Os investidores permanecem atentos à divulgação regular do relatório semanal Focus, publicado pelo Banco Central.
Com os próximo dias mais esvaziados de indicadores, os investidores acompanham a votação da PEC dos combustíveis — também conhecida como PEC Kamikaze ou PEC das Bondades. A votação da proposta está marcada para esta terça-feira (12), e gera grande expectativa no mercado local.
Agenda da semana
Segunda-feira (11)
- FGV: IGP-M de julho (8h)
- Banco Central: Boletim Focus (8h25)
- Banco Central: Diego Guillen participa de evento virtual do Credit Suisse (10h)
- Economia: Balança comercial semanal (15h)
Terça-feira (12)
- IBGE: Pesquisa mensal de serviços em maio (9h)
- Estados Unidos: Representante do Fed de Richmond participa de evento (13h30)
Quarta-feira (14)
- China: Balança comercial (00h)
- Reino Unido: Produção industrial de maio (3h)
- IBGE: Vendas no varejo restrito e ampliado em maio (9h)
- Estados Unidos: CPI e Núcleo do CPI (9h30)
- Estados Unidos: Federal Reserve publica o Livro Bege (15h)
- Ibovespa: Vencimento de opções sobre o índice
Quinta-feira (15)
- Estados Unidos: JP Morgan e Morgan Stanley publicam balanços trimestrais antes da abertura)
- Estados Unidos: PPI e Núcleo do PPI de junho (9h30)
- China: PIB do 2º trimestre (23h)
- China: Produção industrial e vendas no varejo em junho (23h)
Sexta-feira (16)
- Estados Unidos: Wells Fargo e Citigroup publicam resultados trimestrais (antes da abertura)
- Banco Central: IBC-Br de maio (9h)
- Estados Unidos: Vendas no varejo em junho (9h30)
- Estados Unidos: Índice de atividade industrial Empire State de julho (9h30)
- Estados Unidos: Presidente do Fed de Atlanta realiza discurso em evento (9h45)
- Estados Unidos: Federal Reserve divulga produção industrial de junho (10h15)
- Ibovespa: Dia de vencimento de opções sobre o índice
- Indonésia: Reunião de ministros de finanças e banqueiros centrais do G20 e G7 (dia todo)
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